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Marca Bahia Notícias

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Chef baiano é indicado em prêmio nacional de gastronomia e diz: ‘Amor não é diferencial’

Por Jamile Amine

Foto: Reprodução/Facebook
O jovem soteropolitano Fabricio Lemos (34) é um dos finalistas do Prêmio Melhores do Ano Prazeres da Mesa/ Cacau Show, na categoria Chef Revelação. Ele concorre com três paulistas e um mineiro. Atualmente à frente da cozinha do restaurante Amado, Lemos foi um dos poucos nomes a representar o Nordeste na premiação, que terá os vencedores escolhidos por votação popular na internet. Além de Fabrício, da Bahia foram indicados também os restaurantes "Amado" e "Casa de Tereza", na categoria  Restaurante do Ano – Região Nordeste e a publicação "Paloma Jorge Amado – A comida baiana de Jorge Amado (Editora Panelinha)", como Livro do Ano. "É a primeira vez que um chef baiano é indicado a um prêmio em nível nacional. Todo profissional projeta essa conquista, independente da profissão. Quando seu trabalho é reconhecido a nível nacional é uma felicidade plena. Só em estar entre os cinco já me considero um vencedor. O passo maior agora depende do público, conto com a força dos baianos", disse Fabricio, que aos 17 anos e com o ensino médio recém concluído, recebeu um green card e mudou-se para os Estados Unidos, onde iniciou o contato com a cozinha.
 
 

Fabricio Lemos é um dos poucos nordestinos indicados | Foto: Reprodução/Facebook
 
Para se sustentar enquanto vivia o "sonho americano", Fabricio teve que buscar trabalho, e seu primeiro emprego acabou sendo como lavador de pratos em um pequeno restaurante. Ali ele cresceu, passando pelos cargos de cozinheiro e supervisor, mas, depois de cinco anos com o aprendizado na prática, o baiano decidiu se aprimorar.  "Resolvi me profissionalizar e dar um grande passo para investir no negócio e ser um grande chef. Foi então que entrei na Le Cordon Bleu e me graduei depois de dois anos e meio", contou Fabricio, que em 2005, após conclusão do curso, estagiou na rede de hotéis de luxo "Ritz Carlton", onde permaneceu até 2010, quando voltou a Salvador com uma missão. "Achei que tinha concluído meu ciclo, vi que era hora de voltar e trazer aquele conhecimento para minha terra. E nessa, minha missão era de alavancar a culinária baiana", explicou o chef.
 
De volta à Bahia, Lemos assumiu a responsabilidade de ajudar a criar o Al Mare, situado em um shopping da capital baiana, onde permaneceu por cerca de três anos e conquistou três títulos de Melhor Restaurante de Frutos do Mar em Salvador, além de Chef do Ano, em 2014. Em janeiro deste ano, ele assumiu a cozinha do Amado, em parceria e com a supervisão do chef Edinho, proprietário do estabelecimento. "Eu trouxe o que tinha de melhor, algumas cartas importantes que tinha na manga, que não podia soltar dentro do shopping, e transformei o Amado, que não deixa a desejar a nenhum restaurante do Brasil, quando se fala de produto de qualidade, produto de origem Bahia", lembrou Fabrício, que considera como diferencial no seu trabalho a vontade de se superar.

"Quando se fala em gastronomia os chefs sempre falam em amor. Mas não acho que esse seja o diferencial. Tem que ter amor, com certeza. Eu jamais teria sido lavador de prato por dois anos, se não tivesse esse objetivo.  Mas sempre planejo, projeto futuro, além do amor que tenho. Então sempre estou buscando ferramentas necessárias para minha formação. Sempre tem algo mais que eu posso estudar, buscar, tanto na parte técnica, quanto com relação a ingredientes, armazenamento, apresentação. Sempre busco me aprimorar no que faço", revelou.
 
Para o chef é importante valorizar os ingredientes locais Foto: Reprodução/Facebook
 
O chef destacou ainda o papel do Nordeste e da Bahia na gastronomia brasileira, lembrando que a cena local ainda está em um processo menos avançado que outras regiões. "A gente quer defender nossa raiz, mas é difícil. A gente quer de fato formar pessoas e mostrar ao Brasil o que é que a gente tem. Sei que é passo de formiga, estamos a anos luz de São Paulo, que há muito tempo faz gastronomia voltada para a técnica. Mas era fundamental que se iniciasse o processo aqui na Bahia. O número de chefs de projeção aqui ainda é pouco, porque a gente começou há pouco tempo nesse processo de aprimorar, o Nordeste como um todo. Mas espero que daqui a 25 anos esse número multiplique por 20", afirma o chef baiano, que agora aguarda pelo resultado da premiação, cuja votação popular acontece até o dia 20 de maio.

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