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Marca Bahia Notícias

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Pola diz que Temer decidiu retomar MinC porque ‘custa pouco para o barulho que faz’

Por Jamile Amine

Foto: Janine Moraes
À frente da Secretaria Nacional do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura (MinC) desde 2015, o cineasta baiano Pola Ribeiro decidiu se desligar do cargo após a posse do governo interino de Michel Temer. A exoneração foi oficializada na última semana, e, nesta terça-feira (31), o ministro Marcelo Calero anunciou o substituto: Alfredo Bertini, diretor do festival Cine PE (clique aqui e saiba mais).  “Eu pedi para me afastar porque eu não reconheço o governo provisório e acho que ele não iria tocar as pautas que eram prioritárias para o novo desenho da Secretaria do Audiovisual, que a gente tinha feito”, explica o gestor baiano, revelando ainda saber “que inevitavelmente quem viria para o cargo seria uma pessoa próxima, que nós conhecíamos e já nos relacionamos”. Pola disse também ainda não ter conversado com o novo secretário, e que embora Bertini seja “uma pessoa que tem conflitos na área”, ele tem um trabalho reconhecido em Pernambuco há muitos anos. “Acredito que as pautas básicas da secretaria e o relacionamento com os produtores, ele vai manter”, avalia o baiano, destacando, entretanto, as áreas que para ele a nova gestão não irá alcançar. “As pautas que eu me refiro, que são do novo desenho da secretaria, são de um projeto que não é desse governo, que está cortando todas as políticas sociais, que está cortando a ideia de fazer um governo que chegue para mais pessoas, as pautas do que a gente chama a escala social do audiovisual”, explica o cineasta baiano, que tampouco se mostra animado após Temer voltar atrás e decidir manter a Cultura como um ministério (clique e entenda)“Não acho que voltou porque considera o ministério relevante, eu acho que voltou porque acha que o ministério custa pouco para o barulho que faz. Então a minha descrença é muito grande neste sentido”, diz Pola.
 

Alfredo Bertini substitui Pola Ribeiro na Secretaria Nacional do Audiovisual | Foto: Divulgação
 
Pola Ribeiro diz que, durante a gestão petista, o MinC se caracterizou muito por se pautar na discussão com a sociedade. “A participação social era uma coisa muito efetiva, porque a cultura ela é muito mais complexa do que outras atividades. Ela envolve muitos atores diferentes, como grupos tradicionais, grupos indígenas, quilombolas, cultura popular, até orquestras sinfônicas, artistas consagrados e tal”, explica ele, destacando a complexidade para se desenvolver políticas culturais. “Essa política vem se desenvolvendo há 12 anos num processo de consultas constantes, de participação, debate, diálogo, então essa característica eu acho difícil para esse governo como um todo implementar”, avalia ele, contrapondo o governo Temer que “nasce de uma situação dura, difícil, e tem implementando políticas muito duras, sem consulta, sem nada” e que segundo ele, “não é um projeto que poderia ser colocado numa eleição”. 

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