Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
/
Tag

Artigos

Daniel Sampaio
Verticalização de empreendimentos maximiza os benefícios urbanos
Foto: Divulgação

Verticalização de empreendimentos maximiza os benefícios urbanos

Ao desempenhar papel decisivo no desenvolvimento e no funcionamento das cidades de maneira sustentável, o setor imobiliário e de construção civil chama a atenção para a discussão entre a verticalização e a horizontalização dos espaços urbanos e a necessidade de uma reflexão sobre o assunto.

Multimídia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”. “Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

guerra

VÍDEO: Em evento pela justiça e paz, Papa Francisco abraça israelense e palestino vítimas da guerra entre Israel e Hamas
Foto: Vatican News

Um evento da Igreja da Católica neste sábado (18), em Verona, na Itália, registrou um momento emocionante, quando o Papa Francisco abraçou dois homens, um israelense e um palestino, vítimas da guerra do Oriente-Médio. 

 

 

 

O israelense Maoz Inon teve os pais assassinados pelo Hamas e o palestino Aziz Sarah perdeu o irmão, morto pelo exército de Israel. “A nossa dor, o nosso sofrimento nos aproximaram, nos levaram a dialogar para criar um futuro melhor”, contou a dupla ao Papa no palco do evento “Arena da Paz. Justiça e Paz se beijarão”.

 

Como relata o Vatican News, neste momento o Papa Francisco deixou o discurso de lado. “Creio que diante do sofrimento desses dois irmãos, que é o sofrimento de dois povos, não se possa dizer nada. Eles tiveram a coragem de se abraçar. Por favor, façamos um pequeno momento de silêncio, porque não se pode falar demasiado disto, mas sentir…E olhando o abraço destes dois, cada um, do seu coração, reze ao Senhor pela paz e tome uma decisão interior de fazer algo para acabar com as guerras”.  

 

No evento, o pontífice ouviu testemunhos dos mais variados países e respondeu a perguntas relacionadas ao tema da paz. 

Lateral do Arsenal diz que aceitaria lutar pela Ucrânia na guerra: "Não podemos desistir"
Foto: Reprodução / Instagram

O lateral e titular absoluto da Seleção Ucraniana, Oleskandr Zinchenko, do Arsenal, deu declarações fortes nesta sexta-feira (5) à BBC, alegando que aceitaria uma possível convocação para lutar pela Ucrânia na guerra. O jogador contou que seus amigos de infância hoje enfrentam uma dura batalha no campo de batalha.

 

"Acho que é uma resposta clara. Eu iria. E é difícil entender que recentemente estávamos na mesma escola, brincávamos no recreio ou no campo de futebol, e agora eles têm de defender o nosso país. Honestamente, é muito difícil aceitar isso, mas é o que é. Não podemos desistir", contou Zinchenko.

 

De acordo com o governo do da Ucrânia, mais de 30 mil cidadãos já morreram na guerra. Ainda em conflito com a Rússia, o país segue com carência de soldades e atualmente recorre a uma diminuição de idade dos convocados. Ainda nesta semana, o presidente Volodymyr Zelenskiy assinou um projeto legistlativo onde reduz a idade dos combatentes de 27 para 25 anos.

 

Zinchenko revelou que ainda mantém contato com os ex-colegas da Rússia, mas não quis exercer nenhuma opinião ou crítica sobre eles.

 

“Desde a invasão, poucos me enviaram mensagens de texto, e não posso culpá-los porque não é culpa deles. Não posso dizer a eles: “Pessoal, façam os protestos lá fora e todas essas coisas”, porque sei que eles podem ir para a prisão”, revelou.

 

O lateral dos Gunners já chegou a ser homenageado por torcedores do clube e sempre busca se pronunciar a respeito do difícil momento em que seu país vive.

Brasil elogia Corte de Haia por exigir que Israel forneça assistência humanitária em Gaza
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

 

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil elogiou, em nota publicada neste sábado (30), a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), mais conhecida como Corte de Haia, que determinou que Israel adote medidas adicionais para garantir o fornecimento de serviços básicos e assistência humanitária aos palestinos na Faixa de Gaza.

 

“O governo brasileiro saúda a adoção, em 28 de março, pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), de novas medidas cautelares, no âmbito do processo instaurado pela África do Sul contra Israel, com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.” A CIJ é o principal órgão jurídico das Nações Unidas (ONU) que julga denúncias de crimes contra Estados. Na última quinta-feira (28), a Corte emitiu decisão, por 14 votos contra dois, exigindo que Israel adote medidas cautelares adicionais para evitar a degradação da vida do povo palestino.

 

De acordo com informações da Agência Brasil, o Itamaraty recordou que as medidas determinadas pela CIJ têm “caráter vinculante”, o que significa que os países signatários da ONU concordaram em respeitar as decisões do Tribunal.

 

Ainda segundo o MRE, “o governo brasileiro espera que [as medidas] possam resultar em urgente alívio humanitário para Gaza e em ambiente de diálogo político que permita um cessar-fogo definitivo, a libertação imediata de todos os reféns e a retomada de negociações para a solução de dois Estados”.

 

O governo brasileiro ainda lembrou que a fome instalada em Gaza matou “ao menos 31 pessoas, entre as quais 27 crianças, por má nutrição e desidratação, conforme relatório recente do Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários”.

 

Entre as medidas determinadas pelo Tribunal, está a cooperação plena com a ONU para a prestação desimpedida, e em grande escala, de assistência humanitária e prestação de serviços básicos, aumentando os pontos de passagem terrestre à Gaza, que devem ficar abertos pelo tempo que for necessário.

 

O órgão ainda exige que os militares israelenses não cometam atos que violem os direitos dos palestinos e que o governo de Israel apresente ao Tribunal um relatório sobre as medidas que adotou para cumprir a ordem da CIJ. A resposta de Israel deve ser apresentada até o dia 28 de abril.

 

De acordo com a decisão, “as catastróficas condições de vida dos palestinos na Faixa de Gaza deterioraram-se ainda mais, em particular devido à prolongada privação generalizada de alimentos e outras necessidades básicas a que os palestinos em Gaza foram submetidos”. Além disso, a Corte afirmou que “os palestinos em Gaza não enfrentam mais apenas o risco de fome, conforme consta do Despacho de 26 de janeiro de 2024, mas a fome está instalada”.

Presidente do União Brasil cancela convenção do partido em meio a uma guerra interna que inclui até ameaças de morte
Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados

Em meio a uma intensa guerra interna, com direito a xingamentos, trocas de acusações e até ameaças de morte, o presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), adiou a Convenção Nacional que seria realizada na manhã desta quinta-feira (29), para escolha do novo comandante do partido. Bivar alegou que a eleição de hoje não possuía amparo no estatuto da sigla, e que violaria norma expressa, “colocando em risco a sua legalidade, validade e eficácia”. 

 

A reunião que aconteceria nesta quinta seria para que os membros do Diretório Nacional escolhem o novo presidente entre três chapas: uma com o próprio Luciano Bivar, outra com o atual 1º vice-presidente, Antonio Rueda, e uma terceira com o nome de ambos. Rueda despontava como favorito para a eleição, mas nos últimos dias Bivar vinha articulando uma ofensiva para se manter no comando do partido.

 

O atual presidente alegou que o cancelamento da Convenção Nacional se deu por um vício no edital de convocação. Segundo justificou Bivar, uma vez que o estatuto do partido que estava em vigor era o registrado perante o Tribunal Superior Eleitoral no ano de 2020 (quando do registro da agremiação), e a alteração estatutária que antecipava a eleição efetivamente só foi julgada no último dia 27 de fevereiro, havia risco para a validade e eficácia das deliberações tomadas na Convenção desta quinta.

 

No mesmo documento em que cancelou a Convenção Nacional, Luciano Bivar marcou uma reunião da Comissão Executiva Nacional do União Brasil para o dia 27 de março. Na ocasião será discutida uma nova data para a realização das eleições internas do partido. 

 

Nos últimos dias houve uma escalada na tensão e nos atritos entre Bivar e o vice Antonio Rueda. À imprensa, Bivar chamou Rueda de “covarde”, e disse ter “graves denúncias” sobre o seu correligionário.

 

“Denúncias [contra Rueda] têm aqui. Certamente vou abrir uma investigação no Ministério Público. Como as denúncias são graves, posso até levar ao Ministério Público, mas não posso antecipar, porque eu não sei se procede”, alegou.

 

A briga atingiu seu ápice após vir a público o áudio de uma conversa entre Bivar e Rueda na última segunda (26). Segundo o jornal O Globo, o deputado Elmar Nascimento (BA), líder da bancada na Câmara, teria relatado ameaças de Bivar a cerca de 20 congressistas da sigla.

 

Segundo O Globo, Elmar teria dito a colegas de partido ter ouvido a gravação da conversa entre os dois dirigentes. Nos áudios, Luciano Bivar teria feito ameaças e repetido que sabia onde Rueda morava, além de citar a rotina da família dele.

 

O presidente do União negou nesta quarta (28) ter feito ameaças à família de Antonio Rueda, e disse que a gravação foi editada. Em conversa com jornalistas, Bivar disse que o partido pode não apoiar Elmar Nascimento à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara dos Deputados. 

 

Luciano Bivar afirmou que “se o Elmar continuar com esse comportamento dúbio, o partido lançará outro candidato”. O baiano Elmar Nascimento é o favorito de Arthur Lira para se eleger presidente da Câmara em 2025.

 

O União Brasil realizaria a sua Convenção Nacional nesta quinta completamente rachado. Recentemente Rueda ganhou o apoio de nomes poderosos da sigla, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, cotado para assumir a vice-presidência. Bivar, por sua vez, passou a cobrar a fidelidade de aliados que eram filiados ao antigo PSL para se manter no poder.

 

O partido nasceu em 2022, da fusão do Democratas (DEM) com o Partido Social Liberal (PSL). Bivar é um representante da ala do PSL. O União é hoje o 7º maior partido do Brasil em número de filiados. A sigla busca fortalecer a sua estrutura partidária de olho nas eleições municipais deste ano. 

 

Outro ponto importante para o partido é a eleição das mesas diretoras do Congresso Nacional no ano que vem. O União Brasil conta com os atuais favoritos para as posições: na Câmara, Elmar Nascimento, e no Senado, Davi Alcolumbre, do Amapá.
 

Principais jornais do país fazem duras críticas a Lula por apoiar denúncia da África do Sul contra Israel
Foto: Reprodução Youtube

Os três principais jornais do país – Folha de S.Paulo, O Globo e Estado de S.Paulo – fizeram duras críticas, nesta sexta-feira (12), ao apoio dado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à iniciativa da África do Sul em denunciar Israel no Tribunal de Haia. Na última quarta (10), Lula endossou a denúncia por “genocídio” feita pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça da ONU, além do pedido de investigação de “atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados”.

 

O apoio de Lula à ação da África do Sul ocorreu no mesmo dia em que o presidente se reuniu com o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben. Os três jornais, em seus editoriais, taxaram a decisão do presidente brasileiro de “infeliz”, “lastimável”, fruto de “ignorância ou má-fé”, entre outros adjetivos.

 

O Estadão, por exemplo, afirmou que Lula quer “posar de estadista”, mas, ao decidir endossar formalmente uma acusação “infundada” de genocídio contra Israel, revelaria que lhe falta o básico para governar: “prudência”.

 

“Pouco importa se esse alinhamento decorre de ignorância, cálculo político ou má-fé do presidente Lula da Silva e dos acólitos que o orientam na condução da política externa. O fato é que o Brasil só tem a perder se imiscuindo dessa forma lamentável numa questão muitíssimo complexa – e para a qual não está devidamente apetrechado para exercer qualquer influência relevante”, afirma o jornal paulista.

 

Na mesma linha, o jornal carioca “O Globo”, em um editorial com o título “Endosso de Lula é agressão injusta a Israel”, classifica como “lastimável” a decisão do presidente Lula de aderir à petição apresentada pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça (CIJ). O Globo defende que ao atender ao pedido do embaixador palestino no Brasil, Lula teria violado a tradição de equilíbrio da diplomacia brasileira, além de ter banalizado uma acusação que, segundo o jornal, fortalece vertente insidiosa do antissemitismo contemporâneo. 

 

“Ainda que a CIJ ordene medidas emergenciais, é difícil haver efeito na guerra. O caso em nada ajudará a luta justa – apoiada pelo Brasil – em favor de um Estado palestino ao lado de Israel. Sua única contribuição, ao associar as palavras “genocídio” a Israel, será avivar o paralelo ofensivo entre nazistas e o Estado judeu, obsessão do antissemitismo contemporâneo. Com o aval de Lula”, conclui O Globo.

 

O jornal paulista Folha de S.Paulo também fez fortes críticas à decisão da diplomacia do governo Lula, e considera que o Brasil erra ao deixar de tomar uma posição de equidistância em relação ao Oriente Médio. Em seu editorial, a Folha destaca relatório recente da Human Rights Watch que aponta a oscilação de líderes mundiais quando se trata de condenar violações dos direitos humanos.

 

Segundo a Humans Rights Watch, os líderes tendem a fazer vista grossa quando os perpetradores das violações são governos aliados, assim como carregam nas tintas em casos em que os violadores são adversários. O presidente brasileiro é um dos líderes citados pela organização global como adepto dessa tese.

 

“O documento em que o endosso foi anunciado não explica por que o Brasil considera estar havendo crime com essa caracterização na Faixa de Gaza. Genocídio é a ação deliberada para exterminar um grupo. Genocidas foram os nazistas contra judeus e outras minorias na 2ª Guerra Mundial, o Império Otomano contra armênios em 1915 e 1916 e hutus contra tutsis em Ruanda em 1994. A reação de Israel ao massacre, estupro e sequestro de civis cometido por terroristas do Hamas merece críticas, mas não justifica o abandono da equidistância tradicionalmente abraçada pelo Brasil”, defende a Folha.
 

Em almoço com repatriados de Gaza, Lula diz que situação da guerra “não é humanamente aceitável”
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) almoçou na tarde desta segunda-feira (25) com brasileiros e familiares repatriados da Faixa de Gaza que chegaram em Brasília no último sábado (23). Durante o encontro, Lula afirmou que “não é humanamente possível aceitar” a situação da guerra entre Israel e Hamas em Gaza.

