Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
/
Tag

Artigos

Paulett Furacão
Quarto dos Fundos
Foto: Maísa Amaral / Divulgação

Quarto dos Fundos

Toda a tragédia que foi velejada pelos mares do Atlântico, ancorou erroneamente nas águas da ambição para construir um modelo de país que decidiu projetar um futuro de expugnação exclusiva, buscando através da escravidão das raças o seu principal atrativo. Após a bem-sucedida invasão do patriarcado europeu a poderosa fonte inesgotável de riquezas, chamada Pindorama, mais tarde rebatizada pelos invasores de Brasil, dizimou os povos originários, sequestrou as realezas africanas e perpetuou um sistema capitalista e higienista que perdura hodiernamente.

Multimídia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”. “Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

juri popular

Caso Joel: Ex-PM é condenado a 13 anos de prisão e tenente é absolvido
Foto: Arquivo Pessoal

 

O ex-policial militar Eraldo Menezes de Souza foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão pela morte do garoto Joel da Conceição de Castro, de 10 anos, no Nordeste de Amaralina em 2010. O outro réu no caso, o tenente da PM Alexinaldo Santana Souza, responsável por comandar a operação, foi absolvido. 

 

A sentença foi proferida nesta terça-feira (7) pelo júri popular que teve início na segunda (6), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. A decisão ainda cabe recursos, e Eraldo só começará a cumprir a pena após o esgotamento deles.
 

 No primeiro dia foram ouvidas 14 testemunhas, sendo quatro arroladas pelo MP-BA, incluindo a irmã do menino Joel, Jéssica Caroline Castro, e o pai do garoto, Joel Castro, e outras 10 trazidas pela defesa. Os réus também prestaram depoimento. 

 

Nesta terça, aconteceu o debate entre acusação, representada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), e as defesas do ex-PM, e do tenente, com os advogados Bruno Teixeira Bahia e Vivaldo Amaral, respectivamente. Eraldo e Alexinaldo foram denunciados pelo MP-BA por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, fútil e por impossibilitar a defesa da vítima. 
 

RELEMBRE O CASO

Joel Conceição Castro, um menino negro de 10 anos, era morador do Nordeste de Amaralina, em Salvador, e no dia  21 de novembro de 2010, enquanto se preparava para dormir no quarto de casa, o garoto foi atingido e morto por um tiro que atravessou a janela. 

 

O disparo foi feito durante uma operação da 40ª CIPM, à época comandada pelo tenente Alexinaldo Santana de Souza. O laudo do Departamento de Perícia Técnica (DPT) comprovou que o disparo foi efetuado pelo soldado Eraldo Menezes de Souza.

 

Mesmo com a pouca idade, o garoto já se destacava por seu desempenho e paixão pela capoeira, seguindo os passos do pai, Seu Joel, com quem compartilhava também o mesmo nome. O menino chegou a participar de uma propaganda televisiva do Governo do Estado da Bahia.

Ex-PM acusado de matar garoto Joel alega ter disparado acidentalmente; defesa de tenente não fala em omissão de socorro
Foto: Reprodução / Record Bahia

Acusado de envolvimento na morte do menino Joel Castro, de 10 anos, no Nordeste de Amaralina em 2010, o tenente Alexinaldo Santana Souza não estaria no momento em que o garoto foi socorrido e a ajuda teria sido negada por policiais militares, como alegaram testemunhas de acusação no primeiro dia do júri, realizado nesta segunda-feira (6). 

 

 

A afirmação foi feita pelo advogado de defesa de Alexinaldo, Vivaldo Amaral, em entrevista à imprensa na frente no Fórum Ruy Barbosa, antes do início do segundo dia de julgamento, nesta terça-feira (7). 

 

“[Alexinaldo] efetuou disparos longe da casa do senhor Joel, quando ele volta o fato já tinha acontecido, ou seja, o disparo e a morte. Reitero, feito pelo outro profissional [o ex-PM Eraldo Menezes de Souza], que confessou ontem que fez, e volto a dizer, disse que fez acidentalmente. E quando o meu cliente chegou a família já tinha prestado o socorro, ou seja, quando o meu cliente chegou ele não podia fazer mais nada referente ao socorro, mas mesmo assim na condição de comandante da operação, no sentido de se solidarizar com a família, ele foi até o hospital para onde a criança tinha sido levada para que ele pudesse de qualquer forma ajudar dentro das suas competências”, afirmou Amaral. 

 

Sobre a possível postura de Alexinaldo enquanto comandante da operação em reprimir os demais agentes por supostamente não terem prestado socorro à vítima e à família, Vivaldo Amaral argumentou que “isso foi objeto de apuração” e trata-se de uma “outra situação”. O advogado pontuou que o júri em andamento analisa apenas o homicídio de Joel Castro, que na sua opinião é um homicídio culposo (quando não há intenção de matar). 

 

“Outros fatos periféricos a respeito dessa suposta omissão de socorro, aí me permita, até por uma questão ética, eu não posso falar porque é um assunto que única e exclusivamente afeta o outro profissional de segurança pública, o senhor Eraldo, que está sendo defendido pelo colega [Bruno Teixeira Bahia]”.

 

No depoimento prestado nesta segunda, Eraldo, como relatado pelo advogado, afirmou que o disparo que matou o garoto Joel teria sido acidental. O ex-policial militar narrou que teria escorregado e, por conta disso, a arma disparou. 

 

De acordo com Vivaldo Amaral, Eraldo confirmou que a orientação do tenente foi para “chegar com cautela”, porque o local onde ocorreu o crime, “é sensível”. 

 

Ainda sobre Alexinaldo, o advogado confirmou que após o ocorrido o tenente foi até a delegacia. “Também por conta dos desdobramentos para se recolher o material e buscar todas as informações subsidiar as futuras investigações”, disse. Em seguida, o oficial também esteve no Hospital Geral do Estado (HGE). 

Júri do caso Joel Castro entra no segundo dia; expectativa é que resultado seja proclamado nesta terça
Foto: Arquivo pessoal

Após cerca de 11 horas de sessão, o tribunal do júri do caso Joel Castro será retomado nesta terça-feira (7). Neste segundo dia de julgamento haverá o debate entre acusação, representada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), e as defesas dos réus Eraldo Menezes de Souza, ex-policial militar, e o tenente Alexinaldo Santana Souza, com os advogados Bruno Teixeira Bahia e Vivaldo Amaral.

 

No primeiro dia foram ouvidas 14 testemunhas, sendo quatro arroladas pelo MP-BA, incluindo a irmã do menino Joel, Jéssica Caroline Castro, e o pai do garoto, Joel Castro, e outras 10 trazidas pela defesa. Os réus também prestaram depoimento. 

 

A expectativa é que o resultado seja proclamado nesta terça, quando os sete jurados deverão deliberar sobre a absolvição ou condenação dos acusados. Eraldo e Alexinaldo foram denunciados pelo MP-BA por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, fútil e por impossibilitar a defesa da vítima. 

 

RELEMBRE O CASO

Joel Conceição Castro, um menino negro de 10 anos, era morador do Nordeste de Amaralina, em Salvador, e no dia  21 de novembro de 2010, enquanto se preparava para dormir no quarto de casa, o garoto foi atingido e morto por um tiro que atravessou a janela. 

 

O disparo foi feito durante uma operação da 40ª CIPM, à época comandada pelo tenente Alexinaldo Santana de Souza. O laudo do Departamento de Perícia Técnica (DPT) comprovou que o disparo foi efetuado pelo soldado Eraldo Menezes de Souza.

 

Mesmo com a pouca idade, o garoto já se destacava por seu desempenho e paixão pela capoeira, seguindo os passos do pai, Seu Joel, com quem compartilhava também o mesmo nome. O menino chegou a participar de uma propaganda televisiva do Governo do Estado da Bahia.

 

Caso Joel: Testemunha de defesa diz que não lembra se policiais prestaram socorro ao garoto
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

A primeira testemunha de defesa do ex-policial militar Eraldo Menezes de Souza e do tenente Alexinaldo Santana Souza, o tenente-coronel da PM, Elson Cristóvão Pereira, foi ouvida na tarde desta segunda-feira (6) durante o júri popular sobre o caso do menino Joel Conceição Castro, de 10 anos, morto durante operação policial no bairro do Nordeste de Amaralina no ano de 2010, que acontece no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.


Ao ser questionado pelo promotor Ariomar José Figueiredo da Silva, que faz a acusação do caso, se foi informado de que os réus teriam prestado socorro a Joel, ele disse que não se lembrava do fato. 


Ele ainda disse que à época, a orientação da PM, era para que os próprios policiais prestassem socorro a toda e qualquer tipo de vítima. Hoje o protocolo é acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O policial ainda informou que só ficou sabendo da morte da criança no dia seguinte ao crime. 


OMISSÃO

Mais cedo, duas das 15 testemunhas de acusação prestaram depoimento. Rafael Sampaio dos Reis foi o primeiro a ser ouvido pelo júri. Ele morava no bairro do Nordeste de Amaralina, próximo a localidade onde o caso aconteceu. Durante depoimento, a testemunha que estava em casa durante o crime, subiu em uma laje e avistou os ex-agentes atirando e um PM caindo e escorrendo, além de outro que estava agachado em frente à casa da criança. 


Rafael disse ainda que presenciou três PMs em ação e afirma que os policiais se omitiram e não prestaram socorro.  “No momento não tinha confronto, só vi os policiais atirando”, contou. 
 

Ele revelou que quando o pai de Joel foi pedir ajuda aos policiais para socorrer o menino e chegou a se ajoelhar, os militares afirmaram: “Se afaste se não eu vou atirar”. 

 
A testemunha apontou também que da laje conseguiu ver os policiais na frente da casa de Joel. Ele observou que viu o irmão da vítima, Jeanderson sair de casa com o menino e um outro vizinho para prestar socorro. 

 

DEFESA

Ao responder as perguntas do advogado de defesa Vivaldo Amaral, Elson relatou o clima de violência no bairro na época do acontecido. “Quase sempre tivemos conflitos armados no Nordeste. Tivemos que fazer uma intervenção fortíssima na primeira gestão do governador Jaques Wagner. Era extremamente difícil trabalhar naquela localidade”, contou o policial.


Ele ainda disse que “frequentemente” viaturas eram atingidas por bala na localidade e presenciou também morte de policiais. O militar relatou que na época em que atuava lá, as equipes encontraram armamento pesado e granadas.


Elson lembrou que a data do crime, “foi um dia bem tenso” com “indivíduos armados” circulando pelo Nordeste. Ele não participou da operação, porque ao subcomandante cabe a atividade administrativa e disse que soube ter havido intensa troca de tiros. 


Elson teceu elogios ao réu Alexinaldo, afirmando que ele é um “profissional proativo, disciplinado, muito equilibrado, que demonstrava muita maturidade profissional ao atuar, muito técnico”. “Nunca chegou nenhum tipo de problema”, garantiu.


O JÚRI

O julgamento ocorrido nesta segunda, conta com 7 jurados, onde 5 são homens e 2 são mulheres. Além disso, cerca de 15 testemunhas serão escutadas pelo júri, onde 5 são de defesa e 4 de cada réu.  A previsão é de que sejam realizados dois julgamentos para analisar o caso.

Mãe de Joel acredita em condenação de policiais e fala em legado deixado pelo filho: “Vidas serão preservadas”
Miriam Moreno da Conceição, mãe de Joel. Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Miriam Moreno da Conceição, mãe do menino Joel Conceição Castro, morto aos 10 anos durante uma operação policial no bairro do Nordeste de Amaralina, acredita que o ex-PM Eraldo Menezes de Souza e o tenente da corporação Alexinaldo Santana Souza, ambos denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), sejam condenados no júri popular iniciado nesta segunda-feira (6). 

 

Ao Bahia Notícias, Miriam comentou sobre a expectativa em torno do julgamento dos acusados pelo crime ocorrido em 21 de novembro de 2010. “A nossa expectativa é que a Justiça seja feita. Nosso objetivo é a condenação dos policiais. Nunca perdemos a esperança. Nós sempre confiamos na Justiça. Esses tempos têm sido tempos difíceis, mas nós transformamos nossos tempos difíceis em luta”, comentou a mãe de Joel.

 

Ela também falou sobre a esperança de que a condenação dos réus sirva como um exemplo para casos de violência policial e que estes tipos de crimes não saiam impunes. 

 

LEIA TAMBÉM:

 

“Nos transformamos através da morte de Joel. Através da condenação dos policiais, nós entendemos que vidas serão preservadas através dele e que não teremos mais um contexto de impunidade diante de circunstâncias de ocorrências como essa no nosso bairro”, afirmou.

 

Miriam lembra com carinho do filho e disse que ele deixa uma bela herança. “O legado que ele deixa é de alguém que protege o seu povo. Deixa um legado de amor, de socialização, daquilo que é social, daquilo que é bom, de ajuda ao próximo”, falou. 

