Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Artistas lamentam morte de Moa do Catendê, assassinado por se declarar contra Bolsonaro

Foto: Reprodução / Instagram @gilbertogil

Com a notícia do assassinato do compositor e capoeirista Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Catendê, artistas lamentaram o crime cometido contra o baiano, na madrugada dessa segunda-feira (8). Após uma discussão política em que declarou ter votado em Fernando Haddad (PT) e ser contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL), Moa foi esfaqueado com 12 golpes por um eleitor do capitão. Tudo aconteceu em um bar na comunidade conhecida como Dique Pequeno, no Dique do Tororó (saiba mais aqui), horas após a definição do segundo turno da eleição presidencial.

 

"Moa era meu amigo e foi uma das figuras centrais na história do crescimento dos blocos afro de Salvador. Estou de luto por ele", compartilhou o músico Caetano Veloso, no Instagram. O capoeirista foi fundador do bloco Afoxé Badauê, citado por Caetano na composição “Beleza Pura”.

 

Gilberto Gil, que já declarou seu voto em Haddad no segundo turno da eleição, também se pronunciou sobre o crime e o acirramento político. "(...) Torna-se uma das primeiras vítimas fatais dessa devastadora onda de ódio e intolerância que nos assalta nesses dias de hoje. Nosso luto e nossa esperança de que a sua imolação não tenha sido em vão e que nos ajude a encontrar a pacificação logo ali", postou em sua conta na rede social.

 

Outros artistas que comentaram o crime foram Margareth Menezes, Daniela Mercury e o ator Dan Ferreira, o Acácio na novela "Segundo Sol", da TV Globo. Além dos baianos, outras personalidades que se indignaram com o assassinato foram o fotógrafo André Nicolau, o rapper Rincon Sapiência e o ator Bruno Gagliasso.

 

"Moa, que sempre foi defensor das classes menos favorecidas é mestre tradicional da Capoeira Angola da Bahia e do Afoxé (um dos fundadores do Filhos de Gandhi) e uma das melhores pessoas que já conheci. A Capoeira perde um grande mestre e eu perco vários amigos. Digo "vários" porque ver um capoeirista apoiar um político declaradamente racista, pra mim, é pior que cair de cara no chão após uma rasteira alta. É preciso entender a história da arte. É preciso saber que pouco mudou e que, agora, o racismo saiu do armário e não tem vergonha de destilar o seu ódio. Por trás de interesses escusos, aí está a Casa Grande Senzala se armando novamente. Que a morte do mestre não seja em vão! E viva "seu" Moa, agora mártir da nossa batalha", escreveu Gagliasso em seu perfil.

 

Mestre Moa foi enterrado com homenagens, no fim da tarde de ontem, em Salvador. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontou que o autor do crime foi o barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, que já está detido.

Compartilhar