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Entrevista

Grupo de Trabalho estuda drenagem na região da Cidade Baixa durante fortes chuvas e maré alta em Salvador

Por Thiago Teixeira

Foto: Reprodução / TV Bahia

Tendo assumido a Secretaria de Sustentabilidade (Secis), logo no início de abril, Ivan Euller pretende, durante sua gestão, focar na atuação do melhoramento da drenagem da Cidade Baixa, em Salvador, região duramente afetada por alagamentos e inundações nos períodos chuvosos e de maré alta na capital baiana. O então subsecretário assumiu a pasta após a saída da vereadora licenciada Marcelle Moraes (União) que deve disputar, novamente, uma cadeira na Câmara Municipal de Salvador (CMS). 

 

Mas para alcançar esse objetivo, Ivan Euller destacou que existe um Grupo de Trabalho (GT) formado pela Secis, pela Defesa Civil de Salvador (Codesal), pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra) e pela Superintendência de Obras Públicas do Salvador (Sucop) para atuar nesse tema. A declaração foi dada durante entrevista ao Bahia Notícias.

 

“Como é conhecido do soteropolitano, a região da Cidade Baixa foi aterrada há muitos anos, décadas, séculos atrás, e que no período de chuva e no período de maré alta, a gente tem problemas de drenagem. Então, é uma região que a gente precisa ter um olhar mais diferenciado e isso já vem acontecendo na gestão. A gente tem hoje um grupo de trabalho que pensa na elevação do nível do mar, com diversas secretarias envolvidas. Falando de alagamentos, inundações, elevação do nível do mar, principalmente na Cidade Baixa”, destacou o secretário.

 

A Cidade Alta e a Cidade Baixa são separadas pela chamada falha geológica de Salvador, um afundamento de uma faixa de terra de 100 quilômetros na direção norte-sul que aconteceu há milhares de anos. Inclusive, na parte baixa da cidade era praticamente tudo água. Porém, durante os séculos XVI, XVII e XVIII foram realizados inúmeros pequenos aterros, por ordens religiosas e particulares interessados em ganhar área para armazenagem de mercadorias e, principalmente, pelo poder administrativo local. 

 

FRENTE UNIDA

Na oportunidade Ivan Euller ainda destacou a ‘frente unida’ entre secretarias para mitigar os impactos das chuvas na capital baiana. O secretário pontuou que, assim como o mês de abril foi historicamente um dos mais chuvosos, em contrapartida há quatro anos Salvador não registra mortes devido a deslizamentos de terra. No entanto, ainda de acordo com Euller, o foco agora é conter os alagamentos e inundações. 

 

“Eu especificamente acredito que a política que vem sendo feita pela Defesa Civil de Salvador, em cooperação com a Seinfra, principalmente com a Sucop, tem um resultado sendo positivo em relação a isso. A gente teve uma chuva grande no período de abril, histórica, que há anos não acontecia, de mais de 800 milímetros. E não tivemos nenhuma fatalidade. É o quarto ano consecutivo que não tem nenhuma morte devido ao deslizamento de terra por causa da chuva. Então a gente tem avançado muito com a Defesa Civil dentro dessa pauta de fazer a prevenção, para que quando aconteça essas chuvas, não aconteçam mortes na cidade”, pontuou o secretário.

 

Limpeza de praias, alinhamento e atuação com outras secretarias, vacinação e castração de animais, colônias para adoção de gatos, plantio de árvores e Hospital Veterinário. Tudo isso, e muito mais, foi abordado com o secretário de Sustentabilidade, Ivan Euller, durante a Entrevista da Semana ao Bahia Notícias. Confira:

 

Secretário de Sustentabilidade, Ivan Euller | Foto: Reprodução / Instagram 

 

Falando sobre o plantio de árvores, a gente sabe que é outra pauta muito importante para a Secis. Recentemente, houve uma leva de árvores plantadas nos arredores da capital baiana. Queria que você falasse um pouco sobre esse projeto e como é que vai ser daqui para frente sob sua gestão.

