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Marca Bahia Notícias

Notícia

Projeto resgata técnica de bordado richelieu na Bahia; peças serão expostas no Icba

Foto: Eloi Corrêa/ GOVBA
No próximo dia 20 de agosto, as peças elaboradas por participantes do projeto “Richelieu e Bordados Ancestrais” será exposta no Instituto Goethe (Icba), no Corredor da Vitória. O projeto visa retomar a tradição que garantiu a sobrevivência de ex-escravas, que passaram a ganhar a vida como bordadeiras, após a abolição. Através da técnica francesa, as ex-escravas atendia as famílias abastadas de Salvador. O bordado, com técnica semelhante a uma renda, está presente nos trajes cerimoniais das religiões de matriz africana e nas vestimentas típicas das baianas. Com o tempo, deixou de ser produzido na cidade. O projeto, apoiado pela Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado (Setre), foi implementado em uma rede de seis terreiros de candomblé, capitaneados pelo Ilê Axé Ya Onira. O programa formou núcleo produtivo e núcleos comerciais com os outros terreiros, que contam com investimentos de R$ 181 mil da Setre, captados através do edital de Apoio aos Empreendimentos de Economia Solidária de Matriz Africana, lançado ano passado. No total, são beneficiadas 30 mulheres, a maioria integrante dos terreiros que integram o projeto. Elas aprenderam os diferentes tipos de bordados e, a partir de agora, funcionarão como multiplicadores para outros membros de suas comunidades.  De acordo com o babalorixá Roberto de Iansã, que preside a Associação Filhos de Bárbara e coordena a iniciativa, a técnica estava quase em extinção na Bahia. “Atualmente, ainda temos que comprar roupas feitas nos estados de Sergipe e Ceará. Por isso, acredito que as nossas alunas tenham um campo de trabalho grande”, diz. O projeto também conta com apoio da Petrobras. A técnica do richelieu consiste em, manualmente, cortar certos espaços vazios do tecido e, entre eles, construir bordados, vazando áreas estratégicas ao redor. O nome vem do Cardeal Richelieu, uma das figuras mais poderosas da corte do rei Luis XIII (século XVII). Conta-se que, naquela época, o cardeal chegou a criar oficinas para o preparo de peças destinadas à monarquia. No próximo dia 22, o público poderá adquirir as peças feitas pelas artesãs em uma feira que vai acontecer na sede do Ilê Axé Yá Onira, das 10 às 15h, com preços acessíveis. 

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