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Marca Bahia Notícias

Notícia

Letieres Leite critica validade do Axé e confessa ter 'calafrios' com ‘novos ritmos’

Foto: Divulgação
Diante da abertura do Carnaval de Salvador para outros ritmos e da sobre uma suposta crise no axé music, o maestro Letieres Leite acredita que o problema surgiu com o nascimento do próprio axé. "A indústria, desde o início, projetava algo que ia ser descartável, que tinha um formato extrativista. Não entenderam o papel das revoluções rítmicas e das manifestações culturais", comentou em entrevista à revista Muito.

Para ele, funciona como se o ritmo tivesse um prazo de validade. "Você não precisa fazer um grande cálculo matemático para saber que se você só retira, em algum momento, vai faltar. Não houve renovação", acrescentou.
 
Ao comentar a história e o quadro atual do axé, o maestro destaca que ela não deve ser vista como um ritmo ou gênero. "Não existe. Posso afirmar categoricamente. Qualquer ritmo que você cite no axé music tem origem numa linha ancestral. Se você fizer uma música cujo toque seja o ijexá, ela estará ligada ao candomblé, assim como o samba reggae tem sua história. Todos esses ritmos foram postos no mesmo cesto e passaram a ser denominados axé. Não é possível dizer 'vou ali tocar um axé', enfatizou.

Apesar das críticas, o maestro admite que a própria Orkestra Rumpilezz, sob sua regência, se apropria dessas matrizes, que nas palavras dele são "patrimônio da diáspora negra" que resultou na música baiana e das Américas. "Quando ouço alguém falar no novo ritmo do verão, sinto calafrios", confessou.

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