Já tinha um programa todo ano de Operação Chuva, onde a gente faz o plantio mais adequado de árvores, porque a gente aproveita a chuva, a natureza, para estar irrigando essas essas mudas que estão sendo plantadas. No caso, esse ano a gente ampliou a meta de plantio neste período de chuva, que vai de março a julho e inovamos com a possibilidade do cidadão soteropolitano entrar em contato com a gente através de um e-mail ou de um telefone WhatsApp, indicando áreas possíveis de plantar. A partir desse momento que o requerente, o cidadão indica aquela área, a gente avalia se aquela tem condições de plantio e chama o requerente para plantar junto com a gente. Então a gente tem uma colaboração, uma cooperação aí da prefeitura com a comunidade local para plantar aquelas árvores e como ela está plantando junto com a gente, foi indicada a área para plantar. Inclusive, a gente acredita que essa comunidade tem uma visão diferente para aquela árvore plantada, porque tem muito vandalismo. Inclusive, recentemente a gente fez uma operação na orla de plantar ficus de praia, que são mudas pequenas, na orla de Amaralina e a comunidade está levando. A gente plantou recentemente no Campo Grande os bouganville para crescer trepadeira, e a comunidade também levou. Então, a partir do momento que a gente chama e abre esse diálogo com a comunidade para indicar as áreas e plantar junto com a gente, acreditamos que a comunidade local vai ter um olhar diferente com a questão do vandalismo e com o roubo também.

 

Secretário, a gente sabe que justamente esse projeto de arborizar a capital se une justamente com o das questões climáticas. Mas para além dessa questão, queria saber como é que está sendo o alinhamento com outras pastas nesse quesito?

Eu especificamente acredito que a política que vem sendo feita pela Defesa Civil de São Salvador, em cooperação com a Seinfra, principalmente com a Sucop, tem um resultado sendo positivo em relação a isso. A gente teve uma chuva grande no período de abril, histórica, que há anos não acontecia, de mais de 800 milímetros. E não tivemos nenhuma fatalidade. É o quarto ano consecutivo que não tem nenhuma morte devido ao deslizamento de terra por causa da chuva. Então a gente tem avançado muito a Defesa Civil dentro dessa pauta de fazer a prevenção, para que quando aconteça essas chuvas, não aconteçam mortes na cidade. E o que a gente precisa hoje? Acho que acredito avançar um pouco mais. A questão agora já é mais alagamentos e inundações. Como é conhecido do soteropolitano, a região da Cidade Baixa foi aterrada há muitos anos, décadas, séculos atrás, e que no período de chuva e no período de maré alta, a gente tem problemas de drenagem. Então, é uma região que a gente precisa ter um olhar mais diferenciado e isso já vem acontecendo na gestão. A gente tem hoje um grupo de trabalho que pensa na elevação do nível do mar, com diversas secretarias envolvidas. Falando de alagamentos, inundações, elevação do nível do mar, principalmente na Cidade Baixa. Em relação à mitigação de questões climáticas, tem outras iniciativas em outras secretarias da gestão do prefeito Bruno Reis também pensando em mitigação. Um exemplo disso são os ônibus elétricos. Nós temos ônibus elétricos em Salvador com previsão de aumentar essa frota. Então é outra ação com a Secretaria de Mobilidade. A gente tem a questão do apoio à mobilidade ativa, que vai de bicicleta e vai de patins até o próprio pé. Então, a iniciativa, também da Secretaria de Mobilidade, com a questão do vai de bike apoiando iniciativas de mobilidade ativa.

 

Salvador foi a primeira cidade do Norte e Nordeste a possuir praia com a bandeira azul hasteada, uma certificação internacional concedida pela Foundation for Environmental Education (FEE) que atesta a qualidade das principais praias em todo o mundo. Como a pasta tem atuado na manutenção das praias da capital baiana?

Realmente não é uma certificação fácil. São poucas cidades, poucas praias no Brasil e no mundo que tem a certificação Bandeira Azul. Em Salvador, as duas praias que tem certificada. Ambas ficam na Ilha dos Frades e temos um desafio de conseguir estratificar mais três praias aqui urbanas, que são a Praia do Flamengo, de Ipitanga e de Stella Maris. Elas foram escolhidas para tentar a certificação, porque a gente tem algumas análises que a gente vem fazendo da qualidade da água da praia. E por ter sido feito uma obra recente de requalificação, porque não é somente a qualidade da água da praia, não é somente, como você comentou, a questão da poluição da praia em si, da areia. Você tem todo também o regramento de funcionamento dos bares e restaurantes e dos ambulantes. É proibido e tem algumas atividades como o espetinho, que a gente tem. Então é preciso ter banheiro. Então existem algumas regras que é necessário para ter certificação. Então, escolhemos essas três praias exatamente porque teve a requalificação da obra e está monitorando e acompanhando os resultados da água dessas praias para a gente conseguir a certificação. Bandeira Azul, em relação a qualidade da água das praias, ela exige mais ainda do que nossa legislação federal. Tem uma resolução Conama [Conselho Nacional do Meio Ambiente] que trata da qualidade de balneabilidade das praias e a bandeira azul é um pouco mais exigente ainda do que a legislação federal no Brasil.

