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Marca Bahia Notícias

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Criticado por ser escolhido para dirigir série sobre Marielle, Padilha se diz 'linchado'

Foto: Reprodução

O diretor José Padilha, responsável por obras como Tropa de Elite e O Mecanismo, publicou um artigo no jornal Folha de São Paulo em que se diz vítima de um "linchamento moral" após críticas do movimento acerca da sua escolha para dirigir a série documental sobre a vereadora carioca Marielle Franco, executada em março de 2018. Em seu texto, o cineasta chega a evocar duas das referências da luta dos direitos civis dos Estados Unidos, Malcolm X e Martin Luther King Jr.

 

Segundo Padilha, sua proximidade com Marielle aconteceu durante uma das sessões do seu primeiro filme, "Ônibus 174", e em nenhum momento ela ou Freixo, de quem a roteirista da produção documental é companheira, chamaram-no de fascista. A proximidade e a importância do gabinete do deputado teriam feito ele alocar recursos na campanha do PSOL, inclusive.

 

Tempos depois, explica Padilha no texto, mesmo morando fora, foi convidado para o projeto. "Queria ajudar as pessoas mais próximas a Marielle e Anderson. Queria fazer uma série de TV. Queria levar o nome de Marielle aos quatro cantos da Terra. Julgava que, com meu nome no projeto, a série teria mais chances de obter distribuição internacional. E a família teria mais recursos. Aceitei na hora. Negociei por meses. Estava fechando um acordo internacional quando a Globoplay se interessou pelo projeto", disse, defendendo que o serviço de streaming é o melhor parceiro e a Globo dispõe de um repertório de atores, diretores, uma equipe técnica e escritoras negras.

 

"Sim, pensamos em tudo isso. Vocês não me conhecem, mas conhecem a Antonia. Além disso, uma série na Globo pressionaria as autoridades a encontrar e a punir quem matou Marielle", defende o diretor.

 

Padilha ainda comenta que seu intuito seria o de ajudar a equipe e o Instituto Marielle Franco a treinar novos talentos a partir do processo de produção da obra, "usando a série como uma espécie de escola". "Não consegui nem começar", lamentou o diretor.

 

"O que aconteceu no dia seguinte ao da assinatura do contrato foi estarrecedor. Além de acusarem Antonia de racismo —apesar de a Antonia estar trabalhando com afinco para montar um equipe representativa da comunidade negra no Brasil e no exterior— e de me tacharem de fascista (Marielle nunca me chamou de fascista),atacaram a legitimidade da família de Marielle, atacaram a Mônica e atacaram Marcelo Freixo", escreveu, caracterizando a situação como "um linchamento moral sem direito a respostas ou tempo para explicações". Para ele, o "inimigo" é o ódio.

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