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Marca Bahia Notícias

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Em Salvador, João Miguel ensaia monólogo sobre loucura e lucidez

Por Ailma Teixeira

Foto: Reprodução
O ator, roteirista e diretor João Miguel retorna a Salvador para ensaiar o espetáculo “O Bispo”, um monólogo baseado na vida do artista plástico sergipano Arthur Bispo do Rosário. “Depois de 15 anos de ter estreado a primeira versão, revisito esse personagem que eu acho que é muito contundente nesse momento”, afirma o ator. Conhecido tanto como gênio quanto como louco, além de artista plástico, Bispo do Rosário foi pugilista e biscateiro. Vítima de alucinações, o artista foi diagnosticado como esquizofrênico-paranoico e transferido para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde viveu por mais de 40 anos e criou boa parte de sua obra. “Ele foi catalogado durante muitos anos como louco quando a obra dele transcende a loucura e é uma obra que dialoga sobre isso, sobre a lucidez, da persistência do trabalho artístico”, explica.
 
João Miguel, que protagonizou a peça na primeira versão, agora também a dirige. Ao Bahia Notícias, o ator contou que serão quatro apresentações ainda em “caráter de processo”, nos dias 17, 18, 19 e 20 de dezembro – a estreia oficial será em meados de 2016 –, na Igreja da Barroquinha. “É o lugar que eu queria estrear há 15 anos atrás quando ainda era ruína e agora é um espaço cultural e eu acho muito simbólico estar visitando esse lugar histórico como a Barroquinha de onde saíram vários terreiros de candomblé”, conta. Além do espetáculo, o público vai poder conferir palestras e discussões sobre teatro, tudo gratuitamente.
 

Trailer oficial de 'A Hora e Vez de Augusto Matraga' (2011)
 
Em Salvador para participar da abertura do 10º Encontro Interdisciplinar de Cultura, Tecnologias e Educação (Interculte), nesta terça-feira (27), a convite da Unijorge, o ator palestrou sobre “Cinemas possíveis: rupturas e autorias na contemporaneidade”. “Eu acho que tem se produzido bastante no país, nunca se produziu tanto, mas tem uma questão seríssima de distribuição que faz com que a população não aprecie tanto o que está acontecendo no cenário brasileiro, que é vasto”, comenta. “A hora e vez de Augusto Matraga”, filme de 2011 protagonizado por João Miguel só chegou aos cinemas, com pequena circulação, em setembro deste ano. “Eu acho que ele vai ter uma repercussão maior quando ele for para as TVs fechadas que é quando todo mundo vai poder ver”, afirma.
 
Ciente do alcance das novas formas de distribuição, João Miguel se prepara para encenar em 3%, websérie de 2011 estrelada pelo ator e pela atriz Bianca Comparato, que será produzia pela Netflix. “Eu fico feliz porque eu acho que o projeto tem muito a ver comigo, eu acredito muito em projetos onde os coletivos funcionam. Acho que essa parceria da Netflix com o Brasil tem essa premissa de fazer uma série brasileira que possa comunicar para o mundo com essa força que a Netflix tem”, avalia. A série de ficção narra a história de um mundo devastado em que somente 3% da população tem a chance de sobreviver num mundo de progresso. Os outros 97% continuam no universo devastado. Com lançamento previsto para 2016, 3% está em fase de seleção de elenco.

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