 

O JÚRI

O julgamento ocorrido nesta segunda, conta com 7 jurados, onde 5 são homens e 2 são mulheres. Além disso, cerca de 15 testemunhas serão escutadas pelo júri, onde 5 são de defesa e 4 de cada réu. A acusação do caso, está sendo feita pelo promotor, Ariomar José Figueiredo da Silva. 

 

Já a defesa de Alexinaldo Santana Souza está sendo feita pelo advogado Vivaldo Amaral. O profissional é o mesmo que inicou a defesa da médica Kátia Vargas, pelo duplo homicídio dos irmãos Emanuel e Emanuelle. Bruno Teixeira Bahia faz a defesa de Eraldo Menezes. 

 

A previsão é de que sejam realizados dois dias de julgamento para analisar o caso.

PMs acusados de matar menino Joel Castro vão a júri popular nesta segunda-feira
Foto: Reprodução

Nesta segunda-feira (6), o caso do menino Joel Conceição Castro pode ganhar um desfecho. O ex-policial militar Eraldo Menezes de Souza e o tenente Alexinaldo Santana Souza, ambos denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) pelo homicídio da criança de 10 anos, em 21 de novembro de 2010, vão a júri popular. O julgamento será realizado na sala do Tribunal do Júri, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, a partir das 8h.

 

Os réus são acusados de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, fútil e por impossibilitar a defesa da vítima. O crime ocorreu no bairro do Nordeste de Amaralina.  

 

Antes do início do júri, ativistas de movimentos sociais e familiares de Joel realizarão um ato público em frente ao fórum para pedir justiça pelo menino e por outras crianças, adolescentes e jovens mortos em decorrência de ações policiais nas periferias da capital baiana.  

 

O julgamento acontece 13 anos após a morte do menino Joel. 

 

RELEMBRE

Joel Conceição Castro, um menino negro de 10 anos, era morador do Nordeste de Amaralina, em Salvador, e no dia  21 de novembro de 2010, enquanto se preparava para dormir no quarto de casa, o garoto foi atingido e morto por um tiro que atravessou a janela. 

 

O disparo foi feito durante uma operação da 40ª CIPM, à época comandada pelo tenente Alexinaldo Santana de Souza. O laudo do Departamento de Perícia Técnica (DPT) comprovou que o disparo foi efetuado pelo soldado Eraldo Menezes de Souza.

 

Mesmo com a pouca idade, o garoto já se destacava por seu desempenho e paixão pela capoeira, seguindo os passos do pai, Seu Joel, com quem compartilhava também o mesmo nome. O menino chegou a participar de uma propaganda televisiva do Governo do Estado da Bahia.

Treze anos depois, PMs acusados de matar menino Joel Castro vão a júri popular na próxima semana em Salvador
Foto: Reprodução

Na próxima segunda-feira, dia 6 de maio, o ex-policial militar Eraldo Menezes de Souza e o tenente Alexinaldo Santana Souza, ambos denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) pelo homicídio do menino Joel Conceição Castro, de 10 anos, em 21 de novembro de 2010, vão a júri popular. O crime ocorreu no bairro do Nordeste de Amaralina. 

 

 

Os réus são acusados de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, fútil e por impossibilitar a defesa da vítima. O julgamento será realizado na sala do Tribunal do Júri, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, a partir das 8h.

 

Momentos antes do início do júri, por volta das 7h, ativistas de movimentos sociais e familiares de Joel realizarão um ato público em frente ao fórum para pedir justiça pelo menino e por outras crianças, adolescentes e jovens mortos em decorrência de ações policiais nas periferias da capital baiana.  

 

O julgamento acontece 13 anos após a morte do menino Joel. “Que eles [os policiais] paguem pelo que eles fizeram, porque Joel só queria viver dentro da residência dele e não conseguiu”, afirma o pai da criança, o capoeirista Joel Castro, conhecido como Mestre Ninha.

 

O Odara – Instituto da Mulher Negra atua como assistência de acusação do Ministério Público no caso, através de sua assessoria jurídica, vinculada ao Minha Mãe Não Dorme Enquanto Eu Não Chegar – projeto da organização que há 9 anos atua no acolhimento, fortalecimento social e jurídico de mães e familiares de vítimas do Estado, em Salvador. 

 

RELEMBRE

Joel Conceição Castro, um menino negro de 10 anos, era morador do Nordeste de Amaralina, em Salvador, e no dia  21 de novembro de 2010, enquanto se preparava para dormir no quarto de casa, o garoto foi atingido e morto por um tiro que atravessou a janela. 

 

O disparo foi feito durante uma operação da 40ª CIPM, à época comandada pelo tenente Alexinaldo Santana de Souza. O laudo do Departamento de Perícia Técnica (DPT) comprovou que o disparo foi efetuado pelo soldado Eraldo Menezes de Souza.

 

Mesmo com a pouca idade, o garoto já se destacava por seu desempenho e paixão pela capoeira, seguindo os passos do pai, Seu Joel, com quem compartilhava também o mesmo nome. O menino chegou a participar de uma propaganda televisiva do Governo do Estado da Bahia.

 

Homem é condenado a 18 anos de prisão por morte de empresária no Sudoeste baiano
Foto: Reprodução / Blog do Anderson

Um homem foi condenado a 18 anos de prisão pela morte de uma empresária em Barra do Choça, no Sudoeste baiano. O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (22) em Vitória da Conquista, na mesma região. Segundo o Blog do Anderson, parceiro do Bahia Notícias, o réu, Everton Bruno dos Santos Miranda, de 41 anos, é apontado como autor da morte de Givanete de Souza Nogueira, de 52 anos.

 

A empresária foi encontrada morta na zona rural de Barra do Choça, com marcas de estrangulamento. O crime ocorreu em janeiro de 2021. Ainda segundo informações, a motivação do homicídio foi uma dívida de R$ 15 mil que Everton tinha com a vítima. Ambos tinham lojas na Galeria Joaquim Correia.

 

Desde 2021, Everton segue preso no Conjunto Penal de Vitória da Conquista. A sentença foi aplicada pela juíza Janine Soares de Matos Ferraz. 

Réu por morte de jovem há quase dez anos é condenado a 12 anos de prisão; crime ocorreu em Coité
Vítima tinha 18 anos à época / Foto: Reprodução / Calila Notícias

Um júri ocorrido nesta quarta-feira (6) em Conceição do Coité, na região sisaleira, condenou um homem a 12 anos de prisão por um homicídio. O réu, Gilberto Santos Bispo, respondia pelo crime que vitimou Jonielson da Silva Oliveira, à época do crime, com 18 anos. Segundo o Calila Notícias, parceiro do Bahia Notícias, o homicídio ocorreu no dia 24 de outubro de 2014.

 

A vítima estava em um “samba” na localidade de Fazenda Lagoa Ferrada, zona rural do município, quando o acusado chegou ao local e disparou. O jovem ainda tentou fugir, mas foi alcançado. O réu, acusado de homicídio qualificado, ficou foragido até o ano passado, quando foi preso.

 

A pena de 12 anos de reclusão em regime fechado deve ser cumprida no presídio de Feira de Santana. Cabe recurso à decisão, agora no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-BA).

Acusado de causar morte de dentista por atropelamento tem recurso negado e júri é mantido
Foto: Reprodução / TV Santa Cruz

O empresário Tharciso Aguiar, acusado de causar a morte da dentista Ranitla Bonella, em um atropelamento em Ilhéus, no Sul, deve mesmo ir a júri popular. O suspeito chegou a ser preso em julho do ano passado, mas conseguiu reverter a decisão com um pedido de habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (TJ-BA).

 

A defesa de Tharciso entrou com um recurso, mas na tarde desta quinta-feira (5), a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) o julgou improcedente. Segundo o Radar News, parceiro do Bahia Notícias, o pedido defendia a mudança do crime para homicídio culposo no trânsito, com pena prevista de 2 a 4 anos.

 

O TJ-BA seguiu a tese do Ministério Público do Estado (MP-BA), que acusa o empresário por homicídio doloso, quando há a intenção de matar. O caso ocorreu na tarde do dia 11 de junho do ano passado, em um trecho urbano da BA-001 de Ilhéus.

 

A dentista Ranitla Bonella, de 23 anos, atravessava uma faixa de pedestre quando foi atingida pelo carro dirigido pelo acusado. Ele deixou o local logo após o atropelamento e não socorreu a vítima. Em depoimento, dias após o atropelamento, alegou que não ficou no local por medo de ser agredido. 

Ex-vereadora vai a júri por morte de agricultor que teve corpo esquartejado na Bahia; crime ocorreu há 16 anos
Foto: Reprodução / Achei Sudoeste

Uma ex-vereadora de Barra da Estiva, na Chapada Diamantina, vai a júri popular na próxima quarta-feira (23). Maria Creusa Silva (PL), a Creuza de Permínio, será julgada pelo homicídio de do trabalhador rural Samuel Silva Machado, ocorrido em 2007.

 

Segundo o Achei Sudoeste, parceiro do Bahia Notícias, o corpo do homem foi encontrado esquartejado, dias depois de a vitima ficar desaparecida. Ao site, o advogado da família do agricultor, Maurício Vasconcelos, disse que o caso teria ocorrido a partir de uma dívida de cerca de R$ 130 mil que o homem teria contraído com a acusada, que tinha um comércio de café.

 

Ainda segundo a acusação, a ex-vereadora, oito anos após o crime, teria transferido partes do corpo da fazenda dela para outro local. A acusada ainda teria envolvido um menor de idade na ocultação do cadáver. A ex-vereadora chegou a ser presa, mas foi colocada em liberdade. 

PMs acusados de matar garota na porta de casa em Salvador vão a júri popular cinco anos após o crime
Foto: Arquivo pessoal

Os policiais militares Nildson Jorge Sousa França e Emerson Camilo Sales Pereira, acusados de matar a menina Geovanna Nogueira da Paixão, de 11 anos, irão a júri popular nesta segunda-feira (21). O julgamento será a partir das 8h no Fórum Ruy Barbosa, bairro de Nazaré, em Salvador.

 

O júri acontece cinco anos após a morte de Geovanna, que aconteceu no dia 24 de janeiro de 2018. Conforme relatos de familiares, a menina estava abrindo o portão de sua casa para receber o avô, quando foi atingida com um tiro na cabeça por disparos de agentes da 48ª CIPM, que realizavam uma ação no bairro. A garota foi socorrida, mas não resistiu. Os PMs foram afastados das suas funções depois do ocorrido (veja aqui).

 

“Foi muito rápido. Meu pai estava chegando umas 7h. Ela saiu de casa e foi baleada” contou Maria Ângela de Jesus, mãe de Geovanna, ao portal G1 Bahia na época do crime. Ângela, que é acompanhada pelo projeto Minha Mãe Não Dorme Enquanto Eu Não Chegar, do Instituto Odara, agora espera que o julgamento resulte na condenação dos acusados para que “a justiça seja feita pelo sangue da minha filha que foi derramado".

 

A assessoria jurídica do projeto Minha Mãe Não Dorme, que tem acompanhado o processo de perto, também espera pela condenação dos policiais envolvidos. Além do caso de Geovanna, o projeto acompanha outras dezenas de casos de crianças e adolescentes negras e negros que foram vitimadas pela ação da polícia em Salvador durante os últimos anos.

Júri popular condena homem que matou namorada e sobrinho a facadas na RMS por homicídio qualificado
Foto: Reprodução

Marcos Machado da Silva, réu em ação penal pelo assassinato de Lucilene da Silva e Leonardo Santana, tia e sobrinho, na localidade de Arembepe, em Camaçari, foi condenado, por júri popular, pelo crime de homícido qualificado. Ele, que é acusado de ter matado os dois a facadas, foi sentenciado a 27 anos e quatro meses de reclusão. O crime aconteceu no dia 21 de julho de 2020.

 

A sessão de julgamento foi realizada nesta terça-feira (25), no Fórum Clemente Mariani, no município. A denúncia contra Marcos Machado da Silva foi apresentada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), em 2020. 

 

Na noite do crime, Marcos, Lucilene e Leonardo – que na época tinham 38 e 11 anos, respectivamente – estavam em uma festa de aniversário. Segundo investigação do MP-BA, o réu teria pedido à Lucilene, sua namorada, para irem embora da festa e ela recusou, iniciando aí uma discussão. Marcos, então, deixou o local sozinho e retornou logo em seguida, pulando o muro da casa e tentando agredir a mulher. De acordo com a denúncia, ele precisou ser contido por outras pessoas. 

 

Algum tempo depois, os três foram embora e ao chegarem na casa em que moravam, Marcos se armou com uma faca tipo peixeira e deflagrou golpes contra tia e sobrinho, pelas costas. Depois de matá-los, como aponta a denúncia, o condenado trancou a residência e fugiu para a cidade de Santo Amaro, no Recôncavo. 

