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Na semana do museu, Thais Darzé revela caminhos para artistas realizarem exposições em grandes espaços

Por Manuela Meneses

Foto: Acervo pessoal

Ter sua arte ocupando grandes espaços é o sonho de muitos artistas em todo o mundo. Participar de mostras importantes, em museus conceituados, pode parecer uma missão quase impossível para alguns. Mas será que realmente é? Na semana do museu, o BN Hall foi atrás da curadora independente Thais Darzé, um nome já conhecido no cenário artístico baiano, para explicar como funciona o processo de curadoria.

 

Com mais de duas décadas imersa no infinito mercado das artes e quase 10 anos atuando em sua profissão, Thais, diretora da Paulo Darzé Galeria, compartilhou em entrevista que o trabalho de curadoria pode se dar de diversas formas.

 

"Algumas vezes, eu tenho uma ideia, penso um projeto, procuro uma produtora, isso dentro de um edital, ou faço alguma proposta a alguma instituição. Muitas vezes, sou convidada por alguma instituição para pensar em um projeto ou sou convidada pelo próprio artista para fazer o processo de curadoria junto à sua obra e pensar que esse acompanhamento culmina numa exposição", relatou.

 

Quanto ao olhar curatorial para uma instituição pública, que é o caso da maioria dos equipamentos culturais, Darzé salientou que precisa seguir uma vertente mais atual, acompanhando as mudanças da sociedade. "O papel do museu se restringia a ser um local de salvaguarda dos objetos. Hoje, o papel se amplia para o diálogo com a sociedade. Ele tem de estar coordenando os avanços sociais, com um papel educativo, de transformação e de ser um museu vivo, de estar acompanhando a própria sociedade como um todo. É um lugar de inclusão e de educação também da sociedade, de ampliar o olhar da sociedade para essa diversidade", enfatizou Thais.

 

Durante a conversa, ela relembrou o processo da Galeria Mercado, inaugurada em janeiro deste ano, destacando que ocorreu através de um desafio proposto pelo prefeito Bruno Reis e pelo secretário de Cultura, Pedro Tourinho, para reativar o subsolo do Mercado Modelo com arte. "Então eu fiz uma imersão, uma pesquisa tanto do espaço quanto com relação ao conceito, com a história do edifício em que essas coisas conceitualmente se comunicassem e fiz uma proposta", ressaltou.

 

Para os artistas aspirantes a expor em grandes espaços, Darzé ainda compartilhou dicas valiosas: "A primeira é se profissionalizar, tendo seus portfólios bem estruturados e plasticamente bem resolvidos. Ter um conceito também bem estruturado, independente da sua trajetória”, indicou.

 

“Às vezes, eu acho que é muito importante também procurar ajuda de algum orientador, de algum curador para pensar num recorte específico e estar atento aos editais. Tem que procurar também essas instituições e mandar os seus projetos, porque às vezes as pessoas falam muito que não tem pauta, que não tem oportunidade. Mas quantos deles montaram o projeto e apresentaram, de fato, o projeto e seu portfólio?", questionou em sua conclusão.

 

Ainda de acordo com a profissional, as exposições temporárias podem ser uma boa opção para quem deseja alcançar novos espaços, visto que um dos principais objetivos desses projetos é fomentar a arte, a cultura e a formação do público. “Quando a gente tem um museu que é estático, você acaba reduzindo a sua visitação, as pessoas vão lá naquele lugar uma vez, mas quando você tem uma instituição viva, orgânica, atualizando suas pautas, atualizando suas proporções, você gera o público e você forma o público”, avaliou. “O artista precisa ter incentivo e lugares, não só as exposições temporárias, mas as premiações também são de extrema importância”, completou a curadora.
 

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