Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Hall

Travelling

Davidson pelo Mundo: Na Itália e na Suíça, a viagem de trem é mais charmosa

Por Davidson Botelho

Fotos: Divulgação

A linha Bernina Express, atualmente com mais de cem anos de história e tombada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, nasceu em 1881 com a proposta de implantar uma ferrovia que sobe pelos intrincados vales alpinos para não apenas conectar os principais centros dessas zonas, mas sobretudo para potencializar a atividade turística que mais tarde se tornou o motor da economia de muitos vales.

 

 

Com o aumento do turismo para os Alpes suíços no final dos anos 1800, a linha Bernina foi concebida como uma forma de transportar ainda mais turistas para o Vale Engadine, a região alpina que inclui St. Moritz, Pontresina, a geleira Morteratsch e o Passo Bernina, a passagem de 2.253 metros entre os picos das montanhas. A construção da linha começou em 1906 e terminou em 1910.

 

Por causa das mudanças de elevação, cumes estreitos ao longo dos quais estabelecer a pista e distâncias a percorrer entre as faces das montanhas, a construção da linha Bernina apresentou novos desafios de engenharia que exigiram soluções ousadas e inovadoras. Como resultado, a rota logo se tornou famosa por suas inclinações íngremes, cruzamentos de alta elevação, túneis que correm ao longo e ao longo de montanhas e viadutos, que cruzam vales e desníveis.

 

 

Originalmente planejada apenas para viagens de verão, em 1913, a linha Bernina estendeu o serviço para os meses de inverno, quando as viagens de inverno para os Alpes começaram a crescer. Tornou-se parte da Rhaetian Railways em 1943. Embora os trens convencionais também circulem na linha Bernina, ela é mais conhecida pelos alegres trens vermelhos Bernina Express, que vão até Chur, a cerca de 140 km de Tirano. Ao considerá-la Patrimônio da Humanidade, a UNESCO reconheceu as linhas Albula/Bernina por seu “conjunto técnico, arquitetônico e ambiental excepcional que incorpora realizações arquitetônicas e de engenharia civil, em harmonia com as paisagens por onde passam”.

 

Assim, independente do roteiro de viagem que tenha pela Europa, é superinteressante aproveitar que já está no continente e fazer o passeio do Bernina Express. Essa é uma oportunidade única de conhecer dois países belíssimos e com importância histórica, além de poder apreciar várias paisagens nos vários quilômetros de via férrea. E por ser um trem panorâmico, você não terá que se preocupar se vai ser possível ou não admirar essa mudança de paisagens, já que a Suíça é um país lindo que se destaca pelas geleiras e montanhas cheias de neve.

 

 

O trajeto é encantador do começo ao fim e pode ser feito num único dia, ida e volta, com uma ou mais paradas, ou em até dois dias. Para realizá-lo, existem duas possibilidades, a depender do tempo disponível: pegar o próprio Bernina Express, sinalizado com a sigla BEX, ou os outros Trenini Rossi, que são os regionais e um pouco mais lentos. O Bernina é o único que possui vagões panorâmicos, parte apenas em três ou quatro momentos do dia e exige a reserva da passagem; não é possível descer em todas as paradas, apenas nas de Alp Grüm (o trem faz uma longa parada nesta estação. Aproveite para tirar lindas fotos panorâmicas!), Ospizio Bernina e Pontresina – tanto no verão quanto no inverno.

 

É importante saber que, uma vez que se desce do Bernina, não será possível pegar o próximo para completar o trajeto (a opção, então, é pegar um regional ou pagar pelo próximo Bernina – podendo embarcar apenas em Le Prese, Poschiavo, Alp Grüm e Ospizio Bernina no verão, e Le Prese e Alp Grüm no inverno). Neste caso, vale a pena fazer o trajeto inteiro de Tirano a St. Moritz para não perder a reserva do lugar.

 

Os trens regionais, por outro lado, são mais baratos, efetuam todas as paradas, porém não são panorâmicos. Não se preocupe! As janelas são abaixáveis e garantem também uma ótima apreciação da paisagem, além da facilidade de poder comprar a passagem na hora. Caso você queira descer em alguma parada, basta apertar um botão um pouco antes de sair; na estação, para pegar o próximo trem, não esqueça de fazer um aceno ao condutor a fim de entrar. Para aproveitar ao máximo a experiência, pegue o trem das 9h ou 9h40 e curta com calma tudo o que a viagem proporciona.

 

Há ainda uma terceira opção, especificamente para quem viaja de julho a agosto: dois vagões panorâmicos descobertos dos trens regionais, que aproximam ainda mais o turista do encanto do panorama. Ideal se organizar para chegar em tempo, já que neste caso não é possível realizar a reserva e os lugares são limitados.

 

Para quem prefere se aventurar um pouco mais e quiser fazer a viagem em mais dias, é necessário comprar a passagem especial (Pass dei Grigioni), que permite circular livremente por dois dias no período de uma semana. A vantagem é poder fazer todas as paradas desejadas e fazer mais vezes o mesmo percurso para lembrar de todos os detalhes. Clique aqui e reserve o seu.

 

Partindo de Tirano, o expresso mais lento da Europa passa por 13 estações. Janelas enormes se estendem até o teto do trem e permitem aos turistas contemplar paisagens de tirar o fôlego. Não se preocupe em perder os detalhes: a velocidade média do trem é de 30 km/h, ou seja, oportunidade é o que não faltará para registrar a beleza extraordinária dos lugares ao longo do trajeto.

 

Para que essa viagem fique ainda melhor, escolha bem quem você vai levar e desfrute de paisagens maravilhosas. Boa viagem!
 

Compartilhar