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Marca Bahia Notícias

Notícia

‘Ministro da Cultura ofendendo artistas é inadmissível’: Sônia Braga rebate Calero

Por Jamile Amine

Foto: Divulgação
A atriz Sônia Braga resolveu se manifestar, após as críticas feitas pelo ministro da Cultura, Marcelo Calero,  (clique aqui e saiba mais) que classificou os protestos do elenco do filme “Aquarius” (Kleber Mendonça) em Cannes, contra o que consideram “golpe” de Michel Temer (clique e veja), como infantil e irresponsável.  “Aula de História para o senhor Marcelo Calero, 33 anos de idade. Eu, só de profissão, tenho 50. Na época da Abertura, os artistas não tinham sequer uma lei que regulasse a profissão. Essa lei foi promulgada em 1978, depois de muita luta, da qual tive a honra de participar. Naquela época, acredito, o senhor Marcelo ainda não havia nascido. Por isso, não deve ainda ter tido tempo de aprender sobre os nossos problemas e os nossos direitos”, contestou a artista, referindo-se à afirmação de Calero, que disse achar um “desrespeito você falar em golpe de Estado com aqueles que viveram o golpe realmente, de 1964. Pessoas morreram e as pessoas esquecem isso, por causa daquela quebra institucional que houve em 64, então acho de uma irresponsabilidade, é uma coisa quase infantil". A atriz disse ainda que o ministro “pouco se importou, ou não notou, que uma atriz brasileira era campeã de bilheteria do cinema brasileiro e sustentou este título por 30 anos - também ganhando, com filmes brasileiros, além de projeção internacional, muitos prêmios no exterior, promovendo assim o nome de Brasil e de nossa cultura”, rebatendo a acusação do ministro de que os artistas estariam comprometendo a imagem do Brasil no exterior, em nome de uma tese política. Segundo ele, a postura deles “é muito ruim, acho que até um pouco totalitário, porque você quer pretender que aquela sua visão específica cubra a imagem de um país inteiro". “Como pode um Ministro dizer que um ato democrático como o nosso é a representação de um País inteiro?”, indagou Sônia Braga, disparando em seguida: “isso é desconhecimento do que significa plena democracia. Se estivéssemos falando em nome de todos não precisaríamos, evidentemente, fazer o ato. Uma coisa é certa: estamos juntos”.
 

Artistas denunciaram o que consideram "golpe" no Brasil, com o impeachment de Dilma Rousseff e posse de Michel Temer | Foto: Reprodução / Canal +
 
Enfática, a atriz diz ainda que “Ministro da Cultura ofendendo artistas é inadmissível” e manda um recado: “O senhor está nesse cargo para dialogar, para nos ajudar, para fazer a ponte com quem nos explora”. Ela aproveita também para falar dos resultados alcançados com o longa-metragem brasileiro que concorreu à Palma de Ouro em Cannes. “A propósito, as críticas para Aquarius foram fabulosas. Quatro estrelas em jornais franceses, italianos, poloneses, russos e três citações no The New York Times. Ponto grande para a imagem da cultura brasileira no exterior”, disse ela, finalizando: “senhor Ministro, não podemos perder as nossas conquistas. Sobretudo a mais importante delas, o respeito”.

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