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Marca Bahia Notícias

Notícia

Resenha BN: Retorno d'O Rappa no 'armengado' Wet

Por Claudia Cardozo

Fotos: Ângelo Rosário
Depois de três anos, eles voltaram a Salvador. O show d'O Rappa era aguardado ansiosamente pelos fãs, que desde que a banda anunciou que voltaria a excursionar pelo país, tocando os velhos hits, correram para as bilheterias para garantir seus ingressos. A divulgação da data e do local do show em Salvador foi feita no inicio de março. Nesse meio tempo, os caras tocaram na primeira edição brasileira do festival Lollapalooza e, logo em seguida, foram anunciados como atração na versão oficial do evento na gringa, que acontece em Chicago, nos Estados Unidos. Por assim falar, deduz que os caras estariam com a bola toda. Mas, com certeza, já tiveram dias melhores nos quase vinte anos de carreira. 
 
O local escolhido para retornar aos palcos na capital baiana foi o armengado Wet’n Wild, que não serviu muito para clube aquático e nem muito para casa de shows. A área verde do Wet estava lotada e muitos, para ver o show em uma posição um pouco mais agradável, ficaram na chamada “praça de alimentação” assistindo ao show pelo telão. Como já é de praxe em quase todos os shows brasileiros, e esse não ficaria de fora, o atraso marcou presença. Se bem que o único horário divulgado pela produção do evento era o da abertura dos portões às 20h. 
 
O primeiro show foi da banda de reggae local Adão Negro, chamada também de “Anjo Bom da Bahia”. A banda entusiasmou o público com os hits acumulados nos 16 anos de carreira. A primeira música a embalar o público foi a “Tudo Em Meu Viver”, que foi seguida pelo hit “Anjo Bom”, cantada em coro. O vocalista Serginho lembrou que a banda veio “para quebrar paradigmas e preconceitos” e logo em seguida puxou a música “Louco Louco”. Também houve espaço para o cover de “Trem do Amor”, de Sine Calmon & Morrão Fumegante. O som estava limpo, dentro de uma qualidade desejável. Em nenhum momento o povo parou de dançar. 
 
 
Logo após, quem se apresentou foi a banda Ponto de Equilíbrio, com seu reggae raiz, que fez um show morno e tedioso. Era possível notar bocejos do público, até mesmo pelo avançar da hora. O Ponto de Equilíbrio entrou no palco às 0h15. Quando passava de 1h da manhã, o público já não tinha mais o mesmo entusiasmo de antes. A banda tem acompanhado O Rappa em alguns shows pelo Brasil e em junho gravará um CD e DVD ao vivo no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Depois de uma apresentação um tanto quanto monótona, o que viesse a tocar seria lucro para o público. E eles ainda estavam ali aguardando a tão esperada atração principal da noite: O Rappa, que ficou parado por dois anos, e não dava as caras em Salvador desde 2009.
 
 
Ao entrar no palco às 2h20 da manhã, logo após atender aos fãs no camarim, Falcão, vestindo o seu casaco de general, berrou que estava com saudades de tocar em Salvador e que havia guardado um presente especial para a grande soteropólis. E o presente guardado era o sucesso “Reza Vela”, para deleite do público. Em seguida, veio a canção “Meu Mundo é o Barro” e alguns problemas começaram a aparecer. Falcão teve que interromper o show para dar uma “pagação” na galera, ao presenciar um início de tumulto, e disse que gostaria de estar no meio deles por não haver divisão de classes, que estavam todos integrados. Porém, é preciso observar que existia uma cerca que dividia os que pagaram cerca de R$ 40 para curtir o show da pista e os que pagaram R$ 120 para ter um pouco mais de conforto – e apenas conforto – no camarote ao lado da pista (é preciso observar também que o mesmo que pregou a unidade dos povos, ao se dirigir ao palco, partiu em um carro importado separado dos demais membros da banda, que seguiram de van). 
 
 
Após chamar a atenção do público, o som começou a apresentar problemas enquanto cantava “Hóstia”. Além de estar entupido de graves, o que muitas vezes abafava a voz do cantor, o som apresentou falhas em diversas músicas. Por vezes, Falcão estava lá a cantar com toda a força de suas entranhas e energia, e o que só era possível de escutar era o canto do público, que sabia de cor todas as músicas e se mostrava empolgado (deixando de lado todo o marasmo da apresentação anterior). E o show prosseguiu com outros hits, como “Homem Amarelo”. Como uma das fortes características d’O Rappa é seu discurso ativista e militante, Falcão pregou o fim do preconceito e do racismo e disparou: “Cor da pele: Foda-se”. Na sequência, eles tocaram “O Que Sobrou do Céu” e “Mar de Gente” e pediram um intervalinho de três minutos para um breve descanso, mas nem chegaram a sair do palco. 

O show chegava a seu ápice com o mega hit “A Minha Alma (A Paz que Eu Não Quero)”. Depois disso, já era possível observar um esvaziamento. O público, cansado, já atravessava os portões de saída, mesmo com a banda tocando em alta. A música “O Salto” podia ser escutada para além dos portões, quando um furto abreviou a cobertura do Bahia Notícias. E esses ocorreram com certa frequência no show, de carteiras a correntinhas. E pequenos assaltos também eram cometidos pelos taxistas, que não rodavam por bandeirada, mas somente com valores preestabelecidos. 

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