 

 

 

O almoço de Natal aconteceu no hotel de trânsito da Base Aérea da capital federal. Das 30 pessoas resgatadas – 16 brasileiros com dupla nacionalidade e 14 familiares palestinos –, 21 participaram do evento, porque as demais já voltaram para os seus estados de origem. 

Este é o terceiro grupo a ser resgatado de Gaza pelo governo brasileiro. Eles deixaram a região na sexta-feira (22) e embarcaram no dia seguinte do Aeroporto Internacional do Cairo, no Egito. 

 

De acordo com informações do UOL, o presidente também mostrou indignação com a morte de mulheres e crianças, e a “destruição do patrimônio que foi construído pelo povo palestino”. 

 

Lula assegurou que o governo federal continuará as ações de repatriação daqueles que desejam retornar ao Brasil. “Enquanto tiver alguém na Faixa de Gaza querendo voltar para o Brasil, nós estaremos à disposição para esses casos”, garantiu. 

 

O petista ainda saiu em defesa da criação de um Estado palestino. “Há muito tempo defendo a criação de um Estado palestino e continuamos brigando na ONU para que seja construído o Estado palestino e que os dois povos possam viver em paz”. 

Venezuela x Guiana: Floresta Amazônica e fronteiras do Brasil podem ser afetadas em caso de guerra, diz especialista; entenda
Foto: Reprodução / Agência Brasil

Uma extensão de quase 800 km é a dimensão da fronteira brasileira com a região de Essequibo que pode ser afetada caso o líder venezuelano, Nicolás Maduro, resolva iniciar uma incursão militar contra a província localizada em Guiana. Além disso, uma outra fronteira do Brasil, dessa vez com a própria Venezuela, que fica no estado de Roraima, também pode sofrer, já que, logisticamente, ela é a melhor opção para o exército de Maduro atravessar e ter a possibilidade de atacar Essequibo por terra.

 

LEIA MAIS

 

O conflito armado entre os países também iria gerar um aumento do fluxo migratório de refugiados venezuelanos, em Roraima, e pessoas oriundas da Guiana, também em Roraima ou no Pará, que estariam fugindo da guerra. Essa é a avaliação do Doutor em Geografia Humana e pesquisador em geopolítica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Antônio Lobo. Ao Bahia Notícias, o especialista pontuou que um conflito territorial dessa magnitude acontecendo no coração da Floresta Amazônica, por si só, já afeta o bioma e chama a atenção do mundo, uma vez que a disputa inclui uma região que é de grande interesse mundial.

 

“O Brasil, quer queira quer não, está inserido nesse processo [de disputa], por ter fronteira com a Venezuela e ter 790 km de fronteira com a região que está em disputa: Essequibo. Uma incursão militar da Venezuela para uma tentativa de tomada da província de Essequibo afetaria o território brasileiro também, porque uma das áreas de acesso que a Venezuela teria para deslocar tropas seria pelo território brasileiro através de Roraima”, destacou Antônio Lobo, explicando que, diretamente pelo território venezuelano, a floresta é densa, montanhosa e de difícil acesso. Logo, o melhor caminho para o deslocamento de tropas seria pelo Brasil.

 

O detalhe é que esse trajeto passaria por diversas terras indígenas, a exemplo da Reserva Raposa Serra do Sol, situada no nordeste do estado de Roraima, entre os municípios de Normandia, Pacaraima e Uiramutã, entre os rios Tacutu, Maú, Surumu, Miang e que faz fronteira com a Venezuela.

 

Regiões do Brasil que fazem fronteira com Venezuela e Essequibo | Arte: Priscila Melo / Fonte: IBGE

 

POSTURA DO BRASIL EM MEIO AO CONFLITO

Como de costume, o Brasil vem adotando uma postura pacifista que segue de acordo com a que o país exerce tradicionalmente quando o assunto é diplomacia internacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a oferecer o Brasil para sediar reuniões para mediar o conflito entre a Venezuela e a Guiana, na fronteira entre os dois países. O governo brasileiro considera improvável que Caracas invada Essequibo, mas existe uma preocupação que os Estados Unidos, aliados da Guiana, utilizem a crise como subterfúgio para instalar bases militares no território disputado, que integra a Floresta Amazônica e faz fronteira com o norte do Brasil.

 

LEIA MAIS

 

Sobre a possibilidade de invasão por terras brasileiras, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse que não vai permitir "em hipótese nenhuma" que a Venezuela invada a Guiana passando pelo Brasil. Durante um almoço com jornalistas promovido pela Marinha, nesta segunda-feira (11), Múcio disse que a missão das Forças Armadas é defender o território brasileiro e classificou as ameaças feitas por Maduro como uma “insensatez” e uma “manobra política”. Com portas fechadas por terra, o governo brasileiro acredita na possibilidade da Venezuela concentrar seus esforços pelo mar numa possível investida contra Guiana.

 

Assim como o ministro da Defesa, Antônio Lobo também vê as movimentações de Maduro como uma estratégia. O especialista explicou que a Venezuela se tornou uma autocracia, forma de governo autoritária em que o poder é concentrado nas mãos de um indivíduo, e que a ideia de anexar Essequibo é uma estratégia de fortalecimento político interno.

 

“Essa autocracia quer se manter no poder. É muito comum, em governos ditatoriais ou autocratas, arrumar um inimigo externo ou estimular disputas territoriais que estavam adormecidas. Isso é feito, na maioria das vezes, como estratégia de fortalecimento político interno através de uma espécie de coesão popular em torno daquela causa. Isso já aconteceu na Argentina, na década de 80, quando reivindicou mais fortemente as ilhas Malvinas, que são consideradas território inglês. Então, ‘requentar’ essa disputa por Essequibo, cai muito nesse crivo político de fortalecimento interno do governo autocrata do Nicolas Maduro”, explicou o especialista.

 

VOTAÇÃO PARA ANEXAR ESSEQUIBO À VENEZUELA

No dia 3 de dezembro, a Venezuela realizou uma votação para incorporar oficialmente Essequibo ao mapa do país. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, 10,5 milhões de eleitores participaram do referendo, dos quais 95,93% aceitaram conceder cidadania e documento de identidade aos mais de 120 mil guianenses que vivem no território.

 

A Corte Internacional de Haia decidiu que o governo venezuelano não pode tentar anexar Essequibo. Caracas, no entanto, já afirmou que não reconhece a autoridade da Corte. Com isso, na prática, permanece tudo igual, uma vez que Haia possui apenas autoridade diplomática. Na opinião do doutor em Geografia Humana, apesar da votação, a possibilidade real de guerra passa muito pelo fortalecimento do governo Maduro.

 

LEIA MAIS

 

“Eu acho que se Nicolás Maduro conseguir o seu objetivo de se fortalecer internamente, essa disputa pode esfriar um pouco e passar a funcionar no campo da conversa e da diplomacia. Mas se a situação política interna começar a ficar mais complicada para que essa autocracia possa se manter, eu acredito que o Maduro possa, juntamente com os militares, tomar medidas mais efetivas e, até mesmo, [ocorrer] uma mobilização de tropas e uma possível ocupação territorial da área de Essequibo”, afirmou Antônio Lobo.

 

POR QUE O INTERESSE DA VENEZUELA EM ESSEQUIBO?

Com aproximadamente 160 mil km², pouco maior que o Estado do Ceará, Essequibo representa 70% do território guianês. É uma região rica em minerais como ouro, cobre, diamantes e, recentemente, lá também foram descobertos enormes depósitos de petróleo e outros hidrocarbonetos. A Venezuela reivindica Essequibo há mais de 100 anos como parte de seu território.

 

Em 1811, a Venezuela se tornou independente, e a região de Essequibo passou a fazer parte do país. Só que três anos depois o Reino Unido comprou a então Guiana Inglesa por meio de um tratado com a Holanda. O problema é que o tratado de compra não definiu exatamente qual seria a linha de fronteira do país com a Venezuela. Por isso, em 1840, o Reino Unido nomeou o explorador Robert Shomburgk para definir essa fronteira, e uma linha, chamada Linha Schomburgk, foi estabelecida. Com ela, a então Guiana Inglesa passou a ter 80 mil quilômetros quadrados adicionais em relação ao território inicialmente adquirido da Holanda.

 

Em 1841, começou oficialmente a disputa pelo Essequibo com denúncias sobre uma incursão indevida do Reino Unido no território. Em 1886, uma nova versão da Linha Schomburgk foi traçada, incorporando uma nova porção de território à Guiana Inglesa. Na visão de Antônio Lobo, a alegação da Venezuela acerca da posse da região de Essequibo é correta.

 

“A disputa da Venezuela é antiga e remonta a meados do século XIX. Os holandeses num primeiro momento, depois os britânicos avançaram e passaram a ocupar e tomar posse de toda a área que está a Oeste do Rio Essequibo. A Venezuela alega, de forma correta, que toda essa região de Essequibo pertencia à antiga capitania da Venezuela, que por sua vez pertencia aos espanhóis”, destacou o especialista explicando, outro motivo que justifica o interesse de Caracas é, o aumento de popularidade e aprovação devida à proximidade das eleições venezuelanas.

 

Além disso, Antônio Lobo destaca que a riqueza de minerais, petróleo e outros hidrocarbonetos em Essequibo, é outro fator que voltou a despertar o interesse da Venezuela no território. Ele destacou que, em 2015, a ExxonMobil, empresa multinacional de petróleo e gás dos Estados Unidos, descobriu jazidas de petróleo e gás na região da Guiana e começou a explorar, fazendo a economia do país disparar no ano passado. A reserva de petróleo está a 183 km da zona costeira de Essequibo e ficou conhecida como bloco Stabroek. 

 

“Para se ter uma ideia, o PIB da Guiana foi o que mais cresceu no ano de 2022, mais de 60%. Foi o que mais cresceu no mundo devido ao processo de exploração de petróleo, sobretudo, mas também de minerais como ouro e diamante, por exemplo, na na Guiana e principalmente nessa região de Essequibo”, pontuou Antônio Lobo destacando que a descoberta de grandes jazidas de petróleo e de minerais, a exemplo de ouro e diamante nessa região, também acabou despertando o interesse maior do Estado venezuelano em retomar Essequibo, requentando assim, toda a disputa territorial que já tem mais de 100 anos.

Venezuela x Guiana: especialistas divergem sobre risco de guerra
Foto: Reprodução / Agência Brasil

Enquanto a Venezuela se prepara para o referendo deste domingo (3), sobre a redefinição da fronteira com a vizinha Guiana, crescem as especulações sobre o risco de um conflito armado entre os países. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil têm opiniões diferentes sobre o assunto e analisam a crise que se instaurou entre os vizinhos na América do Sul.

 

LEIA TAMBÉM

 

O professor de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Williams Gonçalves, entende que existe a possibilidade de guerra e que ela pode envolver grandes potências estrangeiras.

 

“Não se trata apenas de [uma possível] guerra para tomar um pedaço de terra. Trata-se de tomar um mar de petróleo que existe ali. Portanto, a possibilidade de internacionalização do conflito, em virtude da importância do que está em jogo, é muito grande”, afirma Gonçalves. “Nicolás Maduro procura fortalecer sua posição política interna para as eleições [marcadas para 2024], mexendo numa questão com a qual todos estão de acordo [incorporar Essequibo à Venezuela], inclusive a oposição”.

 

Tradicionalmente um país pobre e com baixos indicadores sociais, a Guiana tem vivenciado um “boom” econômico nos últimos anos, devido à descoberta de reservas de 11 bilhões de barris de petróleo e outros bilhões de metros cúbicos de gás natural.

 

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Guiana teve o maior crescimento econômico entre todos os países do mundo, em 2022, com um avanço de 62,3% no Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Em setembro, o FMI projetava um crescimento de 38% neste ano.

 

“Os Estados Unidos têm interesse na exploração do petróleo [da Guiana] e na derrubada do governo Maduro. Mas, por outro lado, a Venezuela tem uma sólida relação com a Rússia e China. A Venezuela se tornou uma base militar e tecnológica da China e da Rússia. Portanto, uma internacionalização do conflito pode ser uma coisa realmente explosiva”, diz Gonçalves.

 

GUERRA IMPROVÁVEL

Mariana Kalil, professora de geopolítica da Escola Superior de Guerra (ESG), acredita que a postura atual da Venezuela sobre a Guiana atende prioritariamente a interesses políticos internos: a estratégia do presidente Nicolás Maduro é atrair apoio popular ao governo e tentar salvar o regime bolivariano. Para ela, portanto, é muito improvável que aconteça uma ofensiva militar.

 

“Claro que estamos lidando com um ator imprevisível, o Maduro. Caso o regime comece a se esvair, ele pode lançar uma ofensiva militar em ato de desespero. Mas acredito que, mesmo com a aprovação do referendo, a comunidade internacional vai se mobilizar para evitar que o conflito ocorra. Os custos vão ser altos demais para as relações entre os países”, disse Mariana.

 

A especialista explica que mudanças políticas e econômicas na Guiana ajudaram tanto a aumentar a desconfiança do governo venezuelano com o vizinho, como alimentar um discurso de que o país virou uma base para interferência dos Estados Unidos nos assuntos da América Latina.

 

“No governo do presidente anterior, David Granger [2015-2020], havia apaziguamento em relação à Venezuela e proximidade com a Rússia. Em 2020, Irfaan Ali foi eleito, mas Ganger o acusou de ter desestabilizado o governo e houve pedidos de recontagem de votos. Os Estados Unidos passaram a pressionar pelo fim das eleições e quem fez a recontagem dos votos foram as Organizações dos Estados Americanos (OEA) e a Comunidade e Mercado Comum do Caribe (Caricom), duas organizações consideradas por Maduro como braços dos Estados Unidos”, afirma Mariana Kalil.

 

“A situação na Guiana acabou gerando vários subterfúgios para o discurso bolivariano de que os Estados Unidos querem desestabilizar regimes que não seguem uma cartilha imperialista”, acrescentou.

 

PAPEL DO BRASIL

Com o acirramento das tensões na América do Sul, é colocado em pauta o papel do Brasil para evitar o aprofundamento da crise e uma guerra na região. Para a professora Mariana Kalil, o país tem tradição como mediador de conflitos na Venezuela e, por ter um governo atual que vê o mundo de forma cooperativa e multilateral, pode ajudar a mediar a situação.

 

“Brasil é fundamental, especialmente com o governo Lula, por ter credibilidade com o regime bolivariano. Não é visto pelo Maduro como um vassalo dos Estados Unidos. É visto como parceiro ou potencial parceiro. Por isso, o Brasil tem capacidade de transitar entre a Venezuela e a Guiana e legitimidade para encontrar soluções”, avalia.

