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Notícia

Estados Unidos podem perder Copa do Mundo de 2026 e Olimpíadas de 2028; entenda

Por Bia Jesus

Foto: Divulgação / FIFA / Los Angeles 2028

Os Estados Unidos podem realmente deixar de sediar a Copa do Mundo de 2026 e os Jogos Olímpicos de 2028? Vamos entender. Nos últimos dias, a entidade que reúne todas as federações internacionais olímpicas (Fifa, FIVB, World Athletics, etc) questionou, em carta divulgada, a capacidade dos Estados Unidos organizarem eventos seguros para todos os envolvidos.

 

O caso nada tem a ver com as invasões que aconteceram na Copa América de 2024, e sim com uma investigação criminal interna, conduzida em Miami, cidade nos EUA, que tem como alvo a Wada, Agência Mundial Antidoping.

 

Basicamente, dirigentes e/ou atletas podem ser presos assim que desembarcarem nos Estados Unidos para participar de um evento esportivo. Isso pode acontecer caso a justiça americana entenda que o país foi lesado em qualquer caso de doping. Até mesmo quando o sistema internacional que controla situações de doping entender que não houve.

 

"A Wada é estabelecida e reconhecida pelas autoridades públicas e pelo movimento esportivo como a autoridade suprema na luta contra o doping. Ela coordena regras e políticas antidoping em todos os esportes e países para garantir integridade e consistência", diz a carta da ASOIF.

 

Logo em seguida, na mesma carta, a ASOIF complementa, questionando a credibilidade dos EUA em sediar grandes competições esportivas.

 

"A investigação extraterritorial dos EUA levanta dúvidas sobre a segurança pessoal de atletas, autoridades esportivas e representantes de organizações esportivas internacionais e a confiança com a qual eles podem viajar para os EUA para competições e compromissos esportivos internacionais. A investigação pode levar as IFs a considerar os riscos de alocar futuros eventos internacionais para os EUA".

 

Em 2020, no início das denúncias dos casos de doping da Rússia, o Congresso dos EUA aprovou e o presidente Donald Trump sancionou uma lei que permite o país julgar, condenar e prender quem cometer doping em qualquer lugar do mundo em qualquer tipo de correlação com os Estados Unidos. Exemplo: caso um atleta brasileiro dispute uma competição contra um norte-americano, ele será investigado e, caso os EUA determinem que o brasileiro se dopou, ele será julgado e até poderá ser preso.

 

Atualmente, o FBI está investigando o suposto doping de 23 nadadores chineses antes dos Jogos de Tóquio 2020, que testaram positivo para a mesma substância e convenceram a agência antidoping da China que foram contaminados pela carne de um hotel onde estavam hospedados.

 

Nos EUA, a narrativa que prevaleceu no comitê da Câmara, com apoio de republicanos e democratas, é que a Wada pode ter feito vistas grossas para o doping dos chineses após receber maior financiamento da China (os EUA são, de longe, os maiores doadores da Wada).

 

Em carta divulgada, o Comitê Olímpico Internacional (COI) deu total respaldo ao relatório da WADA.

 

"Com base neste relatório, o COI reafirma sua total confiança na Wada e em sua liderança, que implementaram uma série de iniciativas que fortaleceram o sistema nos últimos anos", dizia o comunicado.

 

"O COI apela a todas as partes interessadas para que respeitem a autoridade suprema da Wada na luta contra o doping. Esse respeito forma a base sobre a qual a Wada foi fundada pelos governos do mundo e pelo Movimento Olímpico. Esse respeito é essencial para qualquer competição internacional justa", continuou o COI.

 

A ASOIF finaliza indicando que eventos de federações, como Copa do Mundo e Olimpíadas podem deixar os EUA, que serão sede de ambas as competições num futuro bem próximo.

 

"A investigação pode levar as Federações Internacionais (IFs) a considerar os riscos de conceder eventos internacionais futuros aos EUA".