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Marca Bahia Notícias

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Sem recursos, Ilê Aiyê cancela cortejo de aniversário e busca financiamento coletivo

Por Ailma Teixeira

Foto: Tatiane Azeviche / Divulgação
Sem conseguir apoio do setor público ou privado, pela primeira vez em mais de 20 anos, o Ilê Aiyê vai deixar de realizar seu tradicional cortejo de aniversário na próxima terça-feira (1º). A festa, que costumava ser de camisa e contava com a participação de músicos convidados, foi reduzida a um ensaio, que será realizado na Senzala do Barro Preto, no dia 6. “Estamos pretendendo fazer uma celebração, mas vai ser uma coisa mais simples, um ensaio normal e, assim mesmo, nós estamos dependendo de recursos, contar com as pessoas que curtem o ilê Aiyê pra que comprem seus ingressos. Estamos tentando ver se a gente consegue que alguma cervejaria patrocine porque a população negra consome muita cerveja, mas por incrível que pareça, é difícil conseguir esse apoio”, lamenta Antônio Vovô, presidente do grupo. A crise, o gestor afirma, se estende por toda a estrutura da instituição, como é o caso da Band’Erê – principal ação educativa do grupo, que ministra conteúdos de cidadania, história, percussão, dentre outras atividades –, que há quatro meses teve suas atividades suspensas. “As atividades também aqui estão sofrendo, a Band’Erê nós tivemos que parar porque nós estamos sem parceiros, tem também obrigações trabalhistas atrasadas, salários atrasados, então nós resolvemos dar um tempo pra esperar regularizar essa situação, ver se conseguimos novos parceiros”, explica Vovô. Para tentar reverter a situação, o grupo se prepara para lançar uma campanha de financiamento coletivo, através da Benfeitoria. O objetivo é arrecadar fundos e tirar a instituição da zona de crise. Eles também estão em contato com o governo e a prefeitura para que o Ilê não fique desamparado. “Nós vamos direcionar na manutenção da Senzala porque um prédio desses, cinco mil metros já construídos, você não ter que parar, virar um elefante branco. Até porque nós somos uma ONG, mas que é tratada como uma empresa, então o custo de energia é alto, de água, fora os encargos que você tem”, ressalta o gestor, em apelo para que a população dê atenção à causa em reconhecimento aos 43 anos do grupo, que tem um trabalho importante para a história da Bahia quanto à questão racial e social.

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