 

O professor William Gonçalves concorda com a posição estratégica do Brasil e acredita em uma atuação mais contundente de mediação, já que o país entende que a paz na região é o melhor caminho.

 

“Para o Brasil, [a internacionalização do conflito] é uma coisa desastrosa. A possibilidade [desse conflito] existe. Agora, se isso vai prosperar depende muito da ação diplomática do Brasil. E também da Colômbia. São os dois países, no contexto regional, mais interessados [em evitar o conflito] e com maior lastro diplomático para negociar tanto com um lado como com o outro”, destaca o professor. “São dois interlocutores credenciados”, ressalta.

 

O Ministério da Defesa brasileiro informou que tem acompanhado a situação e que intensificou suas ações na “fronteira ao norte do país”, com um aumento da presença de militares na região. Já o Ministério das Relações Exteriores defende que Venezuela e Guiana busquem uma solução pacífica para a controvérsia.

Em meio à investida de Maduro, Justiça Internacional decide que Venezuela não pode anexar território da Guiana
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

As tensões acerca da possibilidade de uma guerra entre Venezuela e Guiana ganharam um novo capítulo nesta sexta-feira (1). A Corte Internacional de Justiça decidiu que o governo venezuelano não pode tentar anexar Essequibo, a região rica em petróleo da Guiana que Caracas afirma possuir.

 

A decisão desta sexta vale para o referendo que a Venezuela realizará no domingo (3) sobre a incorporação de Essequibo, que representa 70% do território da Guiana e faz fronteira com o norte do Brasil.

 

Caracas, no entanto, já afirmou que não reconhece a Corte de Haia e que, portanto, mantém a realização da consulta pública. As Forças Armadas brasileiras já enviaram mais tropas para a região por conta da escalada das tensões entre os dois países com a proximidade do referendo. A informação é do g1.

 

O tribunal é a corte mais alta da Organização das Nações Unidas (ONU) para resolver disputas entre Estados, mas não pode obrigar países a cumprirem suas decisões. Por isso, a decisão desta sexta tem mais valor simbólico que prático e, por mais que favoreça a Guiana, não bate o martelo sobre a quem pertence o território de forma definitiva.

 

Por unanimidade, a Corte de Haia afirmou que ainda não é possível determinar quem deve ficar com Essequibo - reivindicado pela Venezuela desde a independência da Guiana do Reino Unido, em 1966. Mas decidiu que, de forma provisória, Caracas não pode interferir no atual status do território.

 

Os juízes da Corte Internacional de Justiça determinaram também que "ambos os países devem se abster de quaisquer ações que agravam a disputa fronteiriça".

 

VOTAÇÃO

Na votação que pretende realizar no domingo, o governo da Venezuela perguntará a seus cidadãos se apoiam a concessão da nacionalidade venezuelana aos 125 mil habitantes da região, conhecida pelos venezuelanos como "Guiana Essequiba".

 

Entre as perguntas do referendo, está uma que questiona se os eleitores querem "incorporar esse estado ao mapa venezuelano".

 

O ditador venezuelano Nicolás Maduro, defendeu a votação, alegando que o local pertence à Venezuela. "Não deixaremos que ninguém nos tire o que nos pertence, nem trairemos os nossos princípios. Defenderemos Essequibo! Vamos todos votar sim 5 vezes neste 3 de dezembro", afirmou Maduro nas redes sociais.

 

A Guiana, que administra essa região, afirma que a iniciativa venezuelana é uma ameaça à soberania guianesa. Em 2018, a Guiana pediu à Corte de Haia que confirmasse a validade jurídica e efeito vinculativo da sentença relativa à fronteira entre a colônia da Guiana inglesa e os Estados Unidos da Venezuela, de 3 de outubro de 1899.

 

Em abril, a Corte Internacional de Justiça afirmou que tem legitimidade para tomar as decisões sobre a disputa.

Possibilidade de conflito armado entre Venezuela e Guiana preocupa governo Lula e assunto explode nas redes sociais
Foto: Governo da Venezuela

A proximidade da realização, no próximo domingo (3), de um referendo consultivo na Venezuela sobre a anexação ao país da região conhecida como Essequibo, na Guiana, vem elevando as tensões no continente e fez estourar a divulgação de teorias da conspiração e fake news nas redes sociais. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deseja incorporar ao território do seu país área equivalente a dois terços da Guiana. 

 

A região de Essequibo, no território guianense, concentra os campos e blocos exploratórios de petróleo, que têm reservas de mais de 10 bilhões de barris. O referendo organizado por Maduro é mais um capítulo de uma disputa bicentenária sobre a região, que tem se acirrado nos últimos anos e atinge agora o ápice nas tensões entre Venezuela e Guiana.

 

O governo brasileiro está atento ao conflito, e intensificou ações de defesa ao longo da fronteira com a Venezuela e a Guiana. O Ministério da Defesa, em nota divulgada nesta quarta-feira (29), afirmou estar acompanhando a situação e vem promovendo maior presença militar na região. 

 

A disputa territorial está sendo acompanhada pela Corte Internacional de Justiça localizada em Haia, mas não há previsão de resolução. A Guiana pediu que a Corte tomasse medidas emergenciais para impedir o referendo venezuelano, mas o governo Maduro anuncia que não irá desistir da consulta popular no próximo domingo. 

 

Os Estados Unidos também acompanham de perto o conflito na América do Sul. O governo Biden apoia a manutenção da região de Essequibo sob o domínio da Guiana. Os EUA possuem interesses comerciais na região, já que a ExxonMobil é a principal produtora de petróleo em atuação no país.

 

O território em disputa possui 159.500 km² e corresponde a 60% do atual território da Guiana. Em 2015, a ExxonMobil anunciou a descoberta de uma enorme reserva de petróleo a 183 km da zona costeira de Essequibo. A região ficou conhecida como bloco Stabroek. 

 

Essequibo não é rica apenas em combustíveis fósseis. Sua região terrestre é reconhecida por possuir reservas de ouro e um alto potencial hidrológico. O local concentra parte da Amazônia Internacional.

 

Nas redes sociais, o assunto “Guiana” vem crescendo nesta semana nos trending topics da rede X (antigo Twitter) com milhares de postagens. Perfis principalmente de direita criticam Maduro e postam vídeos afirmando que já estariam ocorrendo confrontos na fronteira entre a Venezuela e a Guiana. 

 

Outras postagens afirmam que as forças armadas da Guiana já estariam se preparando para um eventual conflito militar com a Venezuela. Há os que afirmam que o governo brasileiro estaria planejando ajudar Maduro a invadir e tomar mais da metade do território da Guiana. 

 

Para ilustrar essa teoria, os perfis de direita postam mapas da região e afirmam que a invasão a Guiana pelas forças armadas da Venezuela se daria por duas frentes: uma pelo litoral e outra pela reserva indígena Raposa Serra do Sol, segundo eles, com anuência do Exército brasileiro. 

 

O governo brasileiro tem demonstrado preocupação com a escalada dos ataques venezuelanos. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, defendeu o diálogo para superar discordâncias a respeito dos limites de fronteira. Já o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, foi a Caracas na semana passada para conversar com Nicolás Maduro e entender as razões da posição venezuelana.

 

A diplomacia brasileira também negocia uma reunião bilateral em conjunto com Nicolás Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que começou nesta quinta (30) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A ideia do Palácio do Planalto é que o presidente Lula faça um trabalho de mediação que possa impedir as ameaças de invasão e anexação, por parte da Venezuela, de quase dois terços do país vizinho.

 

A despeito das gestões do governo Lula, Maduro segue resoluto em sua disposição de realizar o referendo. Em vídeo divulgado nesta quarta (29), o presidente da Venezuela afirmou que “quando amanhecer o próximo domingo, o povo venezuelano terá em suas mãos a possibilidade de fazer justiça histórica e expressar sua vontade e sua soberania nesse referendo histórico”. 

Israel e Hamas fecham acordo de cessar-fogo e para libertação de reféns
Foto: Internet divulgação

O governo de Israel e o grupo terrorista Hamas fecharam, nesta terça-feira (21) o primeiro grande acordo desde o início do conflito, no dia 7 de outubro, para o estabelecimento de uma trégua e a libertação de dezenas de reféns. É o que informa a imprensa israelense. O acordo teve a participação decisiva do Catar, que mediou o diálogo entre as duas partes. 

 

A imprensa israelense disse que os primeiros reféns devem ser libertados na quinta-feira (23). De acordo com o governo, mulheres e crianças sob o poder do Hamas serão liberadas dentro de um intervalo de quatro dias. Durante este período, o conflito estará em pausa.

 

Mais cedo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, havia apelado para que seus pares no poder votassem a favor de um acordo com o Hamas que permitiria a libertação de ao menos 50 das cerca de 240 pessoas sequestradas pelo grupo terrorista durante a sua brutal incursão de 7 de outubro. O premiê convocou três reuniões seguidas para tratar do assunto: uma com a cúpula de guerra, outra com nomes ligados à segurança nacional, e, por fim, uma com todo o gabinete instituído a partir do início do conflito, que tem 38 membros.

 

O acordo foi costurado durante semanas de conversas em Doha, no Catar, país que fez a mediação junto com diplomatas dos Estados Unidos. A resolução do cessar-fogo foi aprovada por uma “maioria significativa” do gabinete de guerra do governo, em votação que durou mais de seis horas.

 

O Hamas confirmou o acordo, e afirmou que 150 mulheres e crianças palestinas serão libertadas por Israel. Ainda segundo o grupo radical, o cessar-fogo permitirá que centenas de caminhões com ajuda humanitária, medicamentos e combustíveis entrem em todas as áreas de Gaza. A expectativa é que o cessar-fogo dure cinco dias.

Brasileiros que deixaram Gaza viveram momentos de tensão e angústia
Foto: MRE/Divulgação

O cruzamento da fronteira de Gaza com o Egito neste domingo (12) representou mais um capítulo na jornada do grupo de 32 pessoas – 22 brasileiros de nascimento, sete palestinos naturalizados brasileiros, três palestinos familiares próximos, 17 crianças, nove mulheres e seis homens – para escapar do conflito entre o Hamas e Israel que já deixou mais de 12 mil mortos, dos quais cerca de 1.200 israelenses e 11 mil palestinos, sendo quase 70% mulheres e crianças.

 

Depois de um mês de agonia, o grupo de 32 pessoas chegou ao Cairo, onde dorme nesta noite. O avião que transportará os brasileiros vai decolar do Cairo às 11h50 (hora local) de amanhã (13). O pouso em Brasília está previsto para as 23h30. Duas pessoas do grupo, que constavam da lista original, desistiram da repatriação e decidiram permanecer em Gaza.

 

A jornada de repatriação, marcada por momentos de tensão, angústia e terror, teve início no dia 7 de outubro, logo após o atentado do Hamas a Israel. Foram dias de espera aguardando a inclusão na lista de pessoas autorizadas a atravessar a passagem de Rafah, o que só ocorreu na sétima lista.

 

Mesmo com a inclusão, os brasileiros ainda tiveram que aguardar, já que a fronteira de Rafah, em Gaza, para o Egito foi fechada no sábado (4) após ataque a ambulâncias, que deixou vários palestinos mortos e feridos.

 

A fronteira permaneceu fechada nos dias seguintes por razões de segurança. Na sexta-feira (10), ataques aéreos de Israel atingiram ao menos três hospitais na Faixa de Gaza e mantiveram a fronteira fechada.

 

Como a saída dos brasileiros e demais estrangeiros está condicionada à transferência dos feridos da Faixa de Gaza ao Egito, os confrontos em torno dos hospitais dificultaram a logística para saída das ambulâncias. Autoridades palestinas disseram que um bebê morreu e dezenas de outros pacientes estavam em risco devido ao cerco israelense a um dos hospitais.

 

Com o fechamento, os brasileiros tiveram que retornar aos abrigos, até que a autoridade da fronteira de Gaza anunciasse que a passagem terrestre de Rafah para o Egito seria reaberta neste domingo para quem tem passaporte estrangeiro.

 

Foram momentos de frustração desde o início do périplo dos brasileiros, logo após o Exército israelense anunciar intensa incursão terrestre e determinar o êxodo dos palestinos do norte de Gaza, habitada por mais de 1 milhão de habitantes, para o Sul, no dia 13 de outubro. No dia seguinte, uma parte dos brasileiros, que estavam abrigados em uma escola da Cidade de Gaza, iniciaram a jornada para Rafah

 

O governo brasileiro já havia mandado, no dia 12 de outubro, uma aeronave VC-2 (Embraer 190) da Presidência da República para resgatar brasileiros.

 

Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que havia entrado em contato com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, a fim de garantir uma passagem humanitária para os brasileiros fazerem a travessia entre Gaza e o Egito, a partir de onde seria mais viável permitir um retorno seguro.

 

Isso não ocorreu, no entanto, de imediato. Os brasileiros, que estavam em dois grupos, nas cidades de Rafah e Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza, tiveram que esperar uma pausa nos bombardeios para se deslocar com segurança. As cidades chegaram a registrar o maior número de mortes causadas pelos bombardeios de Israel no fim de outubro. Segundo a representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, os brasileiros relataram intenso bombardeio “com o uso de algum produto que afeta a respiração: ‘parece gás lacrimogêneo’”.

 

Durante esse período, os brasileiros sofreram com difíceis condições de sobrevivência. Foram momentos sem energia, sem comunicação. No dia 27, a empresa de telefonia Palestina Jawal informou o corte de todas as comunicações com a Faixa de Gaza.

 

O Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, só conseguiu retomar o contato com os brasileiros no dia seguinte. “Restabelecemos o contato com nossos nacionais nas duas cidades, e continuaremos monitorando a situação", informou o embaixador Alexandro Candeas, responsável pelo escritório.

 

Em Rafah, o grupo era formado por 18 pessoas, das quais nove crianças. Em Khan Younes, eram nove crianças, cinco mulheres e dois homens. Eles passaram por dificuldades para conseguir água e alimentos e tiveram que contar com o apoio da representação brasileira na Cisjordânia para conseguir itens básicos de alimentação.

 

Os brasileiros sofreram ainda com os bombardeios de Israel, que também atingiram o sul de Gaza. No dia 30, novo bombardeio atingiu um prédio ao lado da residência de uma das famílias de brasileiros em Khan Yunes. O fato foi registrado por Hasan Rabee, de 30 anos, que relatou o susto com o bombardeio.

