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Artigo

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Quarto dos Fundos

Por Paulett Furacão

Foto: Maísa Amaral / Divulgação

Toda a tragédia que foi velejada pelos mares do Atlântico, ancorou erroneamente nas águas da ambição para construir um modelo de país que decidiu projetar um futuro de expugnação exclusiva, buscando através da escravidão das raças o seu principal atrativo. Após a bem-sucedida invasão do patriarcado europeu a poderosa fonte inesgotável de riquezas, chamada Pindorama, mais tarde rebatizada pelos invasores de Brasil, dizimou os povos originários, sequestrou as realezas africanas e perpetuou um sistema capitalista e higienista que perdura hodiernamente. Mesmo com os esforços significativos de figuras como: Chicas Manicongo, Zumbis, Dandaras, Zeferinas, Tibiras, Carolinas de Jesus, Olívias, Marias da Penha, Bernadetes, Luizas Mahin e Luizes Gama, o Brasil prossegue com a manutenção do seu projeto racista, sexista, genocida e xenofóbico, promovendo a marginalização da sua miscigenada população. Os efeitos são devastadores tanto para a fauna quanto para a flora. Afinal, todos somos interligados a uma só interseção. Presumindo que através da reparação cantarolada outrora na estrofe da “Pátria Amada Brasil”, o sol da árdua militância conseguirá iluminar os raios fúlgidos que retirarão a sua nação do quarto, frio e acorrentado dos fundos sombrios.

 

*Paulett Furacão, coordenadora do Coletivo LGBTQIANP Laleska d’ Capri

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

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