Ministério Público do RS pede medida de proteção para criança carregada por torcedor em invasão de campo
Por Redação
O Ministério Público do Rio Grande do Sul entrou com um pedido de medida de proteção para a criança, de 3 anos, carregada pelo pai, 33, em invasão de campo durante uma confusão no Beira-Rio. O caso aconteceu no último domingo (26) após a derrota do Internacional para o Caxias nos pênaltis por 5 a 4, na semifinal do Gauchão.
O pedido foi feito no final da tarde desta segunda pelo promotor João Paulo Fontoura de Medeiros, com atribuição na Infância e Juventude em Canoas. No documento, ele diz que se for necessário, a criança seria tirada do pai para ser acolhida por uma instituição ou entregue a um membro da família natural.
"A filha estava em seu colo, correndo extremo risco de ser agredida e lesionada", justificou no documento, que ainda ressaltou a postura dos jogadores do Caxias que não reagiram à agressão evitando que algo pior acontecesse. Além disso, o promotor também solicitou uma avaliação técnica pela equipe judiciária e que os pais, avó materna sejam designados para audiência junto com o Conselho Tutelar e com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
O torcedor do Colorado prestou depoimento nesta segunda-feira (27) para a Polícia Civil na 2ª Delegacia da Polícia Civil. Depois dele, a mulher e mãe da criança também compareceu no local. Os dois foram ouvidos pelo delegado Vinicius Nahan e pela delegada Sabrina Teixeira, da Divisão Especial da Criança e do Adolescente (Deca). Ele responderá a dois inquéritos. Na esfera criminal, por "submeter a filha a vexame e constrangimento", cuja pena prevista é de seis a dois anos de prisão. Já o segundo foi aberto na própria delegacia, onde o cinegrafista Gabriel Bolfoni registrou ocorrência. A investigação é por crime de lesão corporal leve. O homem também agrediu o jogador Dudu Mandai, do time visitante, mas ainda não houve queixa e com isso não haverá apuração neste momento.
Também nesta segunda, o Inter anunciou que o torcedor foi suspenso do quadro de sócio do clube por tempo indeterminado e está impedido de entrar no Beira-Rio. O Conselho de Ética do Colorado vai apurar os fatos para aplicar outras medidas, se necessárias.