 

“Acabou de cair uma bomba atrás desse prédio. Meu Deus do céu. As bombas não param. Está vendo a rua como ficou? As bombas não param. As crianças estão bem assustadas”, relatou o palestino naturalizado brasileiro.

 

Ele foi à rua para mostrar a destruição no prédio ao lado de onde estava abrigado. Contou que vizinhos tentavam salvar as pessoas atingidas pela bomba. “A casa que foi atacada ao lado de onde a gente está. Bastante gente ferida. Cidadãos fazendo ajuda humanitária para resgatar os feridos. Absurdo”, lamentou.

 

Hasan vive em São Paulo e foi a Gaza com as duas filhas e a esposa para visitar a família, poucos dias antes do início do conflito. O palestino naturalizado brasileiro contou à Agência Brasil que não já encontrava água mineral ou gás de cozinha.

 

“Água mineral a gente não tem, porque não acha. Antigamente, 500 litros (de água potável) eram 10 shekels, hoje 500 litros são 100 shekels, mas você não acha nunca. Não tem energia para filtrar essa água. Fruta é muito difícil achar na feira. A única coisa que a gente acha bastante é o pepino, o resto você não acha fácil ”, relatou.

 

SAÍDA

A demora na inclusão dos brasileiros vinha causando muita expectativa. A primeira lista autorizou um grupo de 450 estrangeiros a deixar a Faixa de Gaza no dia.

 

Além dos estrangeiros, foi autorizada também a saída de palestinos gravemente feridos. Os cerca de 81 feridos foram conduzidos em ambulâncias pela passagem da fronteira de Rafah com o Egito.

 

Em diversas ocasiões, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chegou a anunciar a autorização para os brasileiros cruzarem a fronteira com o Egito.

 

A veículos da imprensa brasileira, o chanceler disse que vinha conversando por telefone com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, e que havia obtido dele essa garantia.

 

Mas, com o passar dos dias, os nomes dos brasileiros não apareciam nas listas. Não apareceu na segunda, na terceira, na quarta, nem na quinta.

 

A expectativa passou para os dias seguintes, mas, sem a esperada resposta, os brasileiros permaneceram presos no sul de Gaza, ficando de fora também da sexta lista.

 

Essa ausência dos nomes gerou mal-estar nas relações diplomáticas entre o Brasil e Israel. Dos 3.463 estrangeiros autorizados a sair da Faixa de Gaza até a quarta-feira (8), 1.253 têm passaporte dos Estados Unidos, o que representava 36,1% do total. O principal aliado de Israel na guerra que o país declarou contra o Hamas lidera a lista de nacionalidades até agora autorizadas a deixar o enclave palestino.

 

Além dos Estados Unidos, mais oito países tiveram mais de 100 nacionais autorizados a sair da região. Essas nove nações somam 86% do total de estrangeiros autorizados a deixar Gaza. A segunda nacionalidade mais beneficiada foi a Alemanha, com 335 pessoas, o que representa 9,6% do total.

 

Em terceiro lugar está a Ucrânia, com 329 pessoas (9,5%) e, em quarto, a Jordânia, com 289 pessoas autorizadas a sair de Gaza (8,3%). Em seguida, estão o Reino Unido com 241 pessoas nas listas (6,9%), a Romênia com 154 (4,4%), as Filipinas com 153 (4,4%), o Canadá com 120 (3,4%) e a França com 111 (3,2%).

 

A demora foi considerada uma espécie de “retaliação” de Israel à postura do Brasil em relação ao conflito com o Hamas e ocorreu após críticas do presidente Luiz Inácio Lula Da Silva. O presidente disse que a postura do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, é de querer acabar com a Faixa de Gaza e classificou o ato como “insanidade".

 

Lula também defendeu o fim do poder de veto de membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para que a entidade assuma posição mais forte em relação ao conflito.

 

RETORNO

 

Palestino-brasileiro Hassan Rabee, que faz parte do grupo de brasileiros que serão repatriados de Gaza, aguarda na passagem de Rafah. Em rede social, Rabee postou imagens dos brasileiros após a travessia da fronteira. “Que Deus livre o povo de Gaza e os alivie”, escreveu.

 

Ele agradeceu ao presidente Lula o empenho pela repatriação. O presidente também se posicionou, na Rede X (antigo Twitter), Lula agradeceu o Itamaraty e a Força Aérea Brasileira (FAB).

 

“Parabéns para o Itamaraty e a FAB pela dedicação e competência exemplares na Operação Voltando em Paz, que buscou e acolheu os brasileiros que vivem na região do conflito e desejavam retornar ao Brasil”, escreveu.

Itamaraty confirma que grupo de brasileiros foi autorizado a cruzar a fronteira entre Gaza e o Egito nesta sexta
Fonte: Reprodução Internet

Comunicado divulgado pelo Itamaraty no final da tarde desta quinta-feira (9) afirma que o chanceler Mauro Vieira, após contato telefônico com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, recebeu a confirmação de que o grupos de 34 brasileiros que se encontra em Gaza serão autorizados a cruzar a fronteira para o Egito nesta sexta (10). Este foi o 4º contato entre os dois ministros para tratar da situação dos brasileiros retidos em Gaza. 

 

De acordo com o comunicado do Itamaraty, o ministro israelense teria dito que fechamentos inesperados da passagem de Rafah, o posto entre Gaza e o Egito, teriam impedido a inserção dos brasileiros na lista das pessoas autorizadas a cruzar a fronteira. O grupo que inclui 18 crianças, 10 mulheres e seis homens cruzarão a fronteira na manhã desta sexta, um mês depois dos ataques do Hamas a Israel.

 

Os brasileiros que estão em Gaza vinham sendo assistidos pela Representação Brasileira em Ramala, na Cisjordânia. O grupo aguardava liberação para cruzar a fronteira dividido entre duas cidades palestinas: 18 na cidade fronteiriça de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito; e 16 em Khan Yunis.

 

A saída dos brasileiros era aguardada com expectativa. Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, o governo brasileiro vinha empregando esforços para retirar civis brasileiros tanto de Israel quanto da Faixa de Gaza. Porém, a negociação para a saída de Gaza acabou se tornando mais lenta e imprevisível.

 

Segundo o Itamaraty, o esquema de resgate dos brasileiros prevê auxílio desde a saída da Faixa de Gaza, com equipes e ônibus de prontidão, medicamentos e alimentação, até o embarque no Aeroporto do Cairo, onde uma aeronava da Força Aérea Brasileira (FAB) os aguarda desde a semana passada. A expectativa é que o desembarque em Brasília aconteça na manhã de domingo (12). O roteiro inclui três paradas técnicas: Roma, na Itália; Las Palmas, na Espanha; e Recife.

 

Integrantes do governo disseram à CNN que há a expectativa de que os brasileiros sejam recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Base Aérea de Brasília.


 

Grupo de brasileiros tem expectativa de sair de Gaza na quinta-feira; Itamaraty não confirma
Foto: Embaixada do Brasil na Palestina

 

A diplomacia do Brasil informou aos brasileiros em Gaza que os responsáveis dos países envolvidos na evacuação de civis do enclave avisaram às embaixadas que a saída do grupo pela fronteira com o Egito será nesta quinta-feira (9).

 

LEIA TAMBÉM

 

No entanto, apesar de os brasileiros terem recebido a previsão, nem o Itamaraty, nem o Escritório da Representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, confirmam a informação. 

 

A expectativa inicial era de que os 34 brasileiros presos no sul da Faixa de Gaza deixassem o local rumo ao Egito até esta quarta-feira (8), porém, eles ficaram fora da sexta lista de estrangeiros autorizados a deixar o enclave palestino divulgada nesta quarta-feira (8). As informações são da Agência Brasil.

 

O chancelar brasileiro Mauro Vieira informou semana passada que o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, deu garantias de que os brasileiros deixariam Gaza até esta quarta-feira. Os ministros conversaram, por telefone, na última sexta-feira (3).

 

Nesta quarta-feira, a assessoria do Itamaraty informou que as negociações para a saída dos brasileiros do enclave continuam sendo feitas com autoridades dos países envolvidos, por meio das embaixadas do Brasil no Cairo, no Egito, em Tel Aviv, em Israel, e em Ramala, na Cisjordânia.

 

Na lista de estrangeiros autorizados a deixar Gaza nesta quarta-feira, divulgada pelo Escritório da Representação do Brasil, em Ramala, constam 601 estrangeiros. A maioria são pessoas com passaporte da Ucrânia, 228 ao todo. Em seguida, estão os nacionais das Filipinas (107), Estados Unidos (100), Alemanha (75), Romênia (51) e Canadá (40).  

 

No último sábado (4), a saída do enclave foi suspensa depois que Israel bombardeou um comboio de ambulâncias que levariam feridos para o Egito. A fronteira de Rafah só foi reaberta nessa segunda-feira (6). 

 

Segundo o Itamaraty, a lista é feita pelas autoridades israelenses e egípcias. Porém, a Embaixada de Israel no Brasil informou, por meio da assessoria, que as listas são preparadas por “entidades e organismos internacionais”, mas não informam que entidades seriam essas. Já a Embaixada do Egito no Brasil não respondeu aos questionamentos enviados pela Agência Brasil. 

Israel cerca cidade de Gaza com tanques e dá a civis 4 horas para deixarem local
Foto Kobi Gideon - GPO/Fotos públicas

O governo de Israel concedeu aos civis que ainda estão presos dentro da Cidade de Gaza um prazo de quatro horas nesta terça-feira (7) para deixarem o local. A região está cercada e, de acordo com a Reuters, os moradores que fugiram da cidade disseram que passaram por tanques em posição para invadir a cidade.


Israel confirma que suas forças cercaram a Cidade de Gaza, onde vive um terço dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, e estão prontas para atacá-la em breve em sua campanha para aniquilar os militantes do Hamas. Toda a guerra começou após um ataque do gurpo em cidades israelenses há exatamente um mês, no dia 7 de outubro.

A janela de trégua para a saida de cidadão foi de 10h às 14h. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país assumiria a responsabilidade pela segurança do território por um período indefinido assim que derrotar os militantes que o controlaram nos últimos 16 anos.

Ainda de acordo com a Reuters, os moradores dizem que tanques israelenses têm se movimentado principalmente à noite. A única saída humanitária na região é pelo Egito, na passagem de Rafah. 

VÍDEO: Rússia dispara 40 drones contra Ucrânia em maior ataque das últimas semanas
Foto: Reprodução / Redes Sociais

A Rússia realizou um ataque com drones 40 drones contra a Ucrânia, na madrugada desta sexta-feira (3), sendo a maior investida do Kremlin contra Kiev nas últimas semanas.

 

De acordo com o jornal Britânico The Guardian, os veículos aéreos não tripulados atingiram uma instalação militar em Ivano-Frankivsk e causaram incêndios na cidade de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana. A infraestrutura civil também foi afetada pelo ataque.

 

Nas redes sociais, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, postou um vídeo do estrago que, de acordo com ele, os 40 drones Shahed, fabricados pelo Irã, e 1 míssil Kh-59, fizeram a “pacatas vilas e cidades em dez regiões da Ucrânia, de leste e sul a oeste”. Veja:

 

 

A Força Aérea da Ucrânia afirmou que abateu 24 dos 40 drones. Essa ação foi considerada um dos maiores ataques com drones direcionados às cidades de Kharkiv, Odesa, Kherson e à região de Lviv, na fronteira com a Polônia. 

 

Segundo Zelensky, de acordo com relatórios preliminares, não houve vítimas, e as consequências do ataque “estão sendo tratadas”. Ele falou que está fortalecendo a defesa aérea e a artilharia de defesa móvel da Ucrânia.

 

Além disso, o presidente ucraniano afirmou que, à medida que o inverno se aproxima, os russos tentarão causar mais danos nas infraestruturas de energia, que eles alertam estar mais vulneráveis do que no ano passado, pois possuem menos capacidade excedente e poucos equipamentos.

Brasileiros ficam de fora da 3ª lista da travessia de Gaza ao Egito; Itamaraty enviará questionamentos sobre liberação
Foto: Reprodução / TV Record

O Brasil envia nesta sexta-feira (3) questionamentos ao governo do Egito sobre os critérios de liberação para que estrangeiros deixem a Faixa de Gaza. A decisão do Itamaraty vem depois de os brasileiros não integrarem por mais uma vez a lista de estrangeiros autorizados a sair da região. 

 

De acordo com informações do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, o Itamaraty quer saber o motivo pelo qual os brasileiros ainda são mantidos na região, mesmo tendo sido o Brasil o primeiro país a pedir a abertura de Rafah.

 

Conforme a terceira lista publicada pela administração do posto de controle de Rafah, onde é feita a passagem de Gaza para o Egito, 571 pessoas estão autorizadas a fazer a travessia – nenhuma delas brasileira. A maioria dos cidadãos são norte-americanos, britânicos, italianos, alemães, mexicanos e indonésios.

 

Até essa quinta (2), apenas cidadãos dos seguintes países foram autorizados a entrar no Egito por Gaza: Azerbaijão, Austrália, Áustria, Bulgária, Barhein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Estados Unidos, Finlândia, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Indonésia, Jordânia, Japão, Macedônia, México, República Tcheca, Suíça, Sri Lanka e Chade. Ao todo, mais de mil pessoas já entraram pela fronteira africana.

 

O Itamaraty estuda enviar diplomatas ao Egito para negociar a liberação. Na visão do Ministério das Relações Exteriores, “não faz sentido” o veto a brasileiros.

 

Até agora, nenhum brasileiro deixou a Faixa de Gaza pelo Egito. A fronteira foi aberta apenas na quarta-feira (1º) e contou com a liberação de poucos estrangeiros e agentes da Cruz Vermelha.

 

O Brasil já havia enviado o chanceler Mauro Vieira ao Egito para conversar sobre a abertura de Rafah. Além dos brasileiros, o ministro pediu a liberação de palestinos feridos, além de mulheres, idosos e crianças.

Em nove voos, Brasil resgatou 1.445 pessoas e 53 pets da região de conflito entre Israel e Hamas
Foto: Vinícius Schmidt / Metrópoles

 

A Operação Voltando em Paz já resgatou 1.445 mil pessoas e 53 animais domésticos da região de conflito entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas, desde o início da guerra. Nesta quinta-feira (2) o novo voo, operado pela Força Aérea Brasileira (FAB), pousou em solo nacional trazendo 32 cidadãos vindos da Cisjordânia, em território palestino.

