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Castelucci fala sobre início de carreira pela TVE e relembra histórias impactantes que cobriu no esporte: "Sempre que conto me emociono"

Por Thiago Tolentino

Foto: Ulisses Gama / Bahia Notícias

Entrevistado do Podcast BN na Bola desta segunda-feira (4), o comentarista Gustavo Castelucci falou sobre o seu início de carreira pela TVE Bahia e revela que a emissora o moldou por completo como o profissional que é hoje. Gustavo também lembrou da tragédia que ocorreu na antiga Fonte Nova em 2007.

 

"Logo quando entrei, entrevistei um menino que era filho de um percussionista que trabalhava com Daniela Mercury. Ele tinha 12 anos e foi tocar na abertura do Pan em 2007. Logo depois, cobri gente que ganhou medalha no Pan-americano, como Pedro Lima e Everton Lopes, caras que ganharam medalha de boxe no Pan-Americano. Fui cobrir jogo na Fonte Nova e estava lá no dia da tragédia (em 2007). A TVE me deu várias experiências e vivências e me moldou muito. Ganhei prêmios, eu e a equipe do Cartão Verde, prêmios individuais, prêmios coletivos. Acredito que me desenvolvi bastante numa fase da vida em que eu precisava disso, meter a mão na massa, passar por várias funções e entender melhor como é o esporte e a vida do esporte, não só dos jogadores de futebol, mas também de outros atletas. Uma vez fiz matéria de um cara que morava em Cajazeiras e trabalhava no Santa Izabel; ele ia correndo e era o treino dele. Ele trabalhava com serviços gerais e todo o dinheiro que ele ganhava era para sustentar o filho", relembrou o comentarista.

 

Castelucci, emocionado, falou sobre as grandes histórias que contou no seu início na TVE e valorizou a luta de atletas que não possuem grandes destaques na mídia. O comentarista também elegeu a matéria que mais o tocou durante sua carreira na emissora.

 

"São histórias lindíssimas que às vezes a gente não tem acesso e não tem espaço para contar. A gente fala tanto de futebol, mas esquece que os outros esportes trazem experiências de vida fantásticas de superação de limites de várias maneiras. O que a TVE me proporcionou ao longo desse período foi isso, viver o esporte de outra forma e mostrar esse esporte que ninguém mostra, não só o futebol."

 

"Esse caso é um dos que sempre que eu conto eu me emociono, porque eu sou pai e eu sei como é você batalhar para colocar aquela criança ou aquelas que você colocou no mundo num caminho massa, não é fácil. Ver a luta diária do cara que se desgasta fisicamente, sem estrutura e com um salário mínimo talvez, me fazia perceber que ele era um cara muito simples, todo dinheiro que ele ganhava tinha um destino. Histórias como essas e várias outras eu pude mostrar dentro do esporte."

 

O jornalista também deu detalhes da tragédia que aconteceu na Fonte Nova no ano de 2007. No dia 25 de novembro, uma parte da arquibancada cedeu, derrubando dezenas de torcedores. Sete dessas pessoas não resistiram e foram a óbito.

 

"Eu estava lá na queda da Fonte Nova, entrevistei os jogadores Álisson, Eduardo e Rogério, no momento começou a encher de gente, a torcida do Bahia é louca, começaram a arrancar rede e tufo de grama. Percebi que estava enchendo demais e resolvi ir embora para o vestiário, quando cheguei lá, estava cheio de polícia e o pessoal estava querendo invadir. A polícia agiu com gás de pimenta e fugimos pelo cantinho, quando chegamos na barreira, nos identificamos como imprensa e saímos. Quando cheguei na porta do vestiário, Marcos Pimenta, repórter da TV Bahia, estava desnorteado e desmaiou. Enquanto esperávamos jogadores, recebemos a notícia do acidente, não tínhamos a informação completa e ficamos na dúvida se íamos ou se ficávamos. Quando esperamos mais um minuto, recebemos ligações pedindo para sairmos do estádio e nos avisaram que morreu gente e que caiu gente do lado de fora do estádio. Quando chegamos do lado de fora estavam os corpos, foi um momento impactante. Tinha festa marcada com trio, Gustavo Chaves estava tocando sem saber o que tinha acontecido. Quando a ambulância chegou a festa acabou e todo mundo foi pra casa", relatou.

 

"Eu estava na inauguração da Fonte Nova e do Estádio de Pituaçu. Então, boa parte do esporte no século 21 eu acompanhei dentro de campo ou trabalhando com isso, dentro do futebol tiveram vários momentos emocionantes. O esporte mexe muito comigo, essa coisa de superação, de espírito de equipe... Tudo que envolve o meio é uma coisa que mexe muito comigo", completou.