 

Ele foi detido e levado pela Polícia de Santo Amaro, 24 horas depois do ocorrido. Dois dias após o crime, o juiz titular da Vara do Júri e Execuções Penais de Camaçari, Waldir Viana Ribeiro Júnior, decretou a prisão temporária de Marcos. À época, por uma questão de segurança, ele foi levado para a 26ª Delegacia de Vila de Abrantes.

 

Parentes de Lucilene contaram, no período do crime, que ela morava em Santo Amaro e havia se mudado para Camaçari depois de terminar um relacionamento abusivo, no qual sofria constantes agressões. Ela trabalhava como vendedora em uma casa de material de construção em Arembepe. 

 

Entre idas e vindas para visitar a família no Recôncavo, Lucilene conheceu Marcos Machado da Silva e quando o homicídio ocorreu, eles estavam morando juntos havia pouco mais de uma semana. O pequeno Leonardo, sobrinho da vítima, foi morar com a tia após o falecimento da avó materna.

Policiais acusados de matar Genivaldo Santos em “câmara de gás” vão a júri popular
Foto: Reprodução

William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento, os três policiais rodoviários federais acusados de envolvimento na morte de Genivaldo Santos durante abordagem em Umbaúba, em Sergipe, em 25 de maio do ano passado, irão a júri popular. O julgamento ainda não tem data definida. Eles estão presos desde outubro do ano passado e são acusados de tortura e homicídio triplamente qualificado. Na ocasião, eles se apresentaram voluntariamente à Polícia Federal (PF).

 

A Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) negou provimento aos recursos da defesa e manteve a decisão de primeira instância, que determinou a prisão preventiva de Paulo Rodolpho, Kléber e William. As informações são de O Globo. 

 

O colegiado também indeferiu um recurso do Ministério Público Federal (MPF), que pedia a pronúncia dos acusados pela prática do crime de abuso de autoridade. Assim como o juízo da 7ª Vara de Sergipe, o colegiado considerou que não havia provas suficientes para que os réus respondessem por esse delito.

 

O trio foi indiciado pela PF por homicídio qualificado e abuso de autoridade. O MPF já havia oferecido denúncia à Justiça e pedido que fosse retirado o sigilo do caso. Os agentes viraram réus pelo caso em outubro.

 

Genivaldo, que na época do crime tinha 38 anos, morreu após ter sido trancado no porta-malas de uma viatura da PRF e submetido à inalação de gás lacrimogêneo. A certidão de óbito apontou asfixia e insuficiência respiratória como causa da morte. Ele ficou 11 minutos e 27 segundos exposto a gases tóxicos, e impedido de sair de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal em Sergipe, segundo a perícia feita pela Polícia Federal.

 

Durante as investigações os peritos atestaram que a concentração de monóxido de carbono foi pequena. Já a de ácido sulfídrico foi bem maior, e pode ter causado convulsões e incapacidade de respirar.

 

De acordo com a perícia, o esforço físico intenso e o estresse causados pela abordagem policial resultaram numa respiração acelerada de Genivaldo. Isso pode ter potencializado ainda mais os efeitos tóxicos dos gases. A perícia afirmou ainda, que os gases causaram um colapso no pulmão da vítima.

 

Em setembro, a Justiça concedeu liminar para obrigar a Polícia Rodoviária Federal a adotar medidas para conscientizar os seus agentes quanto ao respeito aos Direitos Humanos. A PRF terá de restabelecer o funcionamento das Comissões de Direitos Humanos, Nacional e Regionais, além de incluir novamente a disciplina Direitos Humanos e Cidadania no Curso de Formação que já está ocorrendo.

 

Os agentes serão obrigados a estudar protocolos de abordagem policial a grupos vulneráveis (negros, mulheres, indígenas, quilombolas, portadores de enfermidades físicas e mentais, população LGBTQIA+, etc), com enfoque na seletividade da abordagem policial na população pobre e negra. A ação foi proposta pelo Ministério Público Federal após o caso de Genivaldo de Jesus Santos.

Caso Janaína: Júri pode ser adiado pela quarta vez; acusado sofreu acidente de moto
Foto: Reprodução / TV Bahia

O julgamento de Aidilson Viana de Sousa, investigado por matar a corretora de imóveis Janaína Silva de Oliveira, em Salvador, pode ser adiado pela quarta vez. O júri estava agendado para o dia 17 de maio e havia sido remarcado para esta quarta-feira (3). 

 

Desta vez, o julgamento foi adiado porque o réu sofreu traumatismo craniano após acidente de moto na região da Barra. Ele está hospitalizado e, segundo a filha de Janaína, Priscila Gama, a defesa dele anexou na tarde ontem (2) um laudo médico informando o seu estado de saúde. 

 

O crime aconteceu em 2017 e o julgamento deveria ter acontecido em outubro do ano passado. 

 

“No total já foram três adiamentos, caso aconteça hoje será o quarto. O primeiro foi a pedido do Tribunal de Justiça, alegando que tinha outro processo mais antigo para ser julgado. O segundo adiamento foi a pedido da defesa, porque ele constituiu um advogado dias antes do júri e a defesa pediu um prazo para estudar um processo, que foi deferido. O terceiro adiamento foi a defesa pedindo um laudo pericial, que diz não constar no processo, o juiz também deferiu”, relatou Priscila em entrevista ao Jornal da Manhã. 

 

“Ele sofreu um acidente de moto ontem de manhã no bairro da Barra, próximo à minha casa, inclusive, e já me deixou bastante preocupada por ser próximo à minha casa e às vésperas do júri, onde eu vou ser uma das testemunhas. Ele estava de moto, o laudo diz que o capacete saiu e ele bateu a cabeça, está em observação”, confirmou. 

 

Janaína foi encontrada morta no dia 10 de novembro de 2017, dentro do apartamento onde morava com Aidilson, no bairro do Barbalho, na capital baiana. Ela foi achada pela irmã e pela filha, fruto de outro relacionamento na época com 27 anos. O corpo dela tinha ferimentos de facadas e familiares da corretora atestam que foi o companheiro quem a matou.

 

 Aidilson foi preso ainda no mês de novembro. Os 30 dias de prisão acabaram no dia 14 de dezembro de 2017, conforme informou o Ministério Público do Estado (MP-BA). O MP-BA denunciou Aidilson, mas a Justiça indeferiu o pedido de prisão preventiva.

 

“O crime aconteceu há seis anos, ele está solto, minha mãe morreu, não pôde viver e ele está curtindo a vida, vivendo, aproveitando, agredindo outra mulher - porque já aconteceu outra agressão depois. O que me deixa bastante preocupada, porque ele já matou uma e então pode matar outras. A gente não sabe o que se passa na mente de uma pessoa dessa. Ele confessou o que ele fez. Então, é muito doloroso a gente ter que sofrer por mais alguns meses para que esse júri aconteça, sendo que ele é um réu confesso”, desabafou Priscila ao jornal.  

Acusado de matar ex-mulher e atirar contra filhas vai a júri popular no interior baiano
Foto: Reprodução / Redes Sociais

Acusado de feminicídio, Luiz Carlos Ferreira da Silva vai a júri popular no dia 8 de agosto em Ipirá, na Bacia do Jacuípe. Ele é apontado como autor da morte da ex-companheira Alessandra Souza Rios, de 40 anos. O crime ocorreu na madrugada do dia 17 de janeiro de 2022, em Ipirá.

 

Câmeras de segurança registraram o fato. A vítima voltava de um evento na zona rural da cidade e estacionava o carro na frente de casa. O ex-companheiro, conhecido como Judeu, saiu de trás de um veículo e atirou, atingindo a vítima. Na fuga, o acusado ainda desferiu disparos na direção de uma das filhas e de outras duas pessoas.

 

Segundo o advogado das filhas do casal, Matheus Biset, Luiz Carlos Ferreira da Silva foi denunciado pelos crimes de homicídio com duas qualificadoras (emboscada e feminicídio), com uma causa de aumento de pena (homicídio na presença de descendente) e tentativa de homicídio qualificada (para assegurar a impunidade de outro crime), por três vezes.

 

O juiz acatou a recomendação do MP e, apesar do recurso interposto pelo réu, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) manteve a decisão.

Julgamento para restabelecimento do júri que condenou réus da Boate Kiss é suspenso após pedidos de vista
Foto: Secom STJ

O julgamento do recurso especial contra a anulação do júri que condenou os quatro acusados pela tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), foi iniciado pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta terça-feira (13), mas já foi suspenso. 

 

O relator, ministro Rogerio Schietti Cruz, votou pelo acolhimento do recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), para restabelecer o júri popular. O julgamento, contudo, foi suspenso em razão de pedidos de vista dos ministros Sebastião Reis Júnior e Antonio Saldanha Palheiro.

 

O incêndio na casa de shows, em janeiro de 2013, causou a morte de 242 pessoas e deixou feridas outras 636. O júri foi anulado no ano passado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS).

 

Para Schietti, ao apontar supostas ilegalidades no julgamento do júri, as defesas dos réus não demonstraram o prejuízo concreto que teriam sofrido, o que impede – ao contrário do que entendeu o TJ-RS – o reconhecimento de nulidades. Outras nulidades mencionadas pelos advogados, segundo o ministro, foram atingidas pela preclusão.

 

De acordo com o ministro, como consequência do restabelecimento da sentença condenatória, também deveria ser restabelecida a decisão na parte em que o magistrado de primeiro grau determinou a prisão imediata dos réus. Ele entendeu ser necessário o retorno dos autos ao TJ-RS para que, afastadas as nulidades, a corte analise as outras questões levantadas nas apelações. Por causa da anulação do júri, o tribunal gaúcho havia considerado prejudicados alguns dos pontos discutidos pelas partes nos recursos.   

 

NULIDADES NA SESSÃO DO JÚRI

Em dezembro de 2021, o tribunal do júri condenou Elissandro Callegaro Spohr a 22 anos e seis meses de reclusão; Mauro Londero Hoffmann a 19 anos e seis meses; e Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão, ambos à pena de 18 anos. O juiz estabeleceu o regime fechado para todos os réus e determinou a execução provisória das penas.

 

O TJ-RS, porém, anulou o júri por quatro motivos principais: irregularidades na escolha dos jurados, inclusive com a realização de um sorteio fora do prazo previsto pelo Código de Processo Penal (CPP); a realização, durante a sessão de julgamento, de uma reunião reservada entre o juiz presidente do júri e os jurados, sem a participação das defesas ou do Ministério Público; ilegalidades na elaboração dos quesitos; e a suposta inovação da acusação na fase de réplica.

 

VOTO DO RELATOR

Ao iniciar o seu voto, o ministro Rogerio Schietti manifestou solidariedade aos familiares, aos amigos e às centenas de vítimas da tragédia. O relator ressaltou a complexidade do processo (que já conta com mais de 68 mil páginas) e elogiou o comportamento de todas as partes, inclusive durante os dez dias de julgamento pelo júri popular.

 

Exatamente pela magnitude do episódio e pelo caráter dramático do caso, o ministro destacou a necessidade de que o julgamento pelo júri fosse conduzido "com certa flexibilidade, não a ponto de sacrificar os direitos dos acusados, mas na medida certa para não impedir a sua conclusão em tempo e modo devidos".

 

Em relação às nulidades no processo penal, Schietti comentou que a divisão clássica entre as relativas – que exigiriam comprovação de prejuízo e estariam sujeitas à preclusão – e as absolutas – as quais, em tese, não estariam sujeitas à preclusão e poderiam ser reconhecidas de ofício pela Justiça – vem sendo objeto de nova interpretação tanto pelo Supremo Tribunal Federal quanto pelo STJ, com a fixação de jurisprudência no sentido de que também as nulidades absolutas dependem da demonstração de efetivo prejuízo e podem ser atingidas pela preclusão.

 

No tocante à escolha dos jurados, Schietti comentou que o juiz presidente fez três sorteios para a escolha de 150 jurados (entre 25 deles seriam sorteados os integrantes do conselho de sentença). Para o TJ-RS, o número foi excessivo, além de um dos sorteios ter ocorrido em 24 de novembro de 2021, fora do prazo previsto pelo CPP.

 

Na avaliação do ministro, contudo, a intenção do magistrado foi evitar o chamado "estouro de urna" (quando há impossibilidade de se formar o conselho de sentença pela insuficiência de jurados), em razão das dificuldades para encontrar pessoas aptas a participar do julgamento e por causa da pandemia da Covid-19. Além disso, enfatizou, o juiz definiu a forma de sorteio com o objetivo de evitar o risco de adiamento da sessão, o que levaria não só a grandes prejuízos materiais e problemas operacionais, mas também teria um grave "custo emocional" para aqueles que aguardavam o julgamento.

