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Marca Bahia Notícias

Notícia

Finalista de prêmio nacional, baiano vai expor no Instituto Tomie Ohtake

Por Jamile Amine

Foto: Davi Caramelo

Um dos 10 selecionados entre 456 inscritos, o artista plástico Felipe Rezende representa a Bahia na 7ª edição do Prêmio EDP nas Artes, iniciativa realizada em parceria com Instituto Tomie Ohtake que tem o objetivo de dar visibilidade ao trabalho de jovens talentos brasileiros. Aos 26 anos, o soteropolitano que concluiu o bacharelado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), em 2019, celebrou a conquista e destacou que ela vem em um momento mais que oportuno. 

 

“Primeiramente, o prêmio foi muito importante por conta dessa grande necessidade na nossa vida, de que nossas ações façam sentido. A opção por viver de arte, seja contemporânea ou revezando com os serviços de ilustração, tem muito disso. E eu acho que a pandemia veio trazer grandes questionamentos sobre o próprio sentido, por conta de toda essa correria da vida. Então, a notícia do prêmio chegou em um momento em que, apesar de estar produzindo bastante, exatamente pra não pirar, veio fortalecer esse sentido das coisas”, explica Felipe, em referência às questões existenciais sobre as quais tem refletido. “É como se houvesse um grande firmamento em que todas essas coisas que fazem sentido em nossa produção ficassem momentaneamente abaladas, por conta desse outro lado da vida, que é essa premissa de sobreviver e continuar existindo”, pondera, destacando que o prêmio é um alento e um incentivo para seguir adiante.

 

A produção que lhe rendeu esta projeção é um conjunto de três trabalhos inéditos, instalações que unem desenhos e objetos encontrados no cotidiano. Felipe conta que o projeto é resultado de pesquisas realizadas na Ladeira da Fonte, onde começou a coletar detritos gerados em obras de Salvador. Através desse olhar, materiais como fragmentos de pisos táteis e pedaços de concretos, tudo isso, segundo o artista baiano, são “suportes que servem de veículos para as imagens, signos muitos caros que expõem a brutalidade do sistema” e contam pequenas histórias. 

 


Trabalho do baiano une desenhos a materiais do cotidiano 

 

O baiano conta que a boa nova veio com entusiasmo e também de forma inesperada, pontuando, entretanto, que mesmo jovem já vinha trilhando uma estrada. “Eu fiquei muito surpreso. Apesar de ter formado agora, eu demorei na graduação. Eu gosto de dizer que eu aproveitei bastante ela. Porque a gente tem uma grande questão, quando a gente forma em Artes não quer dizer que a gente está preparado para o mercado, então eu já atuava antes, já tinha participado de editais, por exemplo, de Mobilidade Artística, viajei para o México, fiz exposições, então eu já estava tentando desde antes. Eu creio que 2017 foi o início, assim, um pouco mais consciente de tentar ingressar na cena de Salvador e de fora, de tentar entrar no eixo Rio - São Paulo, que é onde a gente sabe que está concentrado isso”, lembra Felipe Rezende.

 

Agora, com a conquista, ele já tem garantida uma oportunidade de colocar seu trabalho no mapa das artes no país, já que o prêmio prevê uma exposição dos dez artistas selecionados no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. E caso fique entre os três melhores ele poderá voar ainda mais longe, ganhando mais uma residência artística internacional no currículo. A exposição deverá ter abertura em outubro, quando também deve sair o anúncio dos vencedores.

 

O ARTISTA
Nascido em Salvador, Felipe Rezende é formado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Trabalha sobretudo com o desenho e suas possibilidades expansivas, constituindo um encontro com o cotidiano e elementos nele contidos. "O labor e as deambulações, o entorno e seus restos, as pequenas histórias e os casos de dimensão pública servem de material para construção de narrativas visuais num liame entre ficção e realidade", define o artista.

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