 

O brasileiro Amer Adiz, de 40 anos, é um dos repatriados que chegaram na aeronave, acompanhado dos quatro filhos. Amer integra um grupo de brasileiros que saíram de Amã, capital da Jordânia, na tarde desta quarta-feira (1º). O grupo é composto por 12 homens, 9 mulheres – entre eles, seis são idosos – e 11 crianças, além de dois cadeirantes.

 

A expectativa da família é poder voltar ao território quando houver um cessar-fogo e a situação estiver novamente estabilizada. As informações são do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias. 

 

“Meus filhos estavam morando lá, fui lá e fiquei dois meses, mas tive que voltar por causa da guerra. Agora a gente está mais aliviado. Está bem complicada a situação lá. Mas vamos ver, se Deus quiser vai melhorar a situação lá, para gente poder voltar”, declarou Amer à imprensa após desembarcar em Brasília. Ele e os filhos seguem para Foz do Iguaçu, no Paraná.

 

Uma aeronave está no Cairo, capital do Egito, aguardando a autorização para retirada de 34 brasileiros que ainda estão impedidos de sair da Faixa de Gaza.

O Itamaraty negocia via diplomacia a inclusão do grupo na lista de estrangeiros autorizados a deixar o enclave palestino, mas ainda não teve o sinal verde dos governos egípcio e israelense.

 

Aeronaves que já pousaram no Brasil:

 

  • KC-30 (Airbus A330 200): 211 passageiros

  • KC-30 (Airbus A330 200): 214 passageiros + 4 pets

  • KC-390 Millennium (Embraer): 69 passageiros

  • KC-30 (Airbus A330 200): 207 passageiros + 4 pets

  • KC-30 (Airbus A330 200): 215 passageiros + 16 pets

  • KC-30 (Airbus A330 200): 219 passageiros + 11 pets

  • KC-390 Millennium (Embraer): 69 passageiros + 9 pets

  • KC-30 (Airbus A330 200): 209 passageiros + 9 pets

  • VC-2 (Embraer 190): 32 passageiros

 

A força-tarefa, intitulada Operação Voltando em Paz, começou após Israel declarar guerra contra os extremistas do Hamas.

Ajuda humanitária enviada à Gaza é “insuficiente”, afirmam entidades
Foto: Reprodução / Rede Globo

Entidades internacionais de ajuda humanitária afirmaram hoje (29) que os caminhões com remédios e mantimentos liberados por autoridades israelenses para atender a população civil na Faixa de Gaza possuem um número insuficiente.

 

LEIA TAMBÉM

 

Segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), antes do início da Guerra entre o Estado de Israel e o Hamas, cerca de 300 a 500 caminhões com suprimentos entravam diariamente em Gaza para ajudar a população. Desde o último dia 20, foram autorizados a entrar no enclave apenas 118 caminhões. As informações são da Agência Brasil.

 

“Uma resposta extremamente inadequada às necessidades constantes e crescentes em Gaza”, destacou a organização MSF, em publicação.

 

De acordo com o presidente internacional da MSF, Christos Christou, a entidade está pronta para aumentar a ajuda humanitária a Gaza, com equipes e suprimentos médicos de prontidão. “Mas, enquanto os bombardeios continuarem com a intensidade atual, qualquer esforço para aumentar a ajuda médica será inevitavelmente insuficiente”, disse.

 

Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados da Palestina (UNRWA) informou que milhares de pessoas invadiram, neste sábado (28), armazéns e centros de distribuição da agência nas áreas central e Sul da Faixa de Gaza para pegar farinha de trigo e itens básicos de sobrevivência, como suprimentos de higiene pessoal.

 

“Este é um sinal preocupante de que a ordem civil começa a ruir depois de três semanas de guerra e de um cerco rigoroso a Gaza. As pessoas estão assustadas, frustradas e desesperadas. As tensões e o medo são agravados pelos cortes nos telefones e nas linhas de comunicação pela Internet. Eles sentem que estão sozinhos, isolados das suas famílias dentro de Gaza e no resto do mundo”, disse o diretor de assuntos da UNRWA na Faixa de Gaza, Thomas White.

 

De acordo com a agência da ONU, o deslocamento em massa de pessoas do Norte da Faixa de Gaza para o Sul faz com que a estrutura da região Sul entrasse em colapso. Há famílias que receberam até 50 parentes e agora estão todos abrigados em uma mesma casa.

 

“Os fornecimentos no mercado estão esgotando enquanto a ajuda humanitária que chega à Faixa de Gaza em caminhões provenientes do Egito é insuficiente. As necessidades das comunidades são imensas, mesmo que apenas para a sobrevivência básica, enquanto a ajuda que recebemos é escassa e inconsistente”, destacou White.

 

Segundo a agência, neste sábado, não houve ingresso de caminhões com ajuda humanitária devido ao apagão nas comunicações: a UNRWA – principal intermediadora na recepção e armazenamento de ajuda na Faixa de Gaza – não conseguiu estabelecer comunicação com os diferentes agentes envolvidos no processo para coordenar a passagem do comboio.

 

“Apelamos a uma linha de fluxo regular e constante de fornecimentos humanitários para a Faixa de Gaza para responder às necessidades, especialmente à medida que as tensões e frustrações aumentam”, acrescentou White.

 

A UNRWA relatou que parte dos serviços e ligações à Internet foram restabelecidos neste domingo.

Mauro Vieira participa de nova reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, embarca neste domingo (29) para Nova York, onde participará da reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para tratar da guerra entre Israel e o Hamas, de acordo com o Itamaraty.

 

A reunião vai ocorrer nesta segunda-feira (30) e será mais uma tentativa de definir medidas para garantir o acesso da população de Gaza à assistência humanitária e proteger os civis. O Brasil preside o colegiado até o dia 31 de outubro. As informações são da Agência Brasil.

 

LEIA TAMBÉM

 

Desde a primeira reunião do Conselho de Segurança para debater o avanço da guerra, pelo menos quatro propostas de resoluções foram vetadas pelos países que fazem parte do órgão das Nações Unidas. Foram duas propostas da Rússia, uma do Brasil e outra dos Estados Unidos.

 

O Conselho de Segurança da ONU é o responsável por zelar pela paz internacional. Ele tem cinco membros permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Fazem parte do conselho rotativo Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes.  

 

BRASILEIROS EM GAZA

Neste sábado (28), o Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia, informou que retomou contato telefônico com os brasileiros que estão nas cidades de Rafah e Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza. Bombardeios derrubaram a rede de telefonia na última sexta-feira.

 

Segundo a representação brasileira, a comunicação foi restabelecida, e não há relatos de pessoas feridas em decorrência dos bombardeios. O grupo é formado por 34 pessoas, sendo 24 brasileiros, sete palestinos em processo de imigração e três palestinos familiares. Eles aguardam sinal verde do governo egípcio para serem resgatados e retornarem ao Brasil.

Maioria em pesquisa diz que Lula errou em não classificar Hamas como terrorista, mas elogia repatriações
Foto: Reprodução X (antigo Twitter)

O Brasil errou em não classificar o grupo Hamas como terrorista. Esta é a opinião de 57% do contingente de pessoas entrevistadas para a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (25). De acordo com a sondagem, outras 26% disseram que o governo brasileiro acertou em não taxar o Hamas como terrorista, e 17% não sabem ou não quiseram responder ao questionamento. 

 

Logo no início do conflito, com a invasão de militantes do Hamas a Israel e o assassinato e sequestro de civis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu declarações nas quais não citou nominalmente o grupo e nem o classificou como terrorista. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que tradicionalmente, o governo brasileiro só considera um grupo como terrorista se ele for considerado dessa forma pela Organização das Nações Unidas (ONU). Essa classificação já foi dada a grupos islâmicos como Boko Haram, Al-Qaeda e Estado Islâmico.

 

Depois de ser criticado pela oposição por não classificar o Hamas como terrorista, Lula mudou sua abordagem nos últimos dias, e recentemente, afirmou que o grupo que defende a libertação da Palestina “cometeu terrorismo”, além de dizer que Israel reagiu de “forma insana” ao matar crianças na Faixa de Gaza. Apesar das críticas, a grande maioria dos entrevistados (85%) avaliou positivamente a iniciativa do presidente de conversar com líderes do Oriente Médio para garantir o retorno dos brasileiros. 

 

Os mesmos 85% consideram um fator positivo o presidente Lula ter disponibilizado voos da Força Aérea Brasileira (FAB), e outros 72% enxergaram positivamente a prioridade dada pelo governo para a operação de resgate dos brasileiros que se encontram na região do conflito. 

 

A pesquisa realizada pela Genial Investimentos em parceria com o Instituto Quaest teve outros pontos negativos para o governo do presidente Lula. Para 49% dos entrevistados, as viagens internacionais do presidente não têm trazido bons resultados para o Brasil. Outros 40% disseram acreditar que as viagens trazem bom resultado, e 11% disseram não saber ou não responderam. 

 

Ainda em relação às viagens presidenciais, 55% afirmaram serem elas “excessivas”, e 37% responderam que são “adequadas”. Para 60%, o presidente se dedica mais do que devia às viagens internacionais, e 27% acham que Lula está certo em sua agenda no exterior. Até passar por uma operação no quadril e ficar três semanas em recuperação, o presidente Lula havia realizado 14 viagens internacionais e visitado 18 países neste ano de 2023.

 

Na área econômica, a pesquisa Genial/Quaest também trouxe más notícias para o presidente Lula e o governo. Para 49% dos entrevistados, o Brasil está indo na direção errada, enquanto 43% dizem considerar que o país caminha na direção certa. O levantamento mostra também que aumentou a quantidade de pessoas que enxergam uma piora na economia nos últimos 12 meses. Da última pesquisa divulgada em agosto para esta mais recente, aumentou de 23% para 32% a quantidade de pessoas que dizem que a economia do Brasil piorou. 

 

Neste mesmo tópico, 33% responderam que a economia melhorou nos últimos 12 meses (esse contingente era de 34% na pesquisa anterior), e outros 33% disseram que não houve mudanças no cenário econômico no período especificado. Em relação à expectativa para os próximos 12 meses, 50% disseram acreditar que vai melhorar, 28% acham que vai piorar, e 18% afirmam que ficará do mesmo jeito. 

Otto "indica" Lula para Nobel da Paz por tentativa de conter violência contra civis no Oriente Médio
Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria receber o próximo Prêmio Nobel da Paz, pelos acertos na forma como está conduzindo esforços diplomáticos de paz diante do conflito entre Israel e o Hamas, e pela bem sucedida operação de repatriação de brasileiros que se encontram na região conflagrada. A opinião foi dada ao Bahia Notícias pelo senador Otto Alencar, do PSD da Bahia. 

 

“Na minha opinião, o presidente Lula está acertando em tudo, até porque ele é um pacificador. Em um julgamento justo, o presidente Lula deveria ganhar esse Prêmio Nobel da Paz que virá agora. Ele está fazendo o possível para atenuar o problema na região, para pacificar esse conflito tão complicado que está acontecendo”, disse o senador baiano. 

 

A diplomacia brasileira tentou nesta semana aprovar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que pedia a condenação dos ataques terroristas do Hamas e também exigia o fim do bloqueio à Faixa de Gaza. A proposta formulada pelo Brasil pedia a libertação imediata e incondicional de todos os reféns civis, que todos os lados cumprissem com suas obrigações diante das leis internacionais para garantia de direitos humanos, além do restabelecimento de corredores humanitários e outras iniciativas de auxílio a civis. Também constava na resolução a exigência de provisão contínua de bens e serviços essenciais a civis, “incluindo eletricidade, água, combustível, comida e suprimentos médicos”.

 

O texto apresentado pelo Brasil recebeu 12 votos e duas abstenções entre os 15 países membros do Conselho de Segurança da ONU. A resolução só não foi aprovada devido ao veto dos Estados Unidos, que protestou contra falta de menção do direito de Israel de se defender dos ataques do Hamas. Como os EUA são um membro permanente do Conselho de Segurança, possuem poder de veto, e inviabilizaram a proposta liderada pelo Brasil.

 

Ao participar de audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, corroborou a opinião dada pelo senador Otto Alencar sobre a atuação de destaque do Brasil na tentativa de pacificar o conflito no Oriente Médio. O chanceler afirmou que o esforço brasileiro no Conselho de Segurança da ONU deveria ser visto como bem sucedido, já que, segundo ele, é difícil alcançar um número de votos suficientes para a aprovação de uma resolução.

 

“Não temos uma resolução aprovada no Conselho de Segurança desde 2016, e na maioria das vezes não há número suficiente de votos. Só se produz o veto se há condições de a proposta ser aprovada. Foi um caso único. Foi uma vitória diplomática brasileira ter conseguido reunir 12 países que uniram forças com o Brasil. É uma grande conquista”, salientou o ministro do chanceler.

 

Ao Bahia Notícias, o senador Otto Alencar afirmou que a ONU e os Estados Unidos seguem errando e dando munição para a permanência dos conflitos na região ao não reconhecerem o Estado Palestino. 

 

“O problema no Oriente Médio não é pela religião, é uma disputa pela posse da terra, que começou na formação do Estado de Israel, que aconteceu em 1948, logo depois da Segunda Guerra Mundial, depois do povo de Israel ter sofrido o que sofreu com Hitler, com o Holocausto, o que cortou o coração da humanidade. Mas, depois disso, acho que, ao meu ver, a ONU e também os Estados Unidos não tiveram a capacidade de reconhecer o Estado Palestino como deveria acontecer, tanto na faixa de Gaza como na Cisjordânia. Isso é um erro da ONU, que eu considero muito grave, que deixa de estabelecer os critérios para uma convivência harmônica e respeitosa”, afirmou o senador.

 

Otto Alencar disse ainda não entender como na região onde nasceu Jesus Cristo possa haver tanta falta de tolerância, tanto radicalismo e tamanha violência que deixa como vítimas principalmente pessoas inocentes, crianças inclusive. 

 

“Eu sou católico, leio muito a Bíblia, tenho fé muito em Deus e Jesus Cristo, nos santos católicos também. E fico às vezes a imaginar como que na Terra onde nasceu Jesus Cristo, onde Ele cresceu, onde Ele viveu, onde Ele pregou o Evangelho, possa ter essa violência tão bárbara, que possa assassinar pessoas inocentes e continuar isso sem uma solução. E não falta inteligência ao povo judeu. Não falta inteligência ao povo palestino. Como é que não conseguem encontrar a paz?”, questionou o senador Otto Alencar.