 

O relator lembrou ainda que os quatro jurados escolhidos no sorteio fora do prazo legal não participaram do julgamento. "O conselho de sentença não contou com nenhum dos jurados que foram sorteados no dia 24/11/2021, o que evidencia a ausência de prejuízo em razão da realização do último sorteio de jurados extemporaneamente", disse.

 

Já em relação à suposta ilegalidade da reunião reservada entre o juiz e os jurados, Schietti destacou que as nulidades do julgamento em plenário devem ser atacadas logo após sua ocorrência, sob pena de preclusão, nos termos do artigo 571, incisos V e VII, do CPP. Além disso, é indispensável que a alegação de nulidade seja consignada na ata da sessão.

 

De acordo com Rogerio Schietti, não houve impugnação da reunião reservada na ata, mas apenas no recurso de apelação. "Assim, considerando que não houve impugnação da realização da referida reunião oportunamente em plenário, a matéria está preclusa", afirmou.

Acusado de atropelar e matar dentista em Ilhéus vai a júri popular
Foto: Reprodução / TV Santa Cruz

O homem que causou o acidente que matou a dentista Ranitla Bonella, de 23 anos, em junho do ano passado, vai a júri popular. O fato ocorreu na zona urbana de Ilhéus, no Litoral Sul (lembre aqui). Segundo a TV Santa Cruz, a data do julgamento do empresário Tharcísio Aguiar, no entanto, ainda não foi definida. Ele é acusado pelo Ministério Público do Estado (MP-BA) e pelos advogados da família da vítima de homicídio doloso qualificado.

 

Ranitla Bonella / Foto: Reprodução / Políticos do Sul da Bahia

 

A defesa do acusado afirma que o réu deve ser julgado por homicídio culposo, quando o crime não é cometido de forma intencional. O atropelamento ocorreu no dia 11 de junho. Dois dias depois, o acusado se apresentou à delegacia.

 

Tharcísio teve a prisão preventiva decretada e a Justiça também suspendeu a carteira de motorista [CNH] dele. A vítima era recém-formada e estava em Ilhéus para fazer uma especialização em ortodontia. A jovem atravessava a pista quando foi atingida pelo veículo dirigido pelo acusado. 

Cinco acusados de matar pediatra a tiros dentro de clínica na Bahia deverão ir a júri popular
Foto: Reprodução/ Facebook

O juiz André de Souza Dantas Vieira determinou que os cinco réus acusados de envolvimento no assassinato do médico pediatra Júlio César de Queiroz Teixeira, em setembro de 2021, dentro de uma clínica na cidade de Barra, no oeste da Bahia, vão a júri popular. A data do julgamento ainda não foi marcada e a decisão cabe recurso.

 

Conforme o G1, o magistrado acatou representação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e pronunciou os cinco criminosos - indiciados por tramar e executar o crime - por homicídio qualificado (motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima).

 

O processo está no prazo recursal. Dessa forma, após protocolado o recurso, será encaminhado para julgamento no TJ-BA, que irá decidir se mantém ou reforma a sentença do primeiro grau.

 

Os cinco réus do caso são Diego Santos Silva (acusado de ser o mandante do crime); Jefferson Ferreira Gomes da Silva (acusado de ser o executor do crime); Ranieri Magalhães Bonfim Borges (acusado de ser o piloto que levou Jefferson); Adeilton de Souza Borges (acusado de ser olheiro que estava na clínica para vigiar o pediatra); e Fernanda Lima da Silva (acusada de ser olheira que estava na clínica para vigiar o pediatra).

 

NOVA VERSÃO

Júlio César, um dos suspeitos, apresentou uma nova versão na primeira audiência do caso, realizada em setembro de 2022. Ele afirmou que uma sexta pessoa teria participado do crime.

 

Segundo o réu, a sexta pessoa atende pelo nome de “Japinha” e teria sido o mandante do crime. Porém, de acordo com o acusado, ele já teria morrido. 

 

Para o MP-BA, a versão apresentada por Júlio César não se sustenta e por isso a acusação inicial foi mantida. 

 

A primeira audiência aconteceu em Barra, quase um ano após o crime, e durou cerca de 12 horas. Na sessão, foram ouvidos os réus e as testemunhas. As cinco pessoas participaram da audiência virtualmente, porque cumprem prisão preventiva em penitenciárias de Salvador e de Barreiras.

 

O pediatra Julio Cesar de Queiroz Teixeira foi morto a tiros enquanto atendia uma criança na clínica em que trabalhava. Ele deixou a esposa e os dois filhos, de 5 e 8 anos de idade. O paciente e dois funcionários presenciaram o crime. Um desses funcionários é a esposa do médico. Parte da situação foi registrada por câmeras da recepção da clínica.

Júri do caso Lucas Terra deve ter resultado nesta quinta; relembre principais momentos
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Na última terça-feira (25) teve início, no Fórum Ruy Barbosa em Salvador, o júri popular dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados pelo assassinato do adolescente Lucas Terra de 14 anos, ocorrido em 2001. O depoimento dos réus e o debate entre acusação e defesa acontecem nesta quinta (27) e existe a expectativa do resultado do julgamento ser anunciado nas próximas horas.

 

As sessões contaram com sete jurados, cinco homens e duas mulheres, sob a liderança da juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto. Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representam o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores, que têm como defensores os advogados Nestor Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto.

 

1º DIA

Ao todo, 15 testemunhas foram ouvidas, sendo cinco representando a acusação e 10 na defesa dos pastores. No primeiro dia do julgamento, o depoente Martoni, apresentado como amigo da vítima,  afirmou que o pastor Fernando Aparecido da Silva, proibiu que obreiros da Igreja Universal do Reino de Deus participassem das buscas pelo adolescente, quando ainda não havia a confirmação da morte dele.

 

Outra testemunha de acusação identificada como Tatiana S., afirmou que chegou a receber ameaças por incentivar as buscas pelo adolescente de 14 anos. Em depoimento dado ao júri na terça, Tatiana confirmou o discurso da primeira testemunha e afirmou que o pastor Fernando, acusado de participar do crime, proibiu que obreiros da Igreja Universal participassem das buscas por Lucas Terra.

 

Tatiana contou que, antes de ser expulsa da organização religiosa, chegou a receber mensagens ameaçadoras via SMS, além de ser seguida na saída de seu trabalho. A mulher afirmou que o pastor Beljair Santos também adotou um tom “ameaçador” ao desincentivar as buscas por Lucas Terra.

 

Ainda na terça, foi ouvida a primeira testemunha de defesa.  O pastor Beljair de Souza Santos, da Igreja Universal do Reino de Deus, acabou entrando em contradição, de acordo com a avaliação do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

 

No testemunho dado diante do júri, ele afirmou que, na época, morava no Parque Júlio César, acompanhado do pastor Joel Miranda, um dos acusados pelo assassinato. Entretanto, a acusação lembrou que, em um depoimento anterior, Beljair havia dito que morava em um condomínio na Av. Paralela, junto apenas à esposa.

 

Outra contradição apontada pelos procuradores do MP-BA tem a ver com a relação da testemunha com os acusados. Em depoimento dado em 2008, Beljair afirmou que conhecia os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda “apenas de vista”. Nesta terça, porém, ele disse que morava com Joel.

 

2º DIA

Na quarta (26), os demais depoentes de defesa foram ouvidos pelo júri. Presente no fórum, Carlos Terra Júnior, irmão de Lucas, falou com a reportagem do Bahia Notícias sobre o andamento do processo e a expectativa em sobre a condenação dos acusados.

 

"Em relação ao primeiro dia, eu fiquei com a sensação, nós da família, meu irmão chegou aqui no final do dia. Minha mãe, como ela é testemunha, ela não viu o que aconteceu durante o dia. Mas a sensação que nós tivemos é que eles vão sair daqui condenados, devem receber muito provavelmente uma pena muito forte, muito rígida e é isso que a gente espera, isso é o que a gente percebeu no decorrer do dia", disse.

 

3º DIA

Nesta quinta, o primeiro réu a prestar depoimento foi Joel Miranda. Durante o interrogatório, Miranda alegou inocência e afirmou que não conheceu Lucas antes do desaparecimento ter sido relatado e indicou que não matinha qualquer elação, inclusive de amizade, com o outro acusado. Segundo depoimento de Silvio Galiza, ex-pastor condenado pelo crime, o adolescente teria sido morto após flagrar Joel Miranda e Fernando Silva fazendo sexo. Foi a partir do relato de Galiza que ambos se tornaram réus. “Não sou homossexual”, frisou.

 

Segundo réu a depor, o pastor Fernando Aparecido da Silva admitiu que conhecia o adolescente mas negou ter participado do crime. Durante o julgamento, Fernando respondeu perguntas da juíza e alegou ter dado a Lucas o mesmo tratamento que tinha com outros membros. Além disso, o acusado afirmou que o pai de Lucas o procurou na igreja ao notar que o filho não havia chegado em casa.

 

Marion Terra, mãe de Lucas espera que a justiça seja feita para finalmente encerrar o “ciclo de luto”, que já dura 22 anos. “Está sendo muito difícil pra mim. Graças a Deus eu estou conseguindo dormir, porque eu conto com os dias e as horas para ver a decisão desse julgamento, que será hoje. Então eu estou um pouquinho ansiosa, porque ainda tem o dia todo para eles falarem. Mas que se feche esse ciclo de impunidade. Descansar, é o que eu quero. Fechar esse luto é o mais importante pra mim nesse momento. Poder saber que a sociedade baiana não permitiu que eles ficassem impunes”.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro de Santa Cruz, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Segundo réu a depor, pastor acusado de matar Lucas Terra admite que conhecia adolescente mas nega crime: "Jamais faríamos"
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Segundo réu a depor no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, durante julgamento do caso Lucas Terra, o pastor Fernando Aparecido da Silva admitiu que conhecia o adolescente mas negou ter participado do crime. Acusado de ter assassinado Lucas Terra em uma igreja de Salvador em 2001, ele foi ouvido nesta quinta-feira (27), terceiro dia do júri.

 

Durante o julgamento, Fernando Aparecido respondeu perguntas da juíza e alegou ter dado a Lucas o mesmo tratamento que tinha com outros membros. Além disso, o acusado afirmou que o pai de Lucas o procurou na igreja ao notar que o filho não havia chegado em casa.

 

"Ele já havia passado na igreja do Rio Vermelho, porque ele já tinha recebido uma ligação do filho, do Lucas, dizendo que ia dormir com o Galiza. Isso assustou a gente, porque não pode acontecer, é proibido", alega Fernando Aparecido.

 

LEIA TAMBÉM:

 

Ainda de acordo com o acusado, jovens da Santa Cruz o teriam procurado relatando ser "normal" Silvio Galiza, ex-pastor condenado pelo crime, deixar adolescentes dormirem na igreja. Fernando alega ter comunicado à direção da igreja o caso, e Galiza teria sido desligado. Além disso, Aparecido respondeu que os jovens relatavam que dormiam, e quando acordavam "Galiza estava com a mão sob o órgão genital deles".

 

Segundo depoimento de Silvio Galiza, Lucas Terra teria sido morto após flagrar Fernando e Joel Miranda, outro pastor acusado pelo crime, fazendo sexo. Foi a partir do relato de Galiza que ambos se tornaram réus. "Nenhum. Nunca houve", disse Fernando sobre a existência de relacionamento homoafetivo com Joel.

 

Fernando Aparecido confirmou a versão dada por Joel para a troca de Galiza, da Santa Cruz para o Rio Vermelho. "Tudo o que ele foi acusado, ele colocou pra cima da gente", disse sobre a acusação de Galiza. "Eu acredito que é porque fui eu e o Joel que desligamos ele", complementou obre o que teria motivado a denúncia.

 

O réu também respondeu perguntas da acusação e ao contrário de Joel, Fernando afirmou que conversou com Joel depois que eles foram acusados.

 

Durante o interrogatório, os ânimos ficaram exaltados entre a promotoria e os advogados de defesa, e a juíza precisou intervir em alguns momento. A magistrada também alertou o promotor Davi Gallo para que fizesse perguntas mais objetivas e não afirmações.

 

RELEMBRE O CASO
Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Após 22 anos do crime, caso Lucas Terra pode ter fim nesta quinta; “Descansar, é o que eu quero”, diz mãe da vítima
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

O júri popular dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados pelo assassinato do garoto Lucas Terra, de 14 anos, em 2001, entra no seu terceiro dia nesta quinta-feira (27).

 

Os dois réus serão ouvidos na sessão de hoje e há a expectativa das partes que o resultado seja anunciado ainda nesta quinta. Marion Terra, mãe da vítima, disse que espera finalmente encerrar o “ciclo de luto”, que já dura 22 anos.

