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Travelling

Davidson pelo Mundo: O Turismo Brasileiro e Seus Desafios

Por Davidson Botelho

Foto: Reprodução/Canva

O turismo é um dos setores da economia que mais cresce em todo o mundo, e o Brasil não pode ficar para trás. O peso da atividade na economia nacional ainda não atingiu seu pleno potencial, principalmente considerando que, segundo o ranking de competitividade, o país se posiciona muito bem por seus atrativos naturais, mas deixa muito a desejar em infraestrutura, riqueza cultural, qualidade dos serviços e diversidade de conteúdo.

 

Os quase seis milhões de visitantes internacionais recebidos anualmente são apenas uma pequena indicação de que há um grande potencial de crescimento e diversificação da economia por meio do turismo, com a geração de emprego e renda produzidos pelo setor. Mas, como e o que fazer para direcionar esse crescimento em um “bom” caminho? O que seria adequado e de que forma o Brasil pode fortalecer o setor turístico, sem deixar de considerar o tripé da sustentabilidade: econômica, social e ambiental? Quais oportunidades não podem ser perdidas? Onde está a urgência de encontrar o bom caminho?

 

Para começar, os governos precisam entender e ser convencidos da real importância e magnitude dessa que é considerada a maior indústria do mundo. O Brasil precisa virar essa chave definitivamente e profissionalizar de uma vez por todas essa pasta. 

 

Mas quais são os desafios e soluções para avançarmos?
Entender as novas tecnologias e plataformas colaborativas. Ficou claro que há a necessidade de compreender e direcionar o impacto que as novas tecnologias e plataformas colaborativas disponíveis exercem sobre a atividade turística nos principais destinos do país e como podem apoiar a gestão desses destinos. As novas tecnologias podem ser um forte aliado no entendimento do comportamento dos visitantes e, a partir daí, direcionar fluxos, avaliar mercados, monitorar impactos socioeconômicos e ambientais, criar produtos diferenciados e reduzir gastos associados à distribuição do produto turístico. Ao mesmo tempo, as novas plataformas digitais estão levando a uma ruptura na governança turística tradicional, incrementando o poder de influência dos consumidores e gerando novas relações de competitividade nos destinos. Nesse sentido, apoiar a provisão de infraestrutura de conectividade digital nos destinos é crítico, além de capacitar os entes públicos na regulamentação das tecnologias digitais no setor.

 

Considerar os impactos da mudança climática. Falar em desenvolvimento turístico sem considerar os efeitos da mudança climática é um risco significativo para os gestores públicos, principalmente em países como o Brasil, onde a riqueza natural, que se constitui em seu principal atrativo, está ameaçada pela vulnerabilidade de seus ecossistemas costeiros ao aumento do nível do mar, à poluição e à pressão populacional em torno de áreas protegidas. Aumentar a conectividade e a acessibilidade a destinos turísticos sem levar em conta o nível de emissões de gás carbônico é, de certa forma, ignorar os custos sociais futuros. Da mesma forma, planejar o desenvolvimento turístico, evitando a massificação e a depredação dos valores naturais e culturais, é também um cuidado necessário, principalmente quando há casos, não raros, em que se atropela o crescimento de destinos não preparados para receber um fluxo maior de turistas pela ausência de ferramentas básicas de ordenamento territorial e de infraestrutura adequada.

 

Diminuir as carências no mercado de trabalho. A desigualdade social existente é responsável por uma enorme distância educacional e vivencial entre o empregado e o turista, resultando em um nível de informalidade alto, além de um elevado grau de exclusão social. Como diminuir as carências de mão de obra qualificada para atender a um visitante cada vez mais exigente? Melhorar a formação e a implantação de práticas trabalhistas no setor, que levem a uma melhora do clima e das condições para o empreendimento local e a empregabilidade de novos grupos sociais, são caminhos apontados como importantes a serem seguidos de imediato.

 

Ter uma visão integrada de governança do setor. Existe, de maneira generalizada, uma estagnação de ideias e novas propostas para governar o setor, faltando uma visão integrada e mais alinhada com uma realidade que mudou tanto nos últimos anos. A ausência de coordenação entre os responsáveis pela condução de programas, planos e políticas públicas do setor turístico e outros setores, incluindo o setor privado, não tem levado o país a um marco de governança coeso e articulado com áreas de atuação pública que escapam à esfera meramente turística (como infraestrutura, segurança e meio ambiente). A consequência para o Brasil é a perda de oportunidades de aumentar a competitividade do setor em relação à América Latina e ao restante do mundo. Aqui, o sinal mais urgente é assegurar uma participação mais efetiva e a cooperação de todos os agentes relevantes dos setores público, privado e da sociedade civil implicados no desenvolvimento do setor. Há um esforço de comunicação e interlocução público-privada que não pode ser ignorado.

 

Todos concordam com a necessidade urgente de uma reformulação do setor, principalmente na forma e importância com que o setor é tratado. O que nos falta, então?

 

Atitude! Falta atitude pública e privada para virarmos essa chave!

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