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Marca Bahia Notícias

Notícia

Defensor da causa indígena, Sebastião Salgado é retaliado pelo governo e trava batalha com Funai 

Foto: Divulgação

Ativista empenhado em usar a sua notoriedade em nível mundial para denunciar as políticas do governo Bolsonaro que incentivam as invasões de grileiros e garimpeiros em áreas indígenas, o fotógrafo Sebastião Salgado travou uma batalha com a Fundação Nacional do Índio (Funai).

 

Em entrevista ao jornal O Globo, ele falou sobre o imbróglio no qual se envolveu, após promover uma campanha com artistas internacionais para pressionar as autoridades brasileiras para evitar um extermínio nas aldeias. 

 

Segundo o fotógrafo mineiro, o governo tenta lhe retaliar, se desfazendo de 15 obras de sua autoria que foram doadas à Funai. “Houve um conflito. Eles quiseram me devolver as fotos, mas essas fotos não são nem da  Funai e nem são minhas. Essas fotos pertencem ao meu  país, pertencem ao Brasil. Eu não  tenho o direito de pegar de volta , eu não tenho o direito de leiloar e a Funai também não”, explicou Sebastião Salgado.

 

Depois da tentativa frustrada de entregar as fotos, a Funai então decidiu leiloar as obras, mas o artista é veementemente contrário. “Eu recebi essa semana uma carta propondo eu  ir retirar as obras, propondo de eu fazer um leilão, eu não aceito, eu não posso aceitar. Eu posso até doar outras fotografias minhas para leilão, para mim não tem problema nenhum. Mas aquelas fotografias não, pois elas não pertencem a mim e nem à Funai,  elas pertencem à União,  são fotografias do governo brasileiro. Eu não posso meter a mão em patrimônio nacional”, declarou.

 

Salgado disse ainda que, caso a situação siga sem solução, terá que buscar meios legais de resolver o impasse. “Então, se  efetivamente a Funai não quiser guardar, eu tenho que  procurar alguns dos Poderes brasileiros, possivelmente  a Procuradoria-Geral da República para ser o guardião dessas fotografias, até eu poder devolvê-las à Funai”, afirmou o fotógrafo.

 

Avaliadas por ele em R$ 1,5  milhão, as obras em questão foram produzidas no ano de 2017, em parceria com a própria Funai, durante visita do fotógrafo, aos Korubo, povo que habita o Vale do Javari, no Amazonas.

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