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Marca Bahia Notícias

Notícia

Estrelando atores como Babu e Tia Má, produtora baiana exibe filmes no YouTube

Por Bruno Leite

Foto: Reprodução / YouTube

A Rosza Filmes liberou, na última quinta-feira (11), três filmes do seu catálogo gratuitamente na plataforma do YouTube. Estão em cartaz os filmes "Café com Canela" (2017), "A Ilha" (2018) e "Até o Fim" (2020), que trazem no elenco artistas como Aldri Anunciação, Tia Má, Babu Santana e Valdinéia Soriano. Todas as produções foram rodadas em cidades do Recôncavo baiano e do Baixo Sul e estarão disponíveis até 2 de julho.

 

Ao Bahia Notícias, uma das realizadoras dos filmes, a cineasta Glenda Nicácio, contou que a iniciativa de exibir as obras no YouTube se deu por causa do "tumulto, ao caos do momento". "Acho que é uma ação totalmente de emergência, em um período de emergência. Para nós ficou clara a necessidade de compartilhamento em que parece tudo frágil e o cinema que a gente produz poderia ser uma forma de se aproximar das pessoas e, sobretudo, de aproximar elas a essas histórias, dessas pessoas, dessas narrativas negras", ressaltou, afirmando que todo mundo sai ganhando com essa circulação virtual.

 

Em meio à pandemia, o também cineasta Ary Rosa e parceiro de Glenda na direção da produtora, diz acreditar que o mundo não é mais o mesmo e com isso a sétima arte, assim como outras áreas, está em processo de reinvenção e a disputa pela exibição no modelo formal será desleal quando houver a reabertura das salas em todo o país. 


"Os contratos e os acordos estão sendo revistos. Não dá para a gente acreditar que, por exemplo, algum filme independente que tenha a sala de cinema como primeira janela [de exibição] e esteja pronto - considerando que as salas de cinema estão sem previsão de reabertura para este ano - tenha espaço, se a gente imaginar que outras obras como as de Hollywood e até mesmo as nacionais estão represadas e vão querer 'entrar de sola'", avalia Ary.

 

Em processo de mudança também está o percurso para a produção de obras audiovisuais no país. A dupla conta que as obras executadas até aqui contaram com o financiamentos de entes públicos como a Ancine e a TVE Bahia através de dispositivos de fomento e editais - estes, por sua vez, segundo os realizadores, estão cada vez mais escassos. "A gente começou a rever nossos modos de produção, "Até o Fim" foi um filme feito com os recursos que a gente ganhou com "Café com Canela", por exemplo. A gente tá se programando agora para fazer filmes com orçamento baixo, com a divisão de lucros envolvendo as empresas parceiras e um roteiro que propõe economia", relatou Ary.

 

Essa maneira com que fazem filmes, contou Glenda Nicácio, é também produto da localização destas produções. Segundo ela, o Recôncavo transpassa a existência dos filmes e integra a forma e o conteúdo deles. "É o lugar onde a gente se conheceu [ela e Ary], onde a gente aprendeu a fazer cinema. Cachoeira é o lugar que nos ensina a fazer cinema juntos também, em grupo, em coletivo, criando laços de irmandade. Isso fez com que a gente amarrasse todas essas palavras em nossas vivências. Cada filme joga a gente em um processo específico e a gente se joga nisso para conceber".

 

A repercussão da exibição através do YouTube tem sido positiva desde o lançamento, na última semana. De acordo com Ary, a exibição online "quebra uma parede de proteção" que é comum na exibição nos festivais e na TV. "A gente tem recebido muitos comentários, muita gente agradecendo, feliz com a disponibilização. Tá tocando muita gente porque muda muito o público. Com isso a gente também abre muito para outras coisas que também existem, como o racismo, a homofobia... Mas faz parte, isso não nos amedronta, nem nos intimida, acho que o mais importante é chegar em pessoas que precisam ver esses filmes e que querem ver esses filmes".

 

Além dos filmes também estão disponíveis no canal da produtora (veja aqui) os making-ofs, as trilhas sonoras e os roteiros.

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