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Marca Bahia Notícias

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Atores de 'Na Rédea Curta' lançam curta de ficção científica gravado no Subúrbio

Foto: Gabriela Palha/Divulgação

Idealizado, escrito e gravado durante a pandemia, estreia na próxima quinta-feira (25), o curta-metragem de ficção científica baiano “Via Láctea”. Com direção de Thiago Almasy e roteiro assinado por ele em parceria com Genário Neto, a obra vai ao ar a partir das 19h, no Youtube (clique aqui) e segue disponível para exibição por sete dias.

 

O filme, que foi rodado durante cinco dias, em fevereiro, no Alto do Cabrito, Subúrbio Ferroviário de Salvador, propõe discutir questões sociorraciais. A dupla - famosa por interpretar, respectivamente, Júnior e Meire, na websérie ‘Na Rédea Curta’ -, dá os primeiros passos à frente de uma produção cinematográfica cuja equipe é totalmente baiana e majoritariamente negra. 

 

“É um filme que lida com o fantástico. A ficção científica e a fantasia têm o poder de usar alegorias para refletir a própria condição humana. É um filme que tem muitas provocações”, diz Thiago, que faz uma pequena participação frente às câmeras. “É uma história que aborda o colonizador entrando no corpo do colonizado e experimentando essas subjetividades, as violências atravessadas por aquele corpo”, acrescenta o artista, explicando que ao invadir o corpo de suas vítimas, os alienígenas passam a enxergar sob a perspectiva de pessoas em posições subjugadas.

 

O artista comentou sobre o mercado local, a parceria com Genário e a importância de sua estreia como diretor de cinema. “É a nossa entrada definitiva no audiovisual. Em Salvador, a gente tem uma carência grande, que coloca nós, atores, à espera dos trabalhos chegarem. Agora estamos nos capacitando para contar nossas próprias histórias e perspectivas”, avalia.

 

Para Genário, atuar em Via Láctea foi uma experiência diferente de todas as outras. “Iniciamos de um argumento e fomos desenvolvendo as cenas. Escrever foi um processo rápido, uns quatro dias. Atuar foi complicadíssimo, primeiro porque eu estava fazendo uma coisa que ajudei a construir, depois porque a gente não teve processo de ensaio, preparação, por causa da pandemia. Tentei desapegar um pouco das práticas humanas. Todo o meu movimento interior, de memória e emoção, estava no sentido de que eu precisava pensar em alguma matéria inocente. Porque aquele ser luminoso era bem inocente”, conta o ator.

 

Logo após a estreia, no dia 25, a partir das 20h, Genário e Thiago comentam o filme em uma live. Na sexta-feira (26), no mesmo horário, Almasy se reúne, também em live, com o elenco do curta. Os eventos virtuais acontecem no perfil @ultimaplataforma, no Instagram.

 

SOBRE O FILME
Em “Via Láctea”, os extraterrestres assumem a forma de uma luz com consciência, que foge à compreensão humana. Eles não podem transitar em matéria, em decorrência das condições atmosféricas, por isso, se hospedam em corpos humanos. Neste caso, em quatro corpos. O de Rosa, a escolhida; um mendigo, conselheiro espiritual que cuida de Rosa; de um policial militar, o arquiteto que te atribuição de construir a máquina de terraformação; e um quarto personagem, a ponte, que tem o contato direto entre a terra e a nave-mãe, e é responsável por uma reviravolta nos planos.

 

Rosa, interpretada pela atriz Márcia Limma, acaba hospedando a rainha e tem a missão de se sacrificar para repovoar a terra com novos seres. Quando a rainha entra no corpo da personagem, uma mulher negra, mãe solo, que acabou de sair de um relacionamento abusivo, o inesperado acontece. “A consciência da rainha, que é maternal, toca na consciência humana da mulher que não consegue ser a mãe que gostaria por razões diversas, entre ser uma mulher preta, periférica, etc, é como se essas duas coisas fossem convergindo para um ponto comum”, adianta Thiago.

 

Via Láctea tem produção executiva de Ary Rosa e Fábio Osório Monteiro, que também atua. Esta é a primeira produção, com verba captada, assinada pela ULTIMA Plataforma, selo de produção artística criado por Thiago com o ator Sulivã Bispo, intérprete de Mainha, em Na Rédea Curta. 

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