Hamas divulga primeiro vídeo de uma jovem refém capturada durante o dia dos ataques a Israel
Foto: Reprodução X

O grupo extremista Hamas divulgou nesta segunda-feira (16) o primeiro vídeo que mostra uma refém israelense que foi capturada próximo à Faixa de Gaza. O curto vídeo que circulou nas redes sociais mostrou uma jovem chamada Mia Schem, de 21 anos, sendo tratada após ser ferida no braço e posteriormente falando para a câmera.

 

Mia Schem foi sequestrada por terroristas do Hamas enquanto participava de uma rave no deserto no Kibutz Re'im. Os membros do grupo invadiram a rave e mataram mais de 260 participantes do festival como parte do massacre em que mais de 1.300 pessoas foram mortas em Israel, a grande maioria civis.

 

No vídeo, a jovem Mia Schem disse que foi operada por três horas. “Olá, eu sou Mia Schem. Tenho 21 anos e sou de Shoham. Atualmente estou em Gaza. Regressei no sábado de manhã cedo de Sderot. Eu estava numa festa. Machuquei muito na mão. Fui operada no hospital em Gaza durante três horas”, disse ela. 

 

“Estou sendo cuidada, estou recebendo remédios. Só peço para voltar para casa o mais rápido possível, para minha família, para meus pais, para meus irmãos. Por favor, tire-me daqui o mais rápido possível”, concluiu a jovem. 

 

Zeev Scharfum, avô de Mia Schem, disse às agências internacionais de notícias que a mãe da jovem, Keren Schem, está muito nervosa e pedindo apoio para retirá-la de Gaza.

 

“Keren está em muito mau estado, está muito nervosa, estamos buscando sustentar-nos, a minha mulher e eu… temos três filhas, uma é mãe de Mia. Estamos tentando pedir apoio em todo o lado que podemos. Vemos as notícias e o que percebemos é que dentro de pouco tempo Israel vai entrar (para Gaza), quem sabe, talvez consigam chegar até eles. É essa a esperança que temos”, acrescentou o avô de Mia Schem.

 

O Hamas parece ter escolhido Mia Schem para o seu primeiro vídeo de um refém por ela ter dupla cidadania israelita-francesa. As Forças de Defesa de Israel disseram que a família de Schem foi notificada na semana passada de que ela estava detida em Gaza.

 

A divulgação do vídeo ocorreu no mesmo dia em que o porta-voz militar do Hamas, Abu Obeida, disse que não havia uma contagem definitiva do número de prisioneiros “devido a dificuldades práticas e de segurança”. Obeida afirmou ainda, em um vídeo gravado, que havia entre 200 e 250 em Gaza e que 200 deles estavam nas mãos do Hamas.

 

Confira: 

 

Brasileiros podem deixar Gaza nesta segunda, diz embaixador na Cisjordânia
Foto: Abed Rahim Khatib / Getty Images

O embaixador do Brasil na Cisjordânia, Alessandro Candeas, disse neste domingo (15) esperar que os brasileiros que aguardam repatriação na Faixa de Gaza possam atravessar a fronteira para o Egito, em passagem próxima à cidade de Rafah, na segunda-feira (16). As informações são Reuters.

 

LEIA TAMBÉM

 

Segundo ele, a embaixada recebeu a informação de brasileiros que estão em Gaza de que "circulam rumores" de que a fronteira será aberta na segunda, e também confirmou essa informação por outro canal.

 

Um grupo de 28 pessoas, 22 brasileiros e seis palestinos com residência no Brasil, segue abrigado nas cidades de Rafah e Khan Yunis, no sul de Gaza, aguardando autorização para cruzar a fronteira.

 

O embaixador afirmou que a saída dos brasileiros depende da abertura da passagem para o Egito e também da autorização das autoridades de imigração, que precisam carimbar os passaportes dos brasileiros.

 

"No nível político tudo já está feito. É necessário apenas que, uma vez que seja aberta a fronteira, o funcionário que está ali, que vai receber os brasileiros, ele tenha a lista e autorize o ingresso. Esperamos que isso aconteça amanhã, essa é a nossa expectativa", disse Candeas.

 

Segundo o governo brasileiro, assim que o grupo puder cruzar para o Egito, eles serão trazidos ao Brasil no avião VC-2 da Presidência da República, que tem capacidade para transportar até 40 passageiros. Outros cinco voos de repatriação já foram feitos para trazer brasileiros e familiares de Israel.

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, vêm negociando a abertura da fronteira desde a semana passada para poder resgatar o grupo. Entre sexta e sábado, o presidente abordou a questão em telefonemas com o presidente de Israel, Isaac Herzog, o presidente do Egito, Abdul Fatah al-Sisi, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

 

REABERTUA DE FRONTEIRAS

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou neste domingo que a passagem fronteiriça controlada pelo Egito na Faixa de Gaza será reaberta e que os Estados Unidos estão trabalhando com egípcios, israelenses e a Organização das Nações Unidas (ONU) para que auxílio humanitário possa chegar à região.

 

Centenas de toneladas de ajuda foram enviadas de vários países e estão esperando há dias na península do Sinai, no Egito. Falta um acordo para sua entrega em segurança em Gaza, além da evacuação de estrangeiros por meio da fronteira em Rafah.

 

O Egito afirmou que intensificou seus esforços diplomáticos para resolver o impasse. “Colocamos para funcionar, o Egito botou para funcionar muitos materiais de apoio ao povo em Gaza, e Rafah será reaberta”, afirmou Blinken a repórteres no Cairo, depois do que disse ter sido uma “conversa muito boa” com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi.

 

“Estamos estabelecendo com a ONU, o Egito, Israel e outros o mecanismo pelo qual vamos receber a ajuda e como ela chegará às pessoas que precisam”, finalizou.

Guerra entre Israel e Hamas já deixou mais de 3 mil mortos, afirmam autoridades
Foto: Reprodução

O conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas chegou ao sétimo dia e ultrapassou a marca de 3 mil óbitos. Em guerra desde sábado (7), quando os radicais do Hamas invadiram Israel, matando e sequestrando civis, o número de mortos e feridos vem crescendo em larga escala, com ampla crise humanitária.

 

Nesta sexta-feira (13), o Ministério da Saúde palestino confirmou que 1.799 pessoas morreram na Faixa de Gaza nesse período. Já as Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram 1,3 mil mortes. A soma é de 3.099, além de 11 óbitos confirmados na Cisjordânia. As informações ssão do portal Metrópoles, Parceiro do Bahia Notícias.

 

LEIA TAMBÉM

 

Segundo informações do jornal norte-americano The New York Times, militares israelenses atacaram a Cisjordânia após palestinos participarem de um protesto contra o governo de Israel e em solidariedade a Gaza. Há ainda cerca de 10 mil feridos, sendo 6.388 devido a bombardeios israelenses em retaliação ao ataque do grupo radical islâmico Hamas.


EVACUAÇÃO DA FAIXA DE GAZA
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou ordem de evacuação enviada pelas Forças de Defesa israelenses. De acordo com o comunicado, todos os habitantes do norte da Faixa de Gaza devem abandonar a região e seguir para o sul nas próximas 24 horas.


Segundo a entidade, militares alertam que “toda a população de Gaza ao norte de Wadi Gaza [rio que divide a região em sul e norte]” deve ir para o sul. O texto foi enviado para cidadãos abrigados em instalações da ONU. A Cidade de Gaza, capital da ocupação, fica no norte.

VÍDEO: presidente da Comissão Europeia corre para bunker em Israel após soarem sirenes antimísseis
Foto: Reprodução / Redes Sociais

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, tiveram que correr às pressas para um bunker, nesta sexta-feira (13), poucas horas após chegar em Israel para prestar solidariedade às vítimas da guerra com o Hamas. Elas precisaram se abrigar em um bunker após soarem sirenes antimísseis em Tel Aviv.

 

 

A visita das presidentes de duas das instituições mais importantes da União Europeia ocorre no sétimo dia de guerra entre Israel e o grupo radical Hamas, que resultou na morte de 2,6 mil pessoas. O número de feridos passa de 10 mil. O montante soma vítimas tanto do lado palestino quanto israelense.

 

LEIA TAMBÉM 

 

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou no X ter chegado a Israel por volta de 12h, horário local, para expressar solidariedade ao país após os ataques terroristas de sábado do Hamas.

 

“Cheguei a Israel com a presidente do Parlamento Europeu para expressar a nossa solidariedade ao povo israelita após o terrível ataque terrorista do Hamas. Estamos aqui com uma mensagem de solidariedade”, afirmou a presidente.

 

Ataque do Hamas já deixa mais de 380 mortos em Israel
Foto: Reprodução / TV Globo

O bombardeio feito pelo movimento islâmico armado Hamas em Israel, neste sábado (7), matou ao menos 382 pessoas, segundo dados dos serviços de urgência. Desse total, 150 foram mortas em Israel e 232 na Faixa de Gaza. Outras milhares de pessoas ficaram feridas. O Ministério de Saúde de Israel afirmou que pelo menos 1.104 pessoas foram levadas a hospitais para serem atendidas. Dessas, há 17 em estado crítico.

 

O ataque surpresa na manhã de hoje, no horário local, é considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos. De acordo com informações do G1, os ataques aconteceram principalmente na parte sul de Israel. 

 

Milhares de foguetes foram lançados e, em comunicado, os militares de Israel afirmaram que “vários terroristas infiltraram-se no território israelita a partir da Faixa de Gaza”.

 

Ao reivindicar a autoria do ataque, o grupo Hamas afirmou se tratar do início de uma grande operação para a retomada do território. Em resposta aos ataques, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país está em estado de guerra. O premiê lançou a operação "Espadas de Ferro" e convocou uma reunião de emergência com autoridades de segurança. O país convocou uma grande quantidade de reservistas.

 

O ministro da Defesa do país, Yoav Galant, afirmou que o Hamas cometeu um "grande erro". O premiê israelense também pediu aos cidadãos que sigam as instruções de segurança. A recomendação é que as pessoas fiquem próximas a prédios e espaços protegidos.

 

“As Forças de Defesa de Israel defenderão os civis israelenses e a organização terrorista Hamas pagará um alto preço pelas suas ações”, disse o comunicado divulgado pelos militares israelenses.

 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou com o premiê israelense e afirmou que o país está pronto para oferecer “todos os meios apropriados de apoio”. (Atualizada às 15h22)

Lula e Zelensky se encontram em Nova York e conversam sobre os "caminhos para construção da paz"
Foto: Ricardo Stuckert/PR

“Uma boa conversa sobre a importância dos caminhos para construção da paz e de mantermos sempre o diálogo aberto entre nossos países”. Desta forma o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se referiu ao encontro com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no final da tarde desta quarta-feira (20), em Nova York, nos Estados Unidos. 

 

O encontro com Zelensky aconteceu no hotel onde Lula está hospedado em Nova York. Os dois líderes se encontraram em território americano por conta da participação de ambos na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

 

Em postagem nas suas redes sociais, o presidente ucraniano disse que foi uma “reunião importante”, e que os diplomatas dos dois países seguirão conversando em busca de uma fórmula para a obtenção da paz no conflito com a Rússia.

 

“Reunião importante com Lula. Após a nossa discussão honesta e construtiva, instruímos as nossas equipas diplomáticas a trabalhar nos próximos passos nas nossas relações bilaterais e nos esforços de paz. O representante brasileiro continuará participando das reuniões da Fórmula da Paz, afirmou Zelensky.

 

Também participaram do encontro o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, e o assessor especial de assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim. Por parte do governo ucraniano, a reunião contou com a presença do chefe de gabinete da Presidência, Andrii Iermak, o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, além do assessor-chefe para assuntos militares da Ucrânia.

 

Ao final do encontro, em conversa com a imprensa, o ministro Mauro Vieira disse que a conversa entre os dois presidentes foi amigável e que os dois seguirão dialogando pela construção da paz. 

 

“O presidente Lula e o presidente Zelensky tiveram uma longa discussão, em ambiente tranquilo, amigável, em que trocaram trocaram informações de cada um dos países e situação do mundo neste momento. Eles, os presidentes, instruíram as suas equipes, os seus ministros do Exterior, para continuar em contato para desenvolver as relações bilaterais e discutir as possibilidades de paz”, disse o chanceler brasileiro. 
 

Em jogo 1000 da sua história, Alemanha empata com Ucrânia por 3 a 3
Foto: AFP

 

A Data Fifa começou e várias seleções do mundo irão entrar em campos nos próximos dias. Disputando jogo amistoso amistoso  beneficente em prol dos afetados pela guerra entre Ucrânia x Rússia, as seleções da Alemanha e Ucrânia ficaram em um animado empate por 3 a 3, na tarde desta segunda (12), em Bremen, na Alemanha. 

 

Em seu milésimo jogo da história, a seleçã alemã de futebol, tetracampeã da Copa do Mundo e tricampeã da Eurocopa, chegou a estar perdendo por 3 a 1, mas evitou a derrota em casa com gols aos 40 e 51minutos  do 2° tempo. 

 

O time treinado pelo técnico Hansi Flick abriu o placar com Niclas Fullkrug, mas sofreu a virada ainda antes dos 23 do primeiro tempo com Viktor Tsygankov e Antonio Rudiger (contra). No 2º tempo, o mesmo Tsygankov ampliou para a Ucrânia antes de Havertz e Kimmich fecharem o placar. 

 

Na próxima sexta-feira (16) e terça (20), a Alemanha disputará amistosos contra Polônia e Colômbia na sequência da Data Fifa. Como anfitrião da Eurocopa 2024, o Nationalelf não participa das eliminatórias. Já a Ucrânia se concentra em sua classificação ao torneio. A equipe irá enfrentar Macedônia do Norte, dia 16, e Malta, dia 19, pelas 3ª e 4ª rodadas do Grupo C das Eliminatórias da Euro 2024. 

 

Na despedida da China, Lula diz que EUA precisam parar de incentivar guerra e começar a falar em paz
Foto: Reprodução / TV Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi incisivo ao falar sobre a guerra na Ucrânia e defender que os Estados Unidos “parem de incentivar” o conflito. A declaração foi feita nos últimos instantes de sua viagem oficial à China, nesta sexta-feira (14), enquanto o petista se dirigia ao aeroporto de volta ao Brasil.