 

“Está sendo muito difícil pra mim. Graças a Deus eu estou conseguindo dormir, porque eu conto com os dias e as horas para ver a decisão desse julgamento, que será hoje. Então eu estou um pouquinho ansiosa, porque ainda tem o dia todo para eles falarem. Mas que se feche esse ciclo de impunidade. Descansar, é o que eu quero. Fechar esse luto é o mais importante pra mim nesse momento. Poder saber que a sociedade baiana não permitiu que eles ficassem impunes”, disse Marion em conversa com a imprensa momentos antes do júri recomeçar.

 

Ela também lamentou o fato de o pastor da Igreja Universal da Pituba, Beljair de Souza Santos, não ter sido arrolado no processo como um dos acusados. Segundo Marion, o líder religioso teria ajudado os assassinos a encobrirem o crime.

 

“Joel Miranda e Beljair estavam juntos quando aconteceu o crime. Houve cativeiro, eles colocaram o corpo foi na Igreja Universal do Rio Vermelho. Como é que pode o Beljair simplesmente estar fora do processo do que aconteceu. Ele era o titular da Igreja Universal do Rio Vermelho. Como é que eles colocam o corpo lá dentro? A reconstituição que foi feita pelo o delegado lá no início comprova que o tecido usada para amordaçar, para amarrar Lucas, foi  da cortina da igreja do Rio Vermelho. Ele ficou em cativeiro dentro da igreja e ele estava vivo. Por que que ele foi amordaçado? Por que que ele foi amarrado? Porque ele estava ainda com vida”, explanou Marion.

 

Beljair foi a primeira testemunha de defesa de Fernando e Joel, nesta terça-feira (25). Ele acabou entrando em contradição, de acordo com a avaliação do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

 

No testemunho dado diante do júri, ele afirmou que, na época, morava no Parque Júlio César, acompanhado do pastor Joel Miranda, um dos acusados pelo assassinato. Entretanto, a acusação lembrou que, em um depoimento anterior, Beljair havia dito que morava em um condomínio na Av. Paralela, junto apenas à esposa.

 

Outra contradição apontada pelos procuradores do MP-BA tem a ver com a relação da testemunha com os acusados. Em depoimento dado em 2008, Beljair afirmou que conhecia os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda “apenas de vista”. Nesta terça, porém, ele disse que morava com Joel.

 

Além disso, a acusação apontou que Beljair prestava contas da igreja do bairro da Santa Cruz à igreja regional do Rio Vermelho, liderada por Fernando. Isso impediria, na avaliação do MP-BA, que ambos se conhecessem apenas “de vista”.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Bispo da Universal defende réus e atribui morte de Lucas Terra a Silvio Galiza: "Caiu nas mãos erradas"
Foto: Antônio Queirós / Arquivo CORREIO

Jadson Santos Edington, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), foi a primeira testemunha de defesa ouvida nesta quarta-feira (26) pelo júri responsável pelo caso Lucas Terra, jovem de 14 anos assassinado em 2001 no interior de um dos templos da instituição religiosa no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Segundo o líder, os réus Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva não são os verdadeiros culpados pelo crime.

 

Edington, que foi pastor regional da Pituba antes de Fernando e teve Miranda como seu pastor auxiliar, também negou que os dois pudessem ter uma relação homoafetiva na época em que o garoto foi morto. A tese de que Lucas teria flagrado os dois pastores durante uma relação sexual é uma das versões trabalhadas pela acusação para justificar o envolvimento dos réus no assassinato. 

 

"Isso não existe. Se tomássemos conhecimento disso, no primeiro momento iríamos agir", retrucou a testemunha diante dos jurados. Para ele, seria impossível um pastor ficar sozinho com algum membro da igreja, assim como não seria possível matar alguém dentro de um templo e depois colocar o cadáver dentro de um veículo sem que alguém visse toda a movimentação.

 

De acordo com Jadson, às quartas-feiras, dia em que Lucas Terra desapareceu, as esposas das lideranças sempre estão presentes, acompanhando de perto as celebrações. "Quem frequenta a Universal sabe que as esposas nunca faltam a um culto de quarta", argumentou, justificando ainda a presença de obreiros e auxiliares.

 

A prova de que a situação seria improvável, afirmou o bispo, seria a própria estrutura do estacionamento da IURD do Rio Vermelho, que é aberto ao público, não permitindo que qualquer pessoa pudesse esconder um caixote ou um caixão.

 

"Isso foi uma tragédia, uma das piores tragedias da igreja. Um garoto puro que caiu nas mãos erradas”, disse, responsabilizando o também pastor Silvio Galiza, condenado em 2007 por envolvimento na morte do menino. Na visão dele, Galiza teria culpado os outros dois colegas por vingança. "Ele ficou com raiva tanto de Fernando tanto de Joel, por isso soltou isso", acrescentou.

 

"Me diga quem é que tem alguma coisa para falar do Fernando e do Joel nesses 20 anos?", provocou Edington. "Nós temos a plena certeza que não tem condições de uma pessoa estar em dois lugares ao mesmo tempo", argumentou, sinalizando que na noite do crime o acusado estaria na Catedral, na região do Iguatemi, prestando contas.

 

Jadson afirmou que as esposas dos pastores são responsáveis pelas atividades do escritório, como a prestação de contas. “São duas esposas nas sedes regionais, no mínimo duas, nas maiores são até 3”, disse ele, destacando que "as esposas trabalham tanto quanto os pastores" -  elas na parte administrativa e eles no campo espiritual.

 

Ele disse só ter sido informado do homicídio quando estava no Rio de Janeiro, para onde foi após deixar a regional da Pituba, e que não acha provável o envolvimento afetivo-sexual entre Joel e Fernando: "Não tem chance de pastores terem um movimento de 'homossexualismo' e nenhum membro ver".

 

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), na condição de acusação, inquiriu a testemunha sobre um dos réus ter proibido os integrantes da congregação de realizarem buscas. Ele negou tal fato, alegado pelos próprios membros da IURD na época. "Não tomei conhecimento, não estava nesse momento lá. Mas com qual finalidade eles iriam parar a busca?", questionou.

 

A liderança negou também que os obreiros envolvidos nas buscas tenham sido expulsos e que tais ocupantes costumam ser "disciplinados" quando cometem infrações. "Na verdade, nós afastamos um obreiro quando tem uma atitude que não condiz com a posição dele", pontuou. "Você acha que os outros obreiros iriam aceitar que se parasse de buscar o corpo? Os mais interessados em buscar o corpo somos nós mesmos", discorreu.

 

Questionado sobre como é feito monitoramento das atividades dos pastores, ele respondeu que os pastores regionais conseguem monitorar durante o período de trabalho na igreja, restrito aos cultos. Entretanto, Jadson admitiu que aqueles que dormem não são monitorados nesse período. "Como é que eu vou conseguir monitorar um pastor a noite inteira?".

 

Ao responder a promotoria, Jadson rechaçou categoricamente a versão de que Lucas tenha visto Fernando e Joel durante uma relação sexual: "Ele não viu doutor, isso não existiu".

 

A desconfiança de Galiza não teria sido algo novo para ele, que revelou um episódio em que o pastor foi afastado por ter levado um adolescente para a igreja e ter sido descoberto pela cúpula da IURD. "Doutor, nós não acreditamos no Galiza, nós acreditamos na justiça. Diferente do Joel e do Fernando", defendeu.

 

Na versão do bispo, a Universal nunca teria custeado a defesa de Silvio e que a quantia de R$ 1,5 mil, que recebia como ajuda de custo, foi suspensa após a condenação. "Deus inocenta um pecador, mas não defende um culpado", declamou.

 

No dia da morte de Lucas Terra, Jadson Edington estava na capital baiana, na mesma Catedral em que Fernando acusou estar. Seu retorno para o Rio de Janeiro só se deu depois do crime.

 

A aversão à possibilidade de que os réus mantinham uma relação homoafetiva foi retrucada por ele em outras oportunidades enquanto era ouvido. "Eu estou na igreja desde os 16 anos, hoje tenho 48 anos e nunca vi isso", frisou, sustentando que as companheiras dos supostos envolvidos jamais aceitariam "um negócio desse".

 

"Eu afirmo que eles não cometeram [o crime], por isso eu estou aqui", complementou Jadson, opinando que, dada a honestidade dos religiosos, a "a Justiça não vai condenar uma pessoa inocente".

"A gente começou a sentir alívio", diz irmão de Lucas Terra após primeiro dia de julgamento
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

"A sensação que nós tivemos é que eles vão sair daqui condenados". Essa foi a avaliação de Carlos Terra Júnior após o primeiro dia de júri dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados pelo assassinato de seu irmão, Lucas Terra, no ano de 2001. O julgamento continua nesta quarta-feira (26), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

 

"Em relação ao primeiro dia, eu fiquei com a sensação, nós da família, meu irmão chegou aqui no final do dia. Minha mãe, como ela é testemunha, ela não viu o que aconteceu durante o dia. Mas a sensação que nós tivemos é que eles vão sair daqui condenados, devem receber muito provavelmente uma pena muito forte, muito rígida e é isso que a gente espera, isso é o que a gente percebeu no decorrer do dia", disse Carlos Terra em entrevista ao Bahia Notícias.

 

"De todos esses anos acho que foi um dia que a gente começou sentir alívio. E eu acredito que hoje, como são as testemunhas da defesa, o último testemunho ontem, a pergunta que a defesa fazia só tinha resposta, sim, sim, senhor. Não senhor, sim senhor, não senhor. Acredito que deve continuar dessa forma. Então, pra mim deixa a família assim, uma esperança muito grande e com a certeza que na quinta, amanhã ou na sexta-feira a gente vai sair daqui com o encerramento desse ciclo de impunidade", acrescentou.

 

LEIA TAMBÉM:

 

Carlos também comenta que lembrar de Lucas como ele era ainda dói muito para toda a família. "Essa é uma pergunta que sinceramente eu não gosto muito de responder, o que poso dizer é que ontem nas primeiras testemunhas quando o Ministério Público pedia pra falar como era o Lucas antes do crime, aquele pequeno momento que vocês viveram com eles aqui em Salvador. Eu já começava a me emocionar porque eu vendo ali as testemunhas falando dos últimos dias dele de vida, dois dias antes ele foi me encontrar no meu trabalho, parecia que estava se despedindo", disse.

 

E quando falava também assim, quando as testemunhas souberam da notícia, é um ponto assim que fere muito a família, nos traz praquele tempo ali, reviver aquilo, os últimos dias e depois quando eles tem que relatar a crueldade do que fizeram, ficou claro e evidente aqui que houve uma negligência muito grande, não só a negligência, porque quando é negligente, a gente simplesmente não age, não foi só isso que a instituição determinou perante as pessoas da própria igreja, a instituição ficou claro ontem que ela proibiu de que membros da organização participassem das buscas e os que não obedeceram eles foram retaliados. Isso ficou claro pra todo mundo. Foram expulsos, foram ameaçados, foram intimidados, foram assediados, foram seguidos. Então, isso é uma coisa que além da tristeza do que fizeram com meu irmão, traz aquela revolta. Mas é uma coisa que a gente sempre soube. Nunca, em momento algum, ninguém chegou com a minha mãe, com meu pai: 'O que aconteceu? A gente está aqui, somos solidários, vamos fazer de tudo pra que a justiça seja feita'. Crimes pode acontecer em qualquer organização. Existe pessoas boas e não sabe o que tem na cabeça das pessoas. Agora o que fere a família e o que faz com que aumente essa sensação de querer a justiça justamente pela defesa pelo aparato de proteção que a instituição sempre investiu na defesa desses réus", finalizou.

 

RELEMBRE O CASO
Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Caso Lucas Terra: Advogada diz que justiça será feita e que júri servirá para dar resposta à sociedade
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Advogada da família de Lucas Terra, Tuany Sande, acredita na condenação dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados de assassinarem o adolescente de 14 anos, ocorrido no ano de 2001. Os dois irão a júri popular, que acontece nesta terça-feira (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

 

“Se você se debruçar nas quase 9 mil laudas desse processo desde o início da época do Galisa, já existia indícios de materialidade de autoria apontando os dois réus. Infelizmente lá atrás, não sei porquê, eles não foram indiciados. Porém, atualmente eu acredito que temos todos os argumentos, de autoria e materialidade para que os dois sejam condenados. Mas tudo pode acontecer. Nesses dois, três, quatro dias que nós não sabemos quantos dias vão durar o julgamento, tudo pode acontecer. O que eu espero é que a justiça seja feita e que eles sejam condenados. Não vou dizer se é na pena máxima porque eu não tenho como mensurar como será a dosimetria da pena, mas espero que a condenação venha e que a justiça seja feita”, argumentou a advogada ao Bahia Notícias.

