Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Com a mistura de rap e afro beats, Afro Jhow lança 'Tá Batendo' como aposta para o verão

Por Ailma Teixeira

Foto: Reprodução/ Salvador Notícias
Com uma mistura de rap, samba-reggae e afro beats, Wagner Silva, o rapper baiano Afro Jhow lança sua nova canção de trabalho "Tá batendo". Intitulada por um bordão que "pegou nos shows", a música que o Bahia Notícias pôde ouvir com exclusividade fala, de forma simples, sobre a dança, o ritmo, o cabelo, o estilo... Tudo que está "batendo" no verão. "A música fala do comportamento das pessoas, no sentido de se sentir bem como elas são. O seu estilo é maravilhoso, a sua pegada é gostosa, mas não importa como, o que importa é você se divertir daquele jeito", explica o músico.
 
A mensagem de autovalorização da cultura negra sempre esteve presente nos trabalhos do músico, que tem como grande influência a própria mãe. "A ideia é fazer um som sociopolítico cultural. Na realidade, esse embasamento vem desde sempre na minha própria casa onde eu tive oportunidade de ouvir as obras do Olodum, do Jackson 5, pessoas de referência da música negra mundial que minha mãe sempre gostou", conta. A mãe do rapper é a esteticista Negra Jhô, representante da cultura afro na Bahia. "Ela sempre me deu essa referência na qual eu entendo que tudo que existiu na minha vida fez parte da minha formação, então, se eu quero fazer música, eu tenho que seguir esse embasamento. Eu não posso fazer algo que seja descartável, eu preciso fazer algo que de alguma forma consiga chegar na vida das pessoas e fazer uma transformação", afirma.

Foi Negra que atendeu ao pedido do filho de 15 anos e o incentivou a participar da seleção para a banda do Olodum. Lá, Afro Jhow traçou seus primeiros passos na música. "A minha história com o Olodum é muito legal, eu sempre toquei meus instrumentos de lata, mas um dia virei: 'minha mãe, eu quero tocar no Olodum'. Na época, era assim: você pertence a comunidade, você poderia tocar, mas desde que o mestre, na época Neguinho do Samba, te chamasse", explica. O mestre chamou e a partir daquele momento, Afro Jhow se envolveu com o samba-reggae. "Eu tenho muito orgulho de ter três músicas na banda: 'Várias Queixas', 'Eterna Paixão' e 'É ouro, Olodum'. Então, quando eu vejo hoje meu nome no livro dos compositores do Olodum é muito gratificante", comenta. "É Ouro, Olodum" foi finalista 
do Festival de Música e Artes Olodum (Femadum), em 2011.


Afro Jhow ao lado da mãe, a esteticista Negra Jhô | Foto: Reprodução/ BN Press

Saiu do grupo, tempos depois, para trabalhar em áreas administrativas onde teria maior estabilidade financeira, mas não demorou a perceber a necessidade de "abraçar a música como ela o abraçava". Assim, em 2008, Afro Jhow tomou a decisão definitiva de fazer do rap sua fonte de vida. Mas não qualquer rap. "Eu sempre gostei de escrever poemas, músicas e aí eu conheci o rap, mas queria fazer de uma forma diferenciada, fugir um pouco do que as pessoas acreditam que é o ritmo ter que falar de violência e tal", defende. A proposta de Afro Jhow era trazer mais ritmo para o estilo, já que notou que, com a dança e coreografias, seu som tem um alcance maior. "Eu faço uma música no ritmo rap e essa mesma música, eu transformo e boto um zouk e aí a galera dança. Antigamente não, só em ouvir a batida, você sabe que já é discriminado: 'pô, o rap é aquela coisa de favela'. Sim, é favela, mas tem conteúdo. Então, quando ouvem aquela batida ou a gente coloca um samba, já dizem: 'pô, que letra linda'. Eu digo: 'é a mesma letra que você disse que não gostava'", destaca. Para Afro Jhow, graças a essa estratégia, seu público vai de criança a idoso.
 
Com um disco lançado, "Sem luta não há vitória" (2010), o rapper entende que o sustento do artista no mundo da música já não é fruto da venda de discos, mas confirma a produção de um novo trabalho de estúdio em 2016. Ele conta que já tem mais de 10 músicas gravadas, prontas para serem trabalhadas em um novo CD, que deve sair depois do Carnaval. No momento, o cantor prefere se dedicar ao hit, que espera estar na "boca da galera" durante o verão. Até a folia, onde se apresenta no Pelourinho e no carnaval dos bairros - com local e data ainda a confirmar -, Afro Jhow vai ter tempo para treinar o público com a canção. Neste sábado (16), o músico lança a música com show repleto de referências angolanas e participação de Magary Lord, Afro Dendê e DJ Fábio Lima, no Casarão do Lord. No domingo (17), se apresenta no Largo Pedro Archanjo e para fechar o mês de janeiro, no dia 31, participa do show de Magary, também no Casarão.

Afro Jhow lança "Tá Batendo"
Data:
16/01
Local: Casarão do Lord, Pelourinho
Horário: 21h
Ingressos: R$ 10

Compartilhar