Após trinta e seis dias, rapper angolano encerra greve de fome
O rapper Luaty Beirão, em greve de fome há 36 dias - número em anos do mandato do presidente da Angola, José Eduardo dos Santos -, encerrou o jejum nesta terça-feira (27), segundo o site "Rede Angola". Beirão parou de comer em campanha contra a repressão política no país e mobilizou artistas de todo o mundo na sua causa.
"Vi pessoas da nossa sociedade, que lutaram pelo nosso país e viveram o que estamos a viver, saírem da sombra e comprometerem-se em nossa defesa para que a história não se repita. Vi pessoas de várias partes do mundo, organizações, personalidades, desconhecidos com experiências de luta na primeira pessoa que, sozinhos ou em grupo, se aglomeram no pedido da nossa libertação", escreveu Beirão em carta assinada e divulgada no site. O rapper faz parte do Movimento de Jovens Revolucionários Angolanos (MJRA). Junto com outros 15 ativistas, Beirão foi detido em junho, acusado pelo governo do presidente de tramar um golpe de Estado. Os acusados afirmam que estavam reunidos para uma sessão de leitura na cidade de Luanda, quando foram abordados.
"Vi pessoas da nossa sociedade, que lutaram pelo nosso país e viveram o que estamos a viver, saírem da sombra e comprometerem-se em nossa defesa para que a história não se repita. Vi pessoas de várias partes do mundo, organizações, personalidades, desconhecidos com experiências de luta na primeira pessoa que, sozinhos ou em grupo, se aglomeram no pedido da nossa libertação", escreveu Beirão em carta assinada e divulgada no site. O rapper faz parte do Movimento de Jovens Revolucionários Angolanos (MJRA). Junto com outros 15 ativistas, Beirão foi detido em junho, acusado pelo governo do presidente de tramar um golpe de Estado. Os acusados afirmam que estavam reunidos para uma sessão de leitura na cidade de Luanda, quando foram abordados.
Carta assinada por Beirão e divulgada no site | Foto: Reprodução/ Rede Angola
Numa campanha lançada em julho, o cantor Chico César, o escritor Lourenço Mutarelli e outros artistas brasileiros e estrangeiros demonstraram apoio aos ativistas, em vídeo compartilhado na internet. O cantor Chico Buarque assinou uma petição que pedia intervenção do governo de Portugal no caso. "Estou inocente do que nos acusam e assumo o fim da minha greve de fome. Sem resposta quanto ao meu pedido para aguardarmos o julgamento em liberdade, só posso esperar que os responsáveis do nosso país também parem a sua greve humanitária e de justiça. De todos os modos, a máscara já caiu. A vitória já aconteceu. E o mérito a seu dono: foi o próprio regime que, incapaz de conter os seus próprios instintos repressivos foi, a cada decisão, obviando a vã promessa de democracia, liberdade de expressão e respeito pelos direitos humanos", declarou o rapper. Os companheiros de Beirão permanecem detidos no Hospital-Prisão de São Paulo, em Luanda, enquanto o rapper está internado na Clínica Girassol desde o dia 15 de outubro por se encontrar em estágio avançado de greve de fome. Segundo o site, o julgamento dos ativistas será entre os dias 16 e 20 de novembro.