 

Em relação ao tempo do julgamento, Tuany explicou que a previsão de quatro dias se dá porque é um processo complexo, no qual serão ouvidas muitas testemunhas. “Nós não sabemos se vai durar até sexta-feira. Pode acontecer que acabe hoje, pode acontecer que acabe amanhã. Nós mensuramos um prazo de dois a três dias porque estamos tratando de um processo que é conhecido, que tem um fator midiático muito forte, a família não deixou entrar no esquecimento. Não tenho como mensurar como será a dinâmica. Mas vamos aguardar hoje como será a divisão. A gente sabe que tem que começar pela acusação. Temos o número de cinco testemunhas de acusação, que é o número que está na lei. Eles têm direito a trazer 10 testemunhas. Então esperamos que seja longo porque são 15 testemunhas para serem ouvidas, fora o interrogatório e os debates. Então, acredito que não será hoje a finalização desse júri”, explanou.

 

A advogada também defendeu a atuação no Ministério Público no processo. O parquet foi questionado por não ter inserido mais crimes na petição inicial, o que poderia aumentar a pena dos acusados.

 

“Eu não posso julgar a atuação do Ministério Público, na época, eu acho que com o que eles tinham, eles fizeram o melhor. Claro que muitas coisas podem acontecer, mas se não fosse a atuação ferrenha do Ministério Público, esse julgamento hoje não estava acontecendo hoje”, pontuou.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para as 8h desta terça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Caso Lucas Terra: Mãe de vítima espera sentença máxima para pastores acusados pelo assassinato
Marion Terra, mãe de Lucas Terra | Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Após 22 anos, o caso Lucas Terra ganha um novo capítulo e caminha para seu desfecho. Os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda serão julgados a partir desta terça-feira (25) pelo assassinato do adolescente de 14 anos, ocorrido no ano de 2001. Previsto para durar quatro dias, o júri popular acontece no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. Ao Bahia Notícias, Marion Terra, mãe de Lucas, afirma que espera sentença máxima para os acusados. Ela também revela como tem reconstruído sua vida após o crime e fala da imagem que guarda do filho.

 

"Meu sentimento como mãe do Lucas é da inversão de valores que foi muito grande. O processo chegar a 22 anos sem julgamento, com todas as tentativas dos acusados que vão sentar nos bancos dos réus, de procrastinar as medidas protelatórias. Isso foi uma coisa que mais nos feriu, é como se a gente tivesse sido desamparado pela justiça baiana. Quando um processo corre tantos anos assim, muitas vezes as pessoas acabam desistindo. Mas eu e o Carlos tínhamos uma linha de pensamento igual, sempre nos colocamos como pais que o Lucas não está mais aqui, mas outras crianças e outros pais estão", disse Marion na porta do Fórum Ruy Barbosa.

 

"Então o que nós queríamos de fato é fechar o ciclo de impunidade com julgamento. Então, em nenhum momento durante essa caminhada, nós deixamos a dor, o sofrimento, tomamos uma decisão juntos que secaríamos as nossas lágrimas para poder continuar. Se a gente continuasse chorando... o Carlos se debilitou muito nessa caminhada, estava doente, não queria se tratar porque achava que se fosse cuidar da saúde dele, ele seria parado", acrescentou.

 

Para a mãe de Lucas Terra, os pastores acusados "foram protegidos e blindados" pela liberdade e diz que o sentimento é que sua família foi condenada a 22 anos para esperar por justiça.

 

"A única coisa que eu lamento hoje é a presença dele aqui, não está aqui comigo. Foi uma luta muita árdua, andamos lado a lado, eu gostaria muito que ele estivesse aqui. Mas o que eu quero de fato é que eles sejam julgados, condenados e tenham a pena máxima, porque eles foram blindados pela liberdade, foram protegidos pela liberdade. É como se a minha família fosse a culpada e foi condenada a 22 anos para esperar por justiça. Mas hoje a gente está vendo, eu quero que a sociedade baiana, pais e mães, que julguem e condenem esses homens. Eu tenho certeza disso que vai acontecer", disse Marion ao relembrar a luta por justiça ao lado do marido, José Carlos Terra, que faleceu em 2019.

 

Marion Terra também lamenta não ter dado um "fechamento de luto" com a morte do filho, por não conseguir abraçar e se despedir de Lucas. "Eu não tive o fechamento de luto, de abraçar meu filho. Quando uma família perde um ente querido, que tem a oportunidade de estar ali em um funeral, de tocar, de abraçar, e isso eles não me deram a chance. O que eles fizeram com meu filho foi brutal, foi covarde. Assassinos covardes, que pegam uma criança de 14 anos e queimam vivo, e simplesmente jogam em um terreno baldio como se fosse um lixo. Lixo são eles, assassinos são eles, pedófilos. O que eu quero de fato é a sentença", acrescenta.

 

"Meu filho está sempre comigo, eu lembro dele todos os dias, eu abraço ele todos os dias, porque ele continua presente na minha vida, mesmo não estando fisicamente. Eu tenho uma esperança que um dia vou abraçar ele na eternidade. E isso me mantém viva, é saber que não estou sozinha", finalizou.

 

O JÚRI

Serão 29 jurados, sob a liderança da juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto. Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representarão o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores, que serão defendidos pelos advogados Nestor Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto.

 

Tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda são acusados do homicídio do garoto Lucas Terra, assassinado aos 14 anos de idade em 21 de março de 2001, no templo da Igreja Universal do Reino de Deus no bairro do Rio Vermelho.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Júri do caso Lucas Terra começa nesta terça-feira; dois pastores vão a julgamento
Foto: Antônio Queirós / Arquivo CORREIO

Depois de 22 anos, os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda irão à júri popular. O julgamento começará nesta terça-feira (25), às 8h, no Salão Principal do Júri do Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

 

Conforme a assessoria do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o tribunal júri durará quatro dias, encerrando na sexta-feira (28). O julgamento será conduzido pela juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto.

 

Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representarão o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores, que serão defendidos pelos advogados Nestor Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto.

 

Fernando Aparecido e Joel Miranda são acusados do homicídio do garoto Lucas Terra, assassinado aos 14 anos de idade em 21 de março de 2001, no templo da Igreja Universal do Reino de Deus no bairro do Rio Vermelho.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular.

Amanda é condenada pelos assassinatos de quatro motoristas de app em 2019
Foto: Alberto Maraux

A cabeleireira Amanda foi condenada a 63 anos e oito meses de reclusão, na noite desta quarta-feira (19), pelos assassinatos de quatro motoristas de aplicativo no ano de 2019, em Salvador. A condenação foi uma escolha majoritária do júri, formado por sete pessoas, sendo cinco mulheres e dois homens.

 

Amanda era acusada de 12 crimes: quatro homicídios, uma tentativa de homicídio, seis roubos e uma corrupção de menor, referente ao adolescente Estênio, que teria participado na ação criminosa contra os motoristas de aplicativo.

 

Durante o julgamento, Amanda se declarou inocente de 11 acusações, assumindo para si apenas um dos roubos de carro. Segundo ela, o traficante de drogas Jeferson seria o responsável pelas mortes e a teria coagido a ajudar nos roubos dos veículos.

 

“Eu não estou aqui para matar ninguém. Eu não sou assassino”, disse Amanda, usando o gênero masculino. “Eu não sou monstro. Eu não estava lá para tirar a vida de ninguém. Era simplesmente um roubo para quitar dívida”, lamentou. “Eu tenho convicção que não matei ninguém. Não fiz por espontânea vontade”, continuou a cabeleireira.

 

A defesa de Amanda alegou que a ré sofreu de transfobia no processo e era também vítima das ações do traficante de drogas Jeferson, que a coagiu a participar de crimes para pagar a dívida de R$ 5,5 mil que Murilo, marido da cabeleireira, possuía com ele.

 

“Como se coloca a foto de sete homens e de uma travesti e questiona quem é a travesti? Isso é reconhecimento? Isso é apontar o dedo para quem é culpado. Somente a foto de Amanda foi apresentada às testemunhas", criticou o defensor público Daniel Soeiro Freitas.

 

“Amanda foi coagida, induzida e não tinha escolha ao que Jeferson determinava. Todos que ali estavam sabiam que se opusessem morreriam. Morreria Murilo, morreria você (Amanda) do jeito cruel que Jeferson sabia fazer”, argumentou a defensora Flávia Apolônio.

 

Na madrugada do dia 13 de dezembro de 2019, cinco motoristas por aplicativo foram vítimas do crime: os falecidos Alisson Silva Damasceno dos Santos, Daniel Santos da Silva, Genivaldo da Silva Félix e Sávio da Silva Dias, além do sobrevivente Nivaldo dos Santos Vieira, que conseguiu fugir.

 

Como testemunha no julgamento de hoje, Nivaldo reconheceu Amanda como um dos agressores que o atacaram naquela madrugada. Segundo ele, a cabeleireira chegou a pular sobre ele enquanto o agredia.

 

“Você vai morrer hoje e eu vou morrer depois. A gente se encontra lá no inferno”, teria dito Amanda a Nivaldo, segundo o relato do próprio sobrevivente.

 

De acordo com a acusação do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Amanda seria vinculada à organização criminosa chamada “Bonde do Maluco” e se juntou com o adolescente Estênio para a prática de um assalto na região da Estação Pirajá no dia 12 de dezembro de 2019. Na localidade de transbordo, os dois teriam roubado um aparelho celular, no qual foi realizada uma chamada no aplicativo “Uber”.

 

O motorista por aplicativo conhecido como Sávio foi rendido, levado a um barraco, espancado com um “barrote”, teve o pescoço amarrado com um fio de telefone e depois teria sido morto a tiros.

 

Em seguida, ainda segundo o MP-BA, o celular de Sávio teria sido usado por Amanda e Estênio para chamar um segundo motorista, desta vez pelo aplicativo “99 Pop”. O modus operandi teria se repetido, até a quinta vítima, que sobreviveu ao ataque.

 

 

Defesa alega transfobia em processo contra Amanda: "Apontar o dedo para quem é culpado"
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Os defensores públicos que compõem a banca da cabeleireira Amanda Franco da Silva Santos - nome social da travesti - alegaram transfobia dentro do processo contra a acusada de estar envolvida nos assassinatos de quatro motoristas por aplicativo em Salvador no ano de 2019. Segundo a defesa, ao chamar o único sobrevivente da chacina, Nivaldo Santos Vieira, para identificar Amanda, a polícia apresentou 8 fotos, sendo 7 homens com roupas masculinas e apenas uma pessoa com roupas femininas.

 

LEIA TAMBÉM:

 

“Como se coloca a foto de sete homens e de uma travesti e questiona quem é a travesti? Isso é reconhecimento? Isso é apontar o dedo para quem é culpado. Somente a foto de Amanda foi apresentada às testemunhas, ao Nivaldo e ao Daniel”, alegou a defesa.

 

A defesa afirma que a conduta para o reconhecimento de Amanda se repetiu por diversas vezes de maneira transfóbica, já que na maioria das ocasiões apenas a acusada aparecia vestida com roupas femininas nas fotos.

 

Os defensores também afirmaram que Amanda não era a única trans na cena do suposto crime. Ela também estaria acompanhada de uma pessoa conhecida como Dominique e uma terceira mulher trans não identificada.

 

A DÍVIDA DE MURILO E A ENTREGA À POLÍCIA

A defesa de Amanda afirmou que a acusada, desde sempre, alegou que o seu marido, Murilo, teria uma dívida de R$ 5,5 mil reais com um traficante de drogas, identificado como Jeferson. Segundo os advogados, a cabeleireira disse que, caso não pagasse os débitos, acabaria sendo morta.

 

“Amanda foi coagida, induzida e não tinha escolha ao que Jeferson determinava. Todos que ali estavam sabiam que se opusessem morreriam. Morreria Murilo, morreria você (Amanda) do jeito cruel que Jeferson sabia fazer”.

 

Os defensores disseram que Amanda teria assumido a participação de outros delitos, da chamada de dois motoristas, mas "teve coragem, espontaneamente, de procurar a polícia e se entregar, enquanto os verdadeiros algozes dos motoristas do Uber fugiram”. Em relação ao assassinato dos motoristas, a defesa de Amanda afirma que a ré sempre negou qualquer envolvimento.

 

“O senhor Nivaldo não viu em nenhum momento a Amanda atirar em alguém. Tem alguma prova nos autos dizendo que Amanda deu um tiro em alguém? São apenas deduções. Quem praticou os homicídios contra os 4 motoristas de Uber e o homicídio tentado foi o Jeferson”.

 

Para a defesa, se ela tivesse a frieza, a liberdade de escolha e a vontade de participar de “crimes tão cruéis” não teria se entregado à polícia. Os advogados afirmam que Amanda se entregou e passou informações, com a promessa de conseguir a proteção pelo programa Pró-Vida.

 

Segundo a defensoria, se não fosse a apresentação espontânea de Amanda, o delegado já teria encerrado o inquérito porque “os algozes” das vítimas já estavam mortos. 

