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Mulheres são mais predispostas à rouquidão e à Doença de Ménière

Por André Apenburg

Foto: Divulgação

Além de poder aparecer em qualquer faixa etária e com mais frequência entre os 30 e 50 anos de idade; a Síndrome de Ménière é mais presente nas mulheres (75% dos casos) do que nos homens (25% das ocorrências) e representa um quadro clínico caracterizado pelo aumento da pressão no labirinto, estrutura do ouvido interno relacionada à audição e ao equilíbrio. A patologia se manifesta em etapas progressivas, com sensação de pressão e entupimento no ouvido, piora na audição e zumbido. O desconforto persiste com a vertigem e sensação de rotação, desequilíbrio motor, náuseas e vômitos, em crises severas que podem durar de 20 minutos a uma hora.

 

Não há sintomas no intervalo entre as crises e o diagnóstico se dá por exclusão, com análise do histórico do paciente, avaliação otoneurológica e teste terapêutico. Já se admite que a Doença de Ménière possa ter origem inflamatória, traumática, autoimune, congênita ou de fundo hereditário e degenerativo dos órgãos internos do ouvido.

 

Por não haver cura até o momento atual, os tratamentos se concentram no alívio e na redução dos sintomas durante as crises e na prevenção delas. Procedimentos invasivos, como injeção intratimpânica de medicamentos e cirurgia, são raramente indicados. Habitualmente, há prescrição de medicações para tratar náuseas e vertigens, diuréticos, vasodilatadores e terapia de reabilitação.

 

Os casos clínicos observados em consultório indicam que as mulheres também sofrem mais com a rouquidão e são mais sujeitas ao aparecimento de lesões nas cordas vocais, o que tem a ver com a própria anatomia corporal. A laringe feminina é menor que a masculina e consequentemente possui uma corda vocal de menor tamanho, o que dificulta a dispersão do impacto durante o esforço ao falar e concentra mais energia na região, predispondo ao aparecimento dos nódulos vocais. Para completar o quadro, nesta região anatômica há um “sistema de amortecimento”, composto pelo ácido hialurônico, que também está presente em menor quantidade e concentração nas mulheres.

 

Os especialistas acreditam que estes dois fatores somados explicam o fato que os conhecidos calos vocais sejam mais comuns em mulheres em relação aos homens. Mas há de se tranquilizar o público feminino, pois os nódulos vocais são lesões sem risco de transformação maligna.

 

De todo modo, é imprescindível procurar o otorrinolaringologista quando a rouquidão persistir por mais que duas semanas e quando aparecerem sinais de ouvido tampado, zumbido, perda de audição e vertigens. Ficar atento aos sinais é de fundamental importância para o paciente, pois todo diagnóstico precoce feito por um especialista vai facilitar o tratamento medicamentoso, fonoaudiológico e cirúrgico, se houver necessidade, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

 

*André Apenburg é otorrinolaringologista e diretor médico da Otorrino Center, empresa que integra o Grupo H+Brasil, uma das maiores holdings de saúde do país na área de multiespecialidades

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

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