 

“Eu acho que a China tem um papel muito importante (para o fim da guerra), eu continuo reiterando que a China possivelmente tenha o papel mais importante. Agora, outro país importante é os Estados Unidos. É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz para a gente poder convencer o (Vladimir) Putin e o (Volodimir) Zelensky de que a paz interessa a todo mundo e a guerra só está interessando por enquanto aos dois. Eu acho que é possível”, disse Lula, quando questionado pelo colunista Rodrigo Rangel do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, na saída do hotel onde esteve hospedado em Pequim.

 

O presidente prosseguiu, mais uma vez se referindo aos Estados Unidos, que fornecem armas à Ucrânia: “É preciso ter paciência para conversar com o presidente da Rússia, é preciso ter paciência para conversar com o presidente da Ucrânia, mas é preciso sobretudo convencer os países que estão fornecendo armas e incentivando a guerra a pararem, porque eu acho que, quando se começa uma briga – a gente fala em guerra, mas poderia ser uma briga de rua, poderia ser uma greve – é preciso começar e saber como parar. E muitas vezes a gente não sabe como parar. E acho que nós estamos numa situação em que acho que os dois países estão com dificuldades de tomar decisões. Se os dois países estão com problema de tomar decisões, eu acho que é preciso que terceiros países que mantenham relação com os dois criem as condições de termos paz no mundo. Nós não precisamos de guerra”.

 

Sem dizer exatamente se Xi Jinping aceitou participar, Lula voltou a falar de sua ideia de criar um grupo de países que não estejam envolvidos no conflito para negociar um acordo de paz. “Não é uma coisa fácil. Vocês sabem que uma briga entre família é muito difícil, quando ela começa a gente não sabe como ela termina. E uma guerra é a mesma coisa, sabe? É preciso, agora, paciência, é preciso encontrar no mundo países que estejam dispostos. O Brasil está disposto. A China está disposta. Temos que procurar outros aliados e negociar com as pessoas que podem ajudar nessa paz.”

 

O presidente brasileiro fez as afirmações ao ser indagado se, na reunião que teve nesta sexta-feira com o presidente Xi Jinping, houve algum avanço relativo à questão da guerra – ele já havia dito anteriormente que pretendia discutir o tema com o líder chinês. A China é a principal aliada da Rússia de Vladimir Putin e é considerada peça-chave em qualquer tentativa de se negociar uma solução para o conflito, iniciado há mais de um ano no coração da Europa.

 

Em meio a guerra, Zelensky convida Lula para reunião presencial na Ucrânia
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / EBC

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que convidou o chefe do executivo do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para uma visita à Ucrânia a fim de realizar uma reunião. A declaração foi dada nesta sexta-feira (24), dia em que o confronto entre os ucranianos e os russos completa 1 ano.

 

“Eu lhe mandei convites para vir à Ucrânia. Realmente espero me encontrar com ele. Gostaria que ele me ajudasse e apoiasse com uma plataforma de conversação com a América Latina. Estou realmente interessado nisso. Estou esperando pelo nosso encontro. Face a face vou me fazer entender melho", disse Zelensky.

 

Na última quinta-feira (23), Lula apoiou uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que condena as "nefastas consequências humanitárias" da invasão da Ucrânia pela Rússia (veja mais aqui). Na gestão de Jair Bolsonaro (PL), o Brasil havia optado por uma posição de neutralidade.

Primeira Flican apresenta as 'sete faces' de Antônio Conselheiro sem transformá-lo em mito
Foto: Lucy Sampaio / Divulgação

Uma vez palco de guerra, o município de Canudos será agora palco de uma feira literária. A primeira edição da Flican será realizada desta quinta-feira (21) a domingo (24), com atividades gratuitas em diversos espaços da cidade. Como não podia ser diferente, neste primeiro ano, os homenageados são o peregrino Antônio Conselheiro e o escritor Euclides da Cunha, autor do clássico "Os Sertões".

 

Os dois serão tema de diversas mesas ao longo da programação. A conferência de abertura, por exemplo, vai abordar as "sete faces" do líder religioso com uma apresentação do professor doutor Leopoldo Bernucci, às 20h de hoje, no Espaço Edivaldo Boaventura.

 

"Eu vou fazer um resumo histórico com várias opiniões de grupos que vão de militares a religiosos, escritores, o próprio Euclides… Porque é, evidentemente, uma questão importante sobre Canudos e eu fui formando um conjunto de sete perspectivas pra poder mostrar os contrastes e também as coincidências que há entre essas diferentes vozes", explica Bernucci em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Com isso, o professor destaca o desafio de apresentar essa figura, fruto de sua pesquisa acadêmica, a "meninos de escola". Parte da plateia dele, que também participa de uma mesa, a “Conversa entre Autores”, na sexta (22), deve ser de jovens estudantes, já que a feira conta com apoio da Secretaria de Educação do Estado e diversas escolas da região vão levar seus estudantes para o evento.

 

Pensando nisso, Bernucci acredita que há uma metodologia capaz de evitar que Antônio Conselheiro seja visto como um mito, o que seria prejudicial para o público. "Eu acho que o Brasil não precisa de mitos nesse momento. Nós estamos precisando de cabeças muito lúcidas, claras, pra não nos apegarmos a nenhum tipo de figuras ou semi-deus. É um momento muito delicado pelo qual estamos passando na política e a gente querer elevar a figura dele ainda mais como se ele fosse o Messias ou o Salvador da Pátria não nos ajuda", avalia o professor.

 

Foto: Divulgação

 

Neste sentido, a saída para ele em sua pesquisa e agora na apresentação é se apegar a objetividade e aos fatos analisados, considerando os diferentes pontos de vista.

 

Quanto a Euclides da Cunha, segundo nome de destaque na programação, Bernucci ressalta que o maior ganho do autor está na sua capacidade de ser visionário, o que torna "Os Sertões", publicado originalmente em 1902, um clássico ainda atual.

 

"O livro de Euclides me parece que é uma chamada para a falta de tato nas negociações diplomáticas quando há uma diferença de opiniões. O Brasil está dividido hoje, politicamente falando. Nós precisamos respeitar a visão do outro mutuamente e sentarmos pra poder conversar, sem ir para as armas, sem violência", pontua o pesquisador.

 

Ele se refere ao momento do livro em que o autor mostra que governadores da República não entendiam as peregrinações de Conselheiro e, sem sequer tentar entender, partiram para as forças policiais. Outras similaridades apontadas pelo professor são o fanatismo religioso, que relaciona aos ataques terroristas de grupos que cometem assassinatos em "nome de Deus", e ainda a sua preocupação com a degradação da natureza, o que se vê no Brasil com o desmatamento na Amazônia, por exemplo.

 

ALÉM DA GUERRA
Sonhada desde a realização da Festa Literária em Mucugê, no ano passado, a Feira Literária de Canudos começou a tomar forma em janeiro diante do aumento de recursos estaduais para eventos do tipo (saiba mais aqui). O curador e idealizador do evento, professor Luiz Paulo Neiva, explica que a programação foi pensada de forma que tematize as possíveis contradições do que chamamos de “conselheirismo” e “euclidinismo”.

 

Além das mesas literárias, o evento também terá uma programação específica para as crianças na “Flicanzinha”, com apresentações escolares e contação de histórias. Outros destaques da programação são os espetáculos teatrais, visita guiada a pontos históricos e apresentações musicais. Confira a lista completa de eventos, com locais e horários aqui.

‘5 Segundos’ questiona lógica da guerra e aproxima inimigos ao explorar lado humano
Foto: Sidnei Campos/ Divulgação

Inspirado em um caso real, acrescido de vários toques ficcionais, o espetáculo “Cinco Segundos” faz curta temporada desta quinta-feira (29) até o domingo (1º), no Teatro Jorge Amado, em Salvador.

 

Com texto do dramaturgo e historiador Ricardo Carvalho, a montagem se passa na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, e estende segundos decisivos na vida de dois oponentes, um soldado brasileiro e um nazista alemão que se topam na batalha sem armas de fogo ou munição. Contar em 50 minutos o que ocorreu em cinco segundos na história dos personagens foi um dos primeiros desafios enfrentados pelos diretores, mas também uma forma de explorar o caráter “espiritual e onírico” do tempo. “O tempo também é uma construção, a gente inventou essa fração de segundos pra organizar melhor nossa vida. A peça nasce justamente da explosão dessa ideia de tempo. A gente tem o tempo real, mas tem a intenção e encenação de entender que esse tempo é outro em outras dimensões também”, defende Daniel Arcades. “A gente brinca muito com essa noção das dimensões do tempo. Então, cinco segundos pra nós pode ser muito rápido, mas a depender das camadas que a gente atinge da cabeça esses personagens, principalmente, pode durar uma eternidade”, explica. 

 

O enredo é resultado de um desejo antigo do autor, que só agora decidiu levar aos palcos. “Ricardo tem, há muito tempo, esse projeto de texto. Ele ouviu um relato de um pracinha baiano e a partir desse relato construiu uma história que a gente foi discutindo muito”, conta Daniel Arcades que, ao lado de Alan Miranda e do próprio autor, assina a direção da peça. “A gente tem falado muito, nas nossas conversas sobre o trabalho, da importância de olhar mais pra nossa história e aprender com esses exemplos, porque a sensação que dá, hoje, inclusive, é que a gente anda sem memória”, avalia o artista baiano, destacando que outro bom motivo para levar este enredo ao palco é o fato da Segunda Guerra fazer 80 anos em 2019. “A gente acreditou que era o momento, talvez, de também trazer esse debate, de colocar isso na dramaturgia do teatro, porque o teatro não discute muito a guerra, a gente fala pouco dessas temáticas mais bélicas. E a gente sentiu muito essa necessidade de começar a discutir”, justifica. 

 

Por ser escrito por um historiador, o texto traz uma sólida pesquisa, que foi incorporada por toda equipe e somada ao trabalho dos demais, na busca por referências sobre a guerra no cenário artístico. “A gente assistiu muitos filmes que discutiam a guerra, procurou muita dramaturgia. [Bertolt] Brecht é um dos maiores autores que discute a guerra, a gente leu o que ele falava sobre a Segunda Guerra Mundial. As referências artísticas eram muito importantes, mas as históricas também. Então, tanto a direção de arte quanto a própria encenação procuraram se esmerar o máximo possível”, diz Arcades, reiterando que a montagem passeia pelo realismo, mas não é realista. “Ela tem momentos muito líricos. A direção de arte, principalmente, procurou trazer momentos de pesquisa muito fiéis à imagem desses soldados e às informações contidas no texto também. E o processo de pesquisa foi todo mundo junto, nossos ensaios demoravam muito por conta disso, porque não bastava que os atores soubessem fazer os personagens, era muito importante pra gente que eles tivessem também munidos de todas as informações históricas e filosóficas que a Segunda Guerra Mundial traz pra nossa sociedade”, acrescenta.

 


Espetáculo traz questionamentos sobre a natureza da guerra e expõe motivações e ódios que levam pessoas a apoiar regimes autoritários | Foto: Sidnei Campos/ Divulgação

 

Apesar de se manter em um período histórico específico no passado, segundo o diretor, a peça traz também inevitáveis paralelos com a atualidade. “A gente tem um soldado alemão, sujeito de linha de frente, uma figura do povo, mas uma figura do povo que compra todos os discursos totalitários que induziram e levaram a uma guerra mundial. Então, não tem como a gente não pensar sobre os discursos que são proferidos hoje e como a população assume esses discursos cegamente. [Não tem como não] Atentar para um perigo do cunho de novo regime totalitário, de um século XXI repetindo o quão desastrosa foi a primeira metade do século XX”, diz ele, explicando que a ideia do espetáculo também é colocar luz nos exemplos do passado, para que grandes erros não se repitam. “Temos exemplos na nossa história em que a gente consegue enxergar para onde os discursos de ódio e purismo vão, e como a guerra não é uma solução pra repensar a nossa sociedade”, pontua o artista, que considera “imbecil” a ideia da guerra como tática ou símbolo de conquista, já que este artifício sempre pressupõe um vencedor e um perdedor, o que acarretaria em um ciclo vicioso pela busca do triunfo. “O espetáculo nos atenta na verdade pra esse discurso de separação a partir da guerrilha, pra gente entender a história humana, observar mais o ser humano e perceber como essa armadilha, que é a guerra, nos separa tanto, muito mais do que nos fortalece”, avalia o diretor. “A gente usa a palavra 'guerreiro' pra parecer forte, mas não se atenta que muitas vezes ser guerreiro quer dizer oprimir ou derrubar alguém”, pondera.

 

É justamente ao explorar o lado humano dos personagens que a peça expõe questões profundas sobre a natureza da guerra, além de estimular o público a pensar na lógica torta do belicismo. “Em ‘Cinco Segundos’ aqueles soldados nunca se viram e não dá tempo de se conhecer. É matar ou morrer ali na guerra. O espetáculo parte do pensamento de como a gente agiria se tivesse acesso à história do outro, a partir do olhar do outro”, conta o diretor. “Será que a gente mataria tanto se tivesse acesso a entender a história do outro? Será que a gente guerrearia tanto a partir do momento da tentativa de entender o ponto de vista do outro?”, questiona. “Então, a gente não romantiza muito a guerra. O brasileiro não vai pra lá com sentimentos pacíficos, o Brasil tem um objetivo na Segunda Guerra também. Existe um objetivo mercadológico, de aliança, então ambos estão ali, primeiro, como sujeitos da base da pirâmide, e são os primeiros que morrem. Óbvio que com realidades diferentes, por um ser alemão e o outro ser brasileiro, mas eles têm histórias e anseios muito parecidos, porque estão ali comprando os discursos que justificam a presença deles ali”, explica.

 

Arcades salienta ainda que enquadra os anseios, os sentimentos e tudo que perpassa a característica humana dos personagens como algo universal. Já as motivações que passam pela cultura, como ideologias, pensamentos e história de vida, constituem as diferenças. “A relação deles com o sentimento é muito parecida. Eu acho que é isso que diferencia a gente. Nós somos iguais, no lugar da vida humana, mas somos diferentes por conta das escolhas dos modos de vida, a depender de onde a gente esteja vivendo. É a cultura que nos diferencia. Tirando a cultura nós somos iguais”, avalia o artista.