 

A defesa encerrou afirmando que Amanda não é autora dos quatro homicídios, nem da tentativa de homicídio. Ela teria cometido apenas crime patrimonial (roubo). Além disso, os defensores pediram absolvição de Amanda quanto ao crime de aliciamento de menores, ligado a Estênio - que a acusada nega ter ciência de que se tratava de um menor de idade.

 

 

Frente ao júri, Amanda nega ter participado dos assassinatos de motoristas de app; confira detalhes do depoimento
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Acusada de envolvimento nos assassinatos de quatro motoristas por aplicativo em Salvador no ano de 2019, a cabeleireira Amanda negou ter participado dos crimes que estão sendo julgados nesta quarta-feira (19), no Salão Principal do tribunal do júri do Fórum Ruy Barbosa.

 

“Eu não estou aqui para matar ninguém. Eu não sou assassino”, disse Amanda, usando o gênero masculino.

 

De acordo com a acusação do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Amanda seria vinculada à organização criminosa chamada “Bonde do Maluco” e se juntou com o adolescente Estênio para a prática de um assalto na região da Estação Pirajá no dia 12 de dezembro de 2019. Na localidade de transbordo, os dois teriam roubado um aparelho celular, no qual foi realizada uma chamada no aplicativo “Uber”.

 

O motorista por aplicativo conhecido como Sávio foi rendido, levado a um barraco, espancado com um “barrote”, teve o pescoço amarrado com um fio de telefone e depois teria sido morto a tiros.

 

Em seguida, ainda segundo o MP-BA, o celular de Sávio teria sido usado por Amanda e Estênio para chamar um segundo motorista, desta vez pelo aplicativo “99 Pop”. O modus operandi teria se repetido, até a quinta vítima, que sobreviveu ao ataque.

 

LEIA TAMBÉM:

 

A VERSÃO DE AMANDA

A cabeleireira, porém, negou as acusações do MP-BA. Segundo Amanda, ela teria topado participar de crimes junto a Estênio e a uma outra travesti, identificada como Dominique, para o pagamento da dívida de R$ 5,5 mil que seu marido - Murilo, que estava preso - possuía junto a um traficante de drogas identificado como Jeferson.

 

Amanda garantiu que não esteve na Estação Pirajá no dia 12 de dezembro de 2019, encontrando Estênio apenas no dia seguinte. Amanda disse ter sido chamada por ele para sair da casa por volta das 4h30 da manhã do dia 13.

 

Conforme o depoimento de Amanda durante o julgamento, naquele momento, um carro por aplicativo já havia sido chamado e, quando eles entraram no carro, Estênio teria puxado a arma e apontado para o motorista, identificado como Anderson, que depois teria sido liberado pelo adolescente.

 

“Estênio era, digamos assim, compulsivo por dinheiro, gostava de dinheiro, gostava de farra. Quanto mais ele gastava, mais ele queria”, afirmou a cabeleireira, reconhecendo que sabia que Estênio já havia cometido outros crimes.

 

Ainda segundo o depoimento da acusada, ao saber da liberação de Anderson, Jeferson teria agredido a ela e a Estênio. Em seguida, o traficante chamou Dominique e um outro homem, determinando que os quatro fizessem uma nova chamada de carro por aplicativo, para um novo assalto.

 

“Eu não me recordo quem foi o motorista. Estênio que fez a chamada”, disse Amanda, negando se lembrar da vítima sobrevivente, identificada como Nivaldo. “A gente ficou aguardando, o carro entrou dentro da localidade. Nós entramos no carro, Estênio foi na frente e eu no fundo, e levamos ele até o campo”, relatou a cabeleireira.

 

Amanda confirmou que ela e Estênio portavam armas de fogo neste momento, mas negou que eles tivessem agredido o motorista. Após a dupla armada render a vítima, Jeferson apareceu e levou Nivaldo para o barraco, enquanto os dois faziam uma vistoria no carro.

 

Ao chegar no barraco, Amanda conta que encontrou cinco pessoas: Jeferson, uma mulher trans e outros três. “Jeferson que recebia (os motoristas) junto com outros dois rapazes”, contou.

 

Na versão da cabeleireira, Jeferson teria obrigado Estênio a agredir o motorista. Ao ouvir a recusa, o traficante agrediu o adolescente. Amanda afirma ter deixado o local neste momento, negando ter agredido Nivaldo. “Agressão? Eu que fui agredido por Jeferson e os outros rapazes”, declarou a travesti.

 

Ainda segundo o depoimento da cabeleireira, Estênio teria se recusado a ir embora junto a ela e acabou sendo assassinado por Jeferson. Amanda diz não saber que o adolescente era menor de idade. “Estênio tinha vida de adulto. Ele fazia programas. Ele tinha um corpo de adulto”, disse.

 

Ao deixar o local do crime, Amanda teria ido para a casa de um outro homem, na localidade Paz e Vida, na companhia de Dominique. Depois que saiu de lá, foi para a casa de uma outra pessoa no bairro da Mata Escura. Ao ter conhecimento das acusações contra si, ela teria procurado a delegacia por conta própria.

 

“Eu fui por minha espontânea vontade até a delegacia”. “O tempo todo, o delegado Altair Carneiro querendo que eu assumisse uma coisa que eu não fiz”, acusou, apontando ter sido coagida pelos policiais a se incriminar.

 

A perícia em Amanda, que está presa desde então, só teria sido realizada no dia 27 de janeiro, mais de um mês após os crimes. No presídio da Mata Escura, onde está no momento, ela diz ter sofrido agressões de agentes penitenciários e de outros internos. Lá, teria contraído o vírus HIV. “Fui abusada sexualmente diversas vezes”, contou, afirmando que só dorme com ajuda de medicamentos.

 

“Eu não sou monstro. Eu não estava lá para tirar a vida de ninguém. Era simplesmente um roubo para quitar dívida”, lamentou. “Eu tenho convicção que não matei ninguém. Não fiz por espontânea vontade”, concluiu.

 

 

“Eles sentiam prazer no que estavam fazendo”, diz único sobrevivente da chacina de motoristas de app
Fórum Ruy Barbosa, em Salvador | Foto: Camila São José / Bahia Notícias

O único sobrevivente da chacina de motoristas de app, que ocorreu na madrugada de 13 de dezembro de 2019, por volta das 4h, na localidade conhecida como “Paz e Vida”, na entrada do bairro de Santo Inácio, em Salvador, Nivaldo Santos Vieira, detalhou os momentos de pânico vividos por ele, que teve uma arma colocada no olho e outra na orelha. 

 

Durante o seu depoimento, no júri que acontece no Fórum Ruy Barbosa, na capital baiana, nesta quarta-feira (19), ele disse recebeu a chamada no aplicativo por volta das 5h30 e que foi levado pelos suspeitos para um corredor de barracos, onde observou que já tinha marcas de sangue e roupas jogadas, o que o fez pensar em cativeiro. “Eu tenho certeza que morreu mais gente ali”, contou. 

 

Nivaldo ainda detalhou o momento em que foi encaminhado para a segunda casa pelos cinco acusados, sendo que foi agredido por 4 acusados, apenas Jel, apelido de Jefferson, não bateu: “mandava em tudo ali”. 

 

De acordo com ele, no segundo barraco estava Alisson amarrado (com cabo de rede de internet, nas mãos e pés) e amordaçado, e ao lado dele tinha um corpo com um saco na cabeça. A pessoa morta era um motorista, de nome Sávio. 

 

No seu relato, Nivaldo ainda falou que após Jeferson, apontado como líder por Nivaldo, pedir o dinheiro que ele tinha conseguido no dia, os sete reais, Amanda ficou pulando no corpo de Nivaldo, agredindo. Com isso, o cabo de rede que prendia suas mãos afrouxaram. Não contente com a cena, Amanda olhou para o sobrevivente e falou: “Você vai morrer hoje e eu vou morrer depois. A gente se encontra lá no inferno”. 

 

Nivaldo ainda levou uma pancada de facão no ouvido direito dada por um rapaz que ele identifica como “baixinho”. Depois disso, enquanto ele orava o salmo 121, deixaram uma pistola em cima da geladeira, Genivaldo pegou e Nivaldo se jogou na mata conseguindo fugir. “Poca, poca, poca”, diziam os acusados.

 

Quando chegou ao final da mata, Nivaldo notou que era uma empresa e pediu socorro. “A ficha do segurança só caiu quando ele ouviu os tiros”, afirmou Nivaldo. 

 

Nivaldo ainda disse que não tinha costume de rodar durante a madrugada. “Como era final de semana, uma sexta-feira, eu decidi rodar. Como eu não tinha nada em casa, de comer, 20 reais e o carro sem gasolina, eu fui rodar. Apareceu uma chamada boa para Camaçari e aí eu neguei, porque o pagamento era em cartão e eu precisava do dinheiro”, lembrou. 

 

Para o sobrevivente, “eles sentiam prazer no que estavam fazendo” e “riam muito a todo momento”. 

 

Quando questionado pela defesa se Amanda estava no momento em que conseguiu fugir, Nivaldo afirmou que ela tinha saído para buscar outro motorista e que no momento estavam apenas o rapaz com manchas no rosto e o baixinho “Nonon”. 

 

Junto com comparsas, Amanda é acusada de ter montado uma emboscada e simular chamadas em aplicativos de viagem para atrair motoristas até o bairro. Ao chegarem, as vítimas foram espancadas e torturadas até a morte. Os quatro motoristas assassinados foram identificados como Alisson Silva Damasceno dos Santos, Daniel Santos da Silva, Genivaldo da Silva Félix e Sávio da Silva Dias. O quinto motorista, Nivaldo dos Santos Vieira, conseguiu fugir e sobreviveu à chacina.

 

 

Duas testemunhas faltam a júri de travesti acusada de envolvimento em mortes de motoristas por app
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Uma das cinco testemunhas de acusação e a única testemunha de defesa não compareceram ao julgamento da travesti Amanda, acusada de envolvimento na morte de quatro motoristas de aplicativo de Salvador em 2019. O 2° Juízo da 2ª Vara do Júri do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) ocorre nesta quarta-feira (19) no Fórum Ruy Barbosa, localizado no Campo da Pólvora, Centro da capital baiana.

 

A testemunha de defesa, Uelinton B., não foi ao local do julgamento e nem foi localizada. No caso das testemunhas de acusação, apenas Daniel C. não compareceu. Ana C.Joelma M. Franciane F. e o sobrevivente Nivaldo dos Santos Vieira já testemunharam.

 

Para o turno vespertino, o julgamento saiu do Segundo Salão do Júri - onde esteve durante a manhã - para o Salão Principal do Fórum Ruy Barbosa.

 

LEMBRE O CASO

Na madrugada de 13 de dezembro de 2019, por volta das 4h, quatro motoristas de aplicativo foram mortos na localidade conhecida como ‘Paz e Vida’, na entrada do bairro da Santo Inácio, na capital baiana.

 

Junto com comparsas, Amanda é acusada de ter montado uma emboscada e simular chamadas em aplicativos de viagem para atrair motoristas até o bairro. Ao chegarem, as vítimas foram espancadas e torturadas até a morte. Os quatro motoristas assassinados foram identificados como Alisson Silva Damasceno dos Santos, Daniel Santos da Silva, Genivaldo da Silva Félix e Sávio da Silva Dias. O quinto motorista, Nivaldo dos Santos Vieira, conseguiu fugir e sobreviveu à chacina.

 

A motivação do crime, conforme constam nos autos do processo, seria vingança, já que na noite anterior, diversos motoristas teriam se recusado a entrar na localidade, no bairro Santo Inácio, alegando falta de segurança. A recusa das viagens teria impedido o atendimento médico da mãe de um traficante da região, apontado como mandante e um dos autores dos crimes. Às vítimas, os acusados disseram fazer parte de facção criminosa conhecida como Bonde do Maluco.

 

 

Viúva de vítima da chacina de motoristas de app conta que namorado planejava casamento e detalha noite do crime
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Um relacionamento tranquilo que já durava nove meses. Foi assim que a namorada de Alisson Silva Damasceno, uma das vítimas da chacina de motoristas por aplicativo em 2019, em Salvador, classificou a relação dos dois. Ela é uma das testemunhas de acusação no júri da travesti Amanda, acusada de envolvimento no crime. O júri acontece no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, e teve início às 8h desta quarta-feira (19).

 

Durante seu depoimento, Joelma relatou que Alisson estava desempregado antes de rodar através do aplicativo Uber. Após ser demitido do mercado em que trabalhava, ele conseguiu alugar um carro para atender corridas de transporte de passageiros através da plataforma. Ainda conforme a testemunha, o namorado trabalhava entre 8h e 18h. "O nosso combinado foi ele não rodar à noite, só de dia", disse.

