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Notícia

Para mudar o mundo com gastronomia, chef pernambucano defende o amor pela cozinha

Por Renata Farias

Fotos: Renata Farias/ Bahia Notícias
"Rivandro França nasceu para ser diferente". É assim que o chef pernambucano que veio à Bahia para participar do Festival Gastronômico Sabores de Itacaré (saiba mais aqui) se apresenta. De família humilde, o chef teve seu primeiro contato com a gastronomia ao assistir ao pai na cozinha. "Há 40 anos, meu pai saiu da Paraíba para Recife para ser cozinheiro, então eu o via cozinhar sempre quando era pequeno. Meu pai amava a cozinha. Minha mãe não chegava na cozinha por dinheiro nenhum. Eram seis filhos, todos fascinados pela galinha que ele fazia, pelo amor que ele colocava ali, por aquilo divididinho no prato. Mas sabe por que ele dividia? Porque eram seis filhos e não tinha muito. Se ele não dividisse, alguém ficava sem comer", contou ao Bahia Notícias. No entanto, nem sempre sua profissão esteve ligada à comida. Durante 17 anos, Rivandro trabalhou como técnico de enfermagem no exército, mas já sabia que, em algum momento, viveria da comida. Atualmente, o restaurante Cozinhando Escondidinho, na capital pernambucana, já representa o que o chef acredita ser o desejo das pessoas durante as refeições. "Comer bem, pagar um preço justo e ter um lugar aconchegante". Apesar de remeter a um prato tipicamente nordestino, o nome do restaurante de Rivandro está muito mais ligado à sua principal característica: sem placa, sem propaganda, em um lugar escondidinho de Recife, no bairro de Casa Amarela. "Se colocar a placa, vai ficar aparecidinho. Eu não quero, eu quero cozinhar escondidinho", brinca. Ainda assim, o estabelecimento de 80 lugares já forma filas de espera nos finais de semana.

Não só um empreendimento, o restaurante de Rivandro é também uma forma de realizar seu sonho de mudar o mundo por meio da comida. "Eu alimento ideias. Quando eu recebo o prefeito, ele senta em uma mesa. Quando o cara que trabalha na obra ali na frente vai lá, ele senta na mesma mesa. É a mesma mesa, é o mesmo sorriso, é a mesma ideia. É a comida juntando as pessoas", afirmou. Essa é a segunda vez do chef na Bahia, mas o estado já conseguiu ganhar seu coração. De acordo com Rivandro, sua missão agora é aumentar o intercâmbio entre as culinárias e populações baianas e pernambucanas. "O baiano tem a cultura dele, o sabor dele. Recife tem o seu. Porém, se essa fronteira entre Pernambuco e Bahia for quebrada, a gente vai se tornar mais forte. Recife é maior do que uma tapioca e mais doce que um bolo de rolo. A Bahia é muito maior e mais gostosa do que o dendê", avaliou. Assim como no início de sua carreira, Rivandro pretende voltar a produzir bombons de chocolate com sabores nordestinos. No entanto, agora sua principal matéria prima, o cacau, virá direto da fonte, a Bahia.

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