 

A Secis tem atuado muito com relação à vacinação de gatos especificamente além de ampliar o Castramóvel, certo?

Essa é uma bandeira recente na secretaria, que nasceu originalmente como Secretaria de Cidade Sustentável. Depois, ela incorporou inovação e resiliência. Inovação foi para outra secretaria, depois na gestão de Bruno [Reis] e aí ficou com sustentabilidade e resiliência. Durante o período e com a vinda da vereadora Marcelle, ela assumiu essa pauta de Bem-Estar e Proteção Animal. Então a gente tem alguns contratos de castração de animais, tanto gatos, cachorros, quanto em clínicas veterinárias. Existem dois castramóveis que rodam pela cidade identificando os locais onde tem maior demanda. E a gente leva esse castramóvel para o local onde é feita a castração de animais, tanto no castramóvel quanto nas clínicas, de forma gratuita para os protetores. No caso da vacinação, ele fez uma licitação no ano passado. Se não falha a memória com Marcelle como secretária. E a gente adquiriu as vacinas e tem uma campanha quase semanalmente de vacinar tanto gato quanto cachorro.

 

Mas falando especificamente sobre as colônias, como está sendo o reordenamento dos gatos que estavam na colônia de Piatã? Ficamos sabendo que tem aumentado o abandono de animais na colônia de Stella Maris.

Ainda quando Marcelle estava como secretária, ela conseguiu fazer um processo de chamamento público de credenciamento de ONGs para fazer a retirada dos animais da colônia lá de Piatã. Tem uma demanda da população, um processo do Ministério Público para resolver essa questão de saúde pública. E ela conseguiu contratara ONG Doce Lar para fazer esse trabalho de tirar os gatos de Piatã e levar para um unidade que tenha condições de receber. Depois disso, eu assumi a Secretaria e, recentemente, começaram a aparecer realmente alguns pedidos de resgate de animais e de aparecimento de colônias. Essa colônia de Stella Maris apareceu realmente para a gente através inclusive de noticiário na televisão. E o que está pensando para resolver isso? É uma política pública de castrar os animais de rua, não só de gato como de cachorro. Então, se a gente conseguir de alguma forma castrar esses animais errantes, eles não vão ter filhotes. Então a gente acredita que essa política possa dar resultado. É muita quantidade de animais abandonados na rua. Então, a principal iniciativa que eu venho pensando e costurando é tirar os animais de rua, castrar eles e devolver para a rua. A gente não tem espaços, ONGs, abrigos disponíveis para tanto animal de rua para ficar lá dentro de um abrigo sem ter as condições adequadas. Então, eu, como secretário, acredito nessa política de castrar os animais de rua e evitar futuras colônias

 

Uma página ligada a Marcell Moraes tem se passado pelo perfil oficial do Hospital Veterinário. A Secis já tomou conhecimento dessa situação?

A gente tem alguns problemas no Instagram de páginas “fake”. Há um tempo, a gente identificou que algumas páginas diziam ser oficiais da cidade, mas não são. Então procuramos uma forma de denunciar através do próprio Instagram. A gente não sabe se essa página é de Marcell ou não, mas isso já é um problema que ocorria.


Como tem sido o atendimento do Hospital Veterinário?

Depois da inauguração, o hospital realmente superou todas as expectativas. Quando a gente fez o chamamento público e o contrato de gestão, a expectativa era de 40 atendimentos de consulta e no máximo chegar a mais 40 atendimentos de emergência, e hoje nós superamos. A gente atende de dia, ficamos lá de 8h a 17h, e quando  se aproxima de 17h, tem dias que tem mais de 50 demais pacientes, a gente vai até quase 11 horas da noite.

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