 

De acordo com o relato, na noite do crime, Alisson teria buscado ela no trabalho e o casal foi para o Dique do Tororó comer pizza. Na ocasião, os dois teriam acordado que Alisson iria para a casa dos pais, na Bonocô, e na manhã seguinte voltaria para o apartamento dela no Orixás Center. Joelma conta que por volta das 6h15 viu uma mensagem que Alisson havia deixado, às 1h55, e dizia: "Amor, vou começar a rodar porque a cama fica vazia sem você". A testemunha conta, ainda, que questionou o horário e pediu para o namorado tomar cuidado.

 

LEIA TAMBÉM:

 

Joelma trabalha como cuidadora de uma criança com deficiência e ficou sabendo do caso pela TV, quando a câmera deu zoo na placa do carro de Alisson, um automóvel de cor vermelha. "Soube que tinha um sobrevivente e eu achava que o sobrevivente era ele", disse.

 

Durante o depoimento, ela também relatou que ele estava fazendo um curso para polícia e planejando casamento.

 

RELEMBRE O CASO

Na madrugada de 13 de dezembro de 2019, por volta das 4h, quatro motoristas de aplicativo foram mortos na localidade conhecida como ‘Paz e Vida’, na entrada do bairro da Santo Inácio, na capital baiana.

 

Junto com comparsas, Amanda é acusada de ter montado uma emboscada e simular chamadas em aplicativos de viagem para atrair motoristas até o bairro. Ao chegarem, as vítimas foram espancadas e torturadas até a morte. Os quatro motoristas assassinados foram identificados como Alisson Silva Damasceno dos Santos, Daniel Santos da Silva, Genivaldo da Silva Félix e Sávio da Silva Dias. O quinto motorista, Nivaldo dos Santos Vieira, conseguiu fugir e sobreviveu à chacina.

 

A motivação do crime, conforme constam nos autos do processo, seria vingança, já que na noite anterior, diversos motoristas teriam se recusado a entrar na localidade, no bairro Santo Inácio, alegando falta de segurança. A recusa das viagens teria impedido o atendimento médico da mãe de um traficante da região, apontado como mandante e um dos autores dos crimes.

 

 

Júri de travesti acusada de envolvimento em mortes de motoristas de app terá cinco testemunhas de acusação
Fórum Ruy Barbosa, em Salvador | Foto: Camila São José / Bahia Notícias

O júri da travesti Amanda, acusada de envolvimento na morte de quatro motoristas de aplicativo em Salvador em 2019, terá cinco testemunhas de acusação. Entre eles, Nivaldo dos Santos Vieira, único sobrevivente do caso, que também entra como vítima no processo. Além disso, o julgamento terá uma testemunha de defesa.

 

A sessão do tribunal do júri ocorre no Fórum Ruy Barbosa, no Largo Campo da Pólvora, nesta quarta-feira (19), e o Bahia Notícias acompanha em tempo real o julgamento que teve início às 8h. A previsão é que a sessão entre pela tarde. De acordo com a lei, 50 jurados devem ser escolhidos mas para o caso 100 pessoas foram selecionadas. Do número, 29 estão nas dependências do Fórum e apenas sete nomes serão sorteados para compor o júri.

 

LEMBRE O CASO

Na madrugada de 13 de dezembro de 2019, por volta das 4h, quatro motoristas de aplicativo foram mortos na localidade conhecida como ‘Paz e Vida’, na entrada do bairro da Santo Inácio, na capital baiana.

 

Junto com comparsas, Amanda é acusada de ter montado uma emboscada e simular chamadas em aplicativos de viagem para atrair motoristas até o bairro. Ao chegarem, as vítimas foram espancadas e torturadas até a morte. Os quatro motoristas assassinados foram identificados como Alisson Silva Damasceno dos Santos, Daniel Santos da Silva, Genivaldo da Silva Félix e Sávio da Silva Dias. O quinto motorista, Nivaldo dos Santos Vieira, conseguiu fugir e sobreviveu à chacina.

 

A motivação do crime, conforme constam nos autos do processo, seria vingança, já que na noite anterior, diversos motoristas teriam se recusado a entrar na localidade, no bairro Santo Inácio, alegando falta de segurança. A recusa das viagens teria impedido o atendimento médico da mãe de um traficante da região, apontado como mandante e um dos autores dos crimes. Às vítimas, os acusados disseram fazer parte de facção criminosa conhecida como Bonde do Maluco.

Travesti acusada de matar motoristas de aplicativo há quatro anos no bairro Santo Inácio vai júri popular
Foto: Reprodução/TV Bahia

Na próxima quarta-feira (19), o 2° Juízo da 2ª Vara do Júri do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) realiza, às 8h, o júri da travesti Amanda, acusada de envolvimento na morte de quatro motoristas de aplicativo em Salvador, há quatro anos.

 

A sessão do tribunal do júri será no Fórum Ruy Barbosa, no Largo Campo da Pólvora. Ao todo 29 jurados participarão da sessão.

 

LEMBRE O CASO

Na madrugada de 13 de dezembro de 2019, por volta das 4h, quatro motoristas de aplicativo foram mortos na localidade conhecida como ‘Paz e Vida’, na entrada do bairro da Santo Inácio, na capital baiana.

 

Junto com comparsas, Amanda é acusada de ter montado uma emboscada e simular chamadas em aplicativos de viagem para atrair motoristas até o bairro. Ao chegarem, as vítimas foram espancadas e torturadas até a morte. Os quatro motoristas assassinados foram identificados como Alisson Silva Damasceno dos Santos, Daniel Santos da Silva, Genivaldo da Silva Félix e Sávio da Silva Dias. O quinto motorista, Nivaldo dos Santos Vieira, conseguiu fugir e sobreviveu à chacina.

 

A motivação do crime, conforme constam nos autos do processo, seria vingança, já que na noite anterior, diversos motoristas teriam se recusado a entrar na localidade, no bairro Santo Inácio, alegando falta de segurança. A recusa das viagens teria impedido o atendimento médico da mãe de um traficante da região, apontado como mandante e um dos autores dos crimes. Às vítimas, os acusados disseram fazer parte de facção criminosa conhecida como Bonde do Maluco.

Acusado de matar mulher após discussão em Araci é condenado a 23 anos de prisão
Foto: Reprodução / A Voz do Campo

Um homem acusado de matar uma mulher em Araci, na região sisaleira, foi condenado a 23 anos e 6 meses de prisão. Réu no processo por feminicídio – quando a vítima é morta pela condição de mulher – e preso desde 2020, o homem foi a júri popular nesta quarta-feira (29) no mesmo município. Já o crime ocorreu no dia 1° de julho de 2017.

 

Conforme denúncia do Ministério Público do Estado (MP-BA), através da promotora Severina Patrícia, o crime foi praticado por motivo torpe, já que o acusado teria se irritado com a vítima após uma discussão. Testemunhas disseram que o réu chegou a afirmar que a vítima não poderia se relacionar com ninguém a não ser com ele. Os dois sequer tinham se relacionado.

 

No dia do crime, o namorado da vítima foi atingido de raspão e fugiu da cidade com receio de represália. A sentença foi proferida pelo juiz José Brandão Netto. Pela medida, o réu não poderá recorrer em liberdade. Cabe recurso da decisão. 

Grande Prêmio do Cinema Brasileiro consagra 'Que Horas Ela Volta?' como Melhor Filme
Foto: Divulgação
Com cerca de quase 20 prêmios nacionais e internacionais desde a sua primeira exibição em 2015, no Festival de Sundance, nos Estados Unidos, "Que horas ela volta?" é agora também o Melhor Longa, eleito pelo júri popular do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. O filme de Anna Muylaert ganhou ainda os prêmios de Longa de Ficção, Direção, Atriz para Regina Casé, Atriz Coadjuvante para Camila Márdila e Montagem.
 
Além dele, o festival premiou também "Chatô - O Rei do Brasil", de Guilherme Fontes, com Roteiro Adaptado, Figurino, Maquiagem, Direção de Arte e Ator para Marco Ricca. "Chico - Artista Brasileiro", de Miguel Faria Jr, foi o Melhor Documentário enquanto "Até que a sbórnia nos separe", de Otto Guerra, ficou com o prêmio de Melhor Animação.
'Capitães da Areia' é eleito melhor filme pelo júri popular no 15º Festival de Cine de Punta del Este
O filme "Capitães da Areia" (2011), adaptação de um dos clássicos de Jorge Amado, dirigido por Cecília Amado, ganhou o Prêmio do Público da  15ª edição do Festival Internacional de Cine de Punta del Este.

Em ato celebrado no Palácio dos Festivais foram divulgados os ganhadores das categorias Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz, Melhor Ator e do Prêmio do Público. O filme eleito como melhor pelos jurados Manuel Martínez Carril, Flavia Castro e Alexandra Galvis foi "El Premio" dirigido por Paula Markovitch (México-Francia-Polonia-Alemania, 2011).

Segundo os jurados, a escolha pelo filme se deu pelo fato de ele "integrar a grande história de um país com uma emotiva história pessoal, em uma proposta cinematográfica muito sutil e sugestiva". "El Premio" possui um roteiro semi-autobiográfico e conta a história de Cecília (Paula Galinelli Hertzog), uma garotinha de 7 anos que se refugia com a mãe em uma praia do litoral argentino. O público, por outro lado, viu beleza mesmo no longa de Cecília Amado. Carlinhos Brown, responsável por toda a trilha sonora do longa e amigo de Cecília, comemorou a eleição em sua página pessoal no Facebook: "Capitães da Areia fatura o prêmio de público de melhor filme no 15º Festival de Cine de Punta del Este. Ótima notícia! Parabéns Cecília, você merece isso e muito mais!!!".

O Brasil ainda levou outro prêmio na categoria de Melhor Ator para Tsuyoshi Ihara, do brasileiro "Corações Sujos", por seu trabalho na produção dirigida por Vicente Amorim. 
Cinco acusados de matar pediatra a tiros dentro de clínica na Bahia deverão ir a júri popular
Foto: Reprodução

 

O juiz André de Souza Dantas Vieira determinou que os cinco réus acusados de envolvimento no assassinato do médico pediatra Júlio César de Queiroz Teixeira, em setembro de 2021, dentro de uma clínica na cidade de Barra, no oeste da Bahia, vão a júri popular. A data do julgamento ainda não foi marcada e a decisão cabe recurso.

 

Conforme o G1, o magistrado acatou representação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e pronunciou os cinco criminosos - indiciados por tramar e executar o crime - por homicídio qualificado (motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima).

 

O processo está no prazo recursal. Dessa forma, após protocolado o recurso, será encaminhado para julgamento no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que irá decidir se mantém ou reforma a sentença do primeiro grau.

 

Os cinco réus do caso são Diego Santos Silva (acusado de ser o mandante do crime); Jefferson Ferreira Gomes da Silva (acusado de ser o executor do crime); Ranieri Magalhães Bonfim Borges (acusado de ser o piloto que levou Jefferson); Adeilton de Souza Borges (acusado de ser olheiro que estava na clínica para vigiar o pediatra); e Fernanda Lima da Silva (acusada de ser olheira que estava na clínica para vigiar o pediatra).

 

NOVA VERSÃO

Júlio César, um dos suspeitos, apresentou uma nova versão na primeira audiência do caso, realizada em setembro de 2022. Ele afirmou que uma sexta pessoa teria participado do crime.

 

Segundo o réu, a sexta pessoa atende pelo nome de “Japinha” e teria sido o mandante do crime. Porém, de acordo com o acusado, ele já teria morrido. 

 

Para o MP-BA, a versão apresentada por Júlio César não se sustenta e por isso a acusação inicial foi mantida. 

 

A primeira audiência aconteceu em Barra, quase um ano após o crime, e durou cerca de 12 horas. Na sessão, foram ouvidos os réus e as testemunhas. As cinco pessoas participaram da audiência virtualmente, porque cumprem prisão preventiva em penitenciárias de Salvador e de Barreiras.

 

O pediatra Julio Cesar de Queiroz Teixeira foi morto a tiros enquanto atendia uma criança na clínica em que trabalhava. Ele deixou a esposa e os dois filhos, de 5 e 8 anos de idade. O paciente, a mãe dele e dois funcionários presenciaram o crime. Um desses funcionários é a esposa do médico. Parte da situação foi registrada por câmeras da recepção da clínica.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Quem acompanhou a Faroeste viu o que um pseudo cônsul pode fazer. Na história de Porto Seguro, tem dois verdadeiros. Imagine o que ainda não vai render. E olha que a história nem chegou em Salvador. Mas a vida segue também fora do Judiciário. Por exemplo: o Soberano está cada vez menor, enquanto o Ferragamo está cada vez mais investindo em um perfil "pau pra toda obra" (lá ele!). Mas se o Dois de Julho não foi lá tão bonito, tem coisa ainda mais triste fora do cortejo. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Luciano Simões

Luciano Simões
Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".

 

Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis. 

Podcast

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira
O deputado estadual Luciano Simões Filho (União) é o entrevistado do Projeto Prisma nesta segunda-feira (15). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias.

Mais Lidas