SERVIÇO
O QUÊ:
“5 Segundos”
QUANDO: 29 de agosto a 1º de setembro. Quinta a sábado, às 20 e domingo, às 19h
ONDE: Teatro Jorge Amado - Pituba – Salvador (BA)
VALOR: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)

Belaventura: Inspirada em ‘Game of Thrones’, nova novela da Record vira piada na internet
Foto: Reprodução / YouTube

A TV Record anunciou, no início desta semana, a primeira chamada de sua nova novela, “Belaventura”. Na descrição do vídeo, a emissora conta que “Otoniel (Kadu Moliterno) e Severo (Floriano Peixoto) vão disputar com unhas e dentes o trono de um reino”. Com a devida licença poética e levando-se em consideração o abismo entre elenco e orçamento das duas atrações, o enredo poderia muito bem acompanhar o trailer de “Game of Thrones”. O público na internet notou a semelhança e rapidamente editou um novo vídeo, inserindo a música-tema da série da HBO. “Quero que isso seja verdade só para chamarem o John Snow the João das neves. Na cena ‘sabe da nada, João das neves’, vai ser o compadre Washington falando”, comentou um internauta, diante da paródia, que chegou a gerar dúvidas para muita gente. “Que é isso cara, é a vera isso? Será que vão colocar a chinelada cantando também? Fiquei até curioso agora, cara. Imagina um dragão feito pela Record, vão colocar o Barney no lugar do dragão. Kkkkkkkk”, disse outro. Inspirada no universo medieval, como GoT, a nova novela da Record estreia em julho. O elenco conta ainda com Eri Johnson, Rayanne Morais, Bernardo Velasco, Larissa Maciel, Juliana Didone, Alexandre Slaviero, Victor Pecoraro, José Victor Pires, Helena Fernandes, Adriano Fragalá, Bárbara Borges, Paulo Gorgulho e Paulo César Grande?.

 

Confira a chamada original:

 

Veja a paródia:

Beyoncé protesta contra assassinato de negros: 'Parem de nos matar'
Foto: Reprodução / Instagram Beyoncé
A cantora Beyoncé levou o protesto para além das letras de música e prestou um tributo a Alton Sterling e Philando Castile, os dois homens negros assassinados pela polícia norte-americana, em Baton Rouge e Minnesota. Antes de cantar "Freedom", no show da "Formation Tour" em Glasgow, na Escócia, a cantora pediu à plateia um minuto de silêncio e exibiu o nome das vítimas no telão.

Nessa quinta (7), Beyoncé também publicou um comunicado em seu site oficial, condenando a guerra "contra as pessoas de cor e todas as minorias". "Estamos cansados dos assassinatos de homens e mulheres jovens nas nossas comunidades. Cabe a nós tomar uma posição e exigir que eles parem de nos matar. Nós vamos nos levantar como uma comunidade e lutar contra qualquer um que acredite que assassinato ou uma ação violenta por parte daqueles que juraram nos proteger pode passar impune", diz o texto.
Além de Beyoncé, sua irmã, Solange Knowles, e o marido, Jay Z, lançaram canções em repúdio à ação policial.  "Um amigo me disse que eu deveria ter lançado essa música quando ele morreu. Infelizmente, eu disse: 'Essa questão vai ser sempre relevante'. Estou ferido por saber que a morte dele não seria a última. Estou triste e desapontado com esses Estados Unidos. Deveríamos estar muito além, mas não estamos", afirmou o rapper no Tidal, seu serviço de streaming de música. A faixa "Spiritual", de Jay Z, começou a ser composta há um ano quando a polícia matou Mike Brown, também negro.

Já Solange, que também é cantora, lançou uma versão de "Black Maybe", música gravada originalmente em 1972 pela cantora de soul, Syreeta. "Fiquei cantando 'Black maybe', de Syreeta, repetidamente para confortar meu coração cansado. Mas o que é o conforto quando as imagens de corpos negros assassinados deixados para sangrar estão desenhadas na sua existência de novo e de novo?", compartilhou em seu Instagram.
Em clima de guerra no Oriente Médio, 'Incêndios' estreia no TCA neste fim de semana
Flávio Tolezani interpreta um sniper na peça | Foto: Reprodução / Veja SP
Com cerca de 20 prêmios nacionais, dentre eles o Prêmio Shell de Teatro na categoria "Melhor Direção", "Incêndios" chega a Salvador para uma curta temporada no Teatro Castro Alves (TCA), neste sábado (16) e domingo (17). O espetáculo, que é dirigido por Aderbal Freire-Filho, retrata a guerra civil entre cristãos e muçulmanos que atingiu o Líbano nos anos 1970 e 1980. Baseado no texto original do escritor franco-libanês Wajdi Mouawad, “Incêndios” ganhou versão para o cinema, com direção do canadense Denis Villeneuve, e chegou a concorrer ao Oscar de "Melhor Filme Estrangeiro" em 2011. Na peça, em que Nawal Maruan (Marieta Severo) deixa um pedido em seu testamento para que seus filhos encontrem o pai e o irmão desconhecidos, o ator Flávio Tolezani dá vida a um jovem sniper do Oriente Médio. "Meu personagem é um sniper, um desses jovens que vivem nesses países em guerra civil e são acolhidos por algum grupo extremista. É o tipo de pessoa que invade o território que não é permitido, mas, no caso dele, ele não é ligado a nenhum grupo, ele é só mais um resultado dessa guerra. É um cara sozinho, não tem família, não tem ninguém, então ele se acha se 'divertindo', claro que entre aspas, atirando, mostrando como ele é bom. É um cara que é famoso pela mira que ele tem", explica Tolezani. Com Kelly Freitas, Thiago Marinho e outros nomes, “Incêndios” aborda ainda a intolerância, o rompimento de laços familiares, o papel da mulher em uma cultura machista e o exílio.

Como ingressou o elenco após a primeira temporada no Rio de Janeiro, a preparação de Tolezani foi diferente. O ator tinha em mãos o desafio de substituir Júlio Machado. "É claro que eu passei pelos testes do ensaio, mas eu já tinha um resultado a minha frente, eu já sabia o que eu ia falar, qual era a estética, qual era a linguagem, então eu tive que me preparar praquela coisa que já estava em andamento, é um outro processo. Por outro lado, eu não posso criar livremente se eu tenho que me encaixar naquilo que já existe, fazendo do meu jeito. Mas esse processo de substituição também tem um lado muito gostoso, que é justamente como eu posso criar dentro de um jogo que já acontece", defende o ator. Diante de um contexto tão distante da realidade brasileira, Tolezani recorreu a muitas pesquisas a fim de fugir de uma interpretação superficial. "São valores completamente diferentes dos nossos, como a questão de matar de uma forma gratuita. Isso acontece no dia a dia das pessoas, elas crescem com isso, de um parente, de um amigo, uma pessoa próxima de uma hora pra outra não existir mais. E também como lidar com isso de uma forma real, porque se for lidar com o nosso sentimento, com os nossos valores, vai ser um olhar penoso, uma olhar de culpa, o que seria superficial, seria um olhar nosso, da América Latina", acrescenta.


'Incêndios' marca o retorno de Marieta ao teatro | Foto: Leo Aversa

Contracenando com nomes experientes, como Marieta Severo, que marca seu retorno aos teatros nesta peça, Tolezani resume o trabalho à admiração. "É bom demais! São ídolos que eu acompanhava, admirava e continuo admirando, então quando vem uma possibilidade ou um convite pra trabalhar com uma pessoa dessas, dá um medo, um nervoso, depois dá uma satisfação que aquela pessoa que você admira é, de fato, admirável', elogia. O trabalho ao lado da atriz também se repetiu na novela Verdades Secretas, em 2015, quando Tolezani interpretava Roy, um modelo viciado em crack. "Na sociedade, a gente tinha uma coisa de respeitar os mais velhos, os mais experientes, isso acontecia lá atrás. Na nossa geração, isso já não existe mais, é tudo misturado, não existe mais respeito, 'senhor', 'senhora', não existe mais essa reverência. Mas na nossa profissão tem, a gente admira e a gente se espelha nos mais velhos, nos mais experientes, nos que têm uma estrada", ressalta. Além de viajar com “Incêndios”, Tolezani está no ar como o advogado Araújo de “Êta mundo bão!”, trama das 18h da Globo.
Visita de Barack Obama será show de abertura dos Rolling Stones em Cuba
Foto: File Photo / NDTV
Os Rolling Stones se apresentariam em Cuba neste domingo (20), mas a apresentação foi adiada em cinco dias por conta da chegada do presidente norte-americano, Barack Obama. De acordo com a agência Reuters, Obama chega ao país também neste domingo, 15 meses após reverter a política dos Estados Unidos sobre Cuba e começar a normalizar as relações com o país. A turnê dos Stones acabou coincidindo com a visita e, então, os organizadores decidiram adiar o show da banda para sexta-feira (25). "Em certo momento, pensamos que ele (Obama) assistiria ao show", afirmou Dale "Opie" Skjerseth. "Ele vai ser nosso show de abertura", acrescentou, em entrevista no complexo esportivo aonde a banda britânica vai se apresentar.

Show dos Rolling Stones no Brasil | Foto: Reprodução / Curta Mais
'Sniper Americano' bate recorde de maior bilheteria nos EUA durante o Super Bowl
Foto: Divulgação
Pelo terceiro fim de semana seguido, o novo filme de Clint Eastwood, “Sniper Americano”, conquistou a maior bilheteria nos Estados Unidos. O longa conseguiu ainda o recorde de maior bilheteria da história em um fim de semana de final do campeonato de futebol americano Super Bowl. Segundo o site TheWrap, foram arrecadados cerca de US$ 31,8 milhões. A marca pertencia antes a “Hannah Montana & Miley Cyrus – Show: O Melhor de Dois Mundos”, filme da Disney que obteve uma bilheteria de US$ 31,1 milhões durante o fim de semana do Super Bowl em 2008. Estrelado por Bradley Cooper, a produção tem sido campeã de bilheteria nos EUA desde que recebeu seis indicações ao Oscar, no dia 16 de janeiro. O filme já conseguiu ultrapassar “O Resgate do Soldado Ryan” como o longa-metragem de guerra de maior arrecadação da história do país, com US$ 250 milhões de dólares arrecadados em 17 dias.
'Se mais homens fossem homossexuais não haveria guerras', dispara Morrissey
O cantor Morrissey afirmou em entrevista ao site da revista “Rookie”, nesta terça-feira (26), que as guerras do mundo poderiam ser evitadas se mais homens fossem homossexuais. "Guerra é o aspecto mais negativo da heterossexualidade masculina. Se mais homens fossem homossexuais não haveria guerras, porque homens homossexuais nunca matariam outros homens, enquanto homens heterossexuais amam matar outros homens. Eles ganham até medalhas por isso. Mulheres não vão para a guerra para matar outras mulheres. Guerras e exércitos e armas nucleares são essencialmente hobbies de heterossexuais", falou o ex-vocalista do Smiths.
Diretora de 'Guerra ao Terror' gera discórdia em direção de novo filme sobre Bin Laden
A cineasta Kathryn Bigelow  - diretora de “Guerra ao Terror”(2010) e primeira mulher a vencer um Oscar de Melhor Direção por este mesmo filme - se prepara para lançar no final do ano um longa sobre a busca de Osama Bin Laden. Produzido por Bigelow e Mark Boal, a produção terá como atores principais Jessica Chastain, Joel Edgerton e Mark Strong. Apesar de retratar um fato histórico ocorrido no Paquistão, as filmagens ocorrem desde março na Índia porque a equipe não foi autorizada a trabalhar no país em que o líder terrorista foi encontrado e morto em 2011. As filmagens na Índia, mais precisamente na cidade de Chandigarh - cerca de 240 quilômetros da capital, Nova Délhi – não foram bem recebidas pelos locais, que não gostaram de ver a presença de carros com placas da cidade paquistanesa, nem as sinalizações de trânsito modificadas e reescritas em Urdu (idioma falado no Paquistão). Além disso, mulheres vistas andando nas ruas com burcas e homens com trajes tradicionais do Paquistão provocaram revolta entre os hindus direitistas. A contrariedade se justifica  pelo fato de a Índia e o Paquistão serem inimigos políticos. Líderes indianos chegaram a afirmar que impediriam as gravações e queixaram-se do fato de o governo não ter impedido as filmagens.
 
 O filme “Zero Dark Thirty” (ainda sem tradução em português) deverá ser lançado no dia 19 de dezembro e já causou polêmica também em solo estadunidense. O governo Obama foi acusado de fornecer informações estratégicas e sigilosas para a diretora. Os acusadores afirmam que, em troca, o presidente seria beneficiado com o lançamento da produção que favorece sua gestão em uma data próxima às eleições americanas, agendadas para novembro. Por causa disso, o filme teve de ser adiado para poucos dias após as eleições. A diretora do filme, no entanto, nega as acusações de beneficiamento mútuo: “Nosso projeto de filmar a busca de quase uma década por Bin Laden já existe por muitos anos. Ele integra trabalhos dos presidentes Clinton, Bush e Obama, além de estratégias do Serviço Secreto”. Segundo ela, “a morte de Bin Laden foi um triunfo não-partidário, e não há como retratar esta enorme vitória de um jeito que não seja heróico”, justificou. Com informações do Estadão.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
O São João na Ilha tá rendendo até agora, e vai ter impacto nas próximas semanas. Mas no meio político também teve gente se destacando. Principalmente de forma visual. Mas nem por isso a campanha parou, pelo contrário. O Ferragamo já tá buscando um jeito de economizar, enquanto Kleber das Rosas mirou em algo mais popular. Mas ninguém muda porque é festa junina. Que o diga o barbeiro do Cacique. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Margareth Menezes

Margareth Menezes
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

"Cultura não é supérfluo".

 

Disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes após o ministro Fernando Haddad anunciar um corte histórico de R$ 25 bilhões em despesas do Governo.

Podcast

Terceiro Turno: 2 de Julho marca início de calor político e opõe grupos durante ato

Terceiro Turno: 2 de Julho marca início de calor político e opõe grupos durante ato
Foto: Feijão Almeida / Gov.Ba
Ainda mais reforçado em um ano eleitoral, o cortejo ao Dois de Julho, em Salvador, contou com a presença de diversas lideranças políticas, inclusive, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com o termômetro político buscando medir a popularidade, principalmente dos nomes que irão disputar a prefeitura da capital baiana, o povo foi às ruas mantendo a tradição e conservando os costumes. 

Mais Lidas