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Marca Bahia Notícias

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'Poder da fofoca': Déia Freitas transforma dia a dia em sucesso no podcast 'Não Inviabilize'

Por Jamile Amine

Foto: Divulgação

Há cerca de um ano, o “conglomerado pônei” e frases como “não seja ONG de macho” e “ninguém tem dó de corno” têm se popularizado na internet. Tudo isso, fruto do trabalho de Déia Freitas, voz e a mente por trás do podcast “Não Inviabilize”, que atualmente conta com cerca de 8 mil assinantes pagos e ultrapassou a marca de 20 milhões de ouvintes nas plataformas gratuitas.

 

Lançado há poucas semanas, o site oficial do projeto - que chegou a travar por conta dos 668 mil acessos logo na estreia - classifica a iniciativa como “um espaço de contos e crônicas, um laboratório de histórias reais”. O nome, por sua vez, deriva do blog “Não Inviabilize A Minha Existência”, criado nos anos 2000 por Déia, que é curadora, redatora, roteirista e apresentadora do podcast.

 

Para situar melhor o público, o projeto é dividido em quadros como “Picolé de Limão”, sobre os dissabores, mutretas e ciladas da vida; “Amor nas Redes”, com histórias de amor inusitadas, mas com final feliz; “Luz Acesa”, que traz causos de arrepiar e tirar o sono de quem tem medo de assombração; e “Mico Meu”, criado para narrar situações vexatórias da própria criadora, mas que acabou aberto para outros personagens.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, Déia Freitas, que é psicóloga por formação, conta como nasceu a ideia de contar histórias cotidianas online e de que forma venceu - parcialmente - a timidez para soltar a voz. “Eu não tinha ideia do que era um podcast. E aí, eu tinha uma amiga de Twitter chamada Priscila Armani, que já é podcaster, e falava todo dia pra mim: ‘você tem que transformar isso em áudio, você tem contar as histórias em áudio’. E eu falava: ‘não, Pri, nada a ver, eu sou muito tímida, não quero fazer isso, nãnãnã…’”, lembra Déia, que em 2019 decidiu fazer um teste enviando os causos pelo Telegram e em 2020, no início da pandemia, criou coragem para lançar o podcast, e agora se prepara para lançar livros e série.

 

Durante o bate-papo, Déia falou também sobre suas posições políticas e ideológicas transparentes e de que forma reage às críticas. “Eu sou uma pessoa de esquerda, eu sou petista, eu sou Lulista, eu sou Dilmista (risos), então é meio complicado. Recentemente eu postei uma foto do Lula e, nossa, uma moça lá surtou, porque ela é Bolsonaro e ela me escuta. E aí, ela disse que não ia me escutar mais, que isso, que aquilo, daí no final ela disse que ia continuar escutando sim”, conta a apresentadora do “Não Inviabilize”, que diz conseguir entender que as pessoas deixem de seguir seu trabalho ao saberem de seus posicionamentos. “Porque ninguém é obrigado. De repente odeia muito o Lula e vai ver que eu vou fazer campanha pra ele em 2022 e vai ficar puta. Vou perder o ouvinte e paciência. Mas eu não posso deixar também de me posicionar pensando aí em audiência, em números, isso nunca me passou pela cabeça”, garante.

 

A partir de suas convicções, ela também põe um filtro no material que recebe e alguns relatos estão vetados. “Tem uma categoria de pessoas com um pouco mais de dinheiro que me manda histórias, por exemplo, reclamando de suas empregadas domésticas e suas diaristas. Essas histórias eu me recuso a contar e eu sempre respondo meio mal. Tipo ‘ah, ela comeu a sobremesa da geladeira…’. Ah, vai se ferrar, sabe? Então, quando chegam essas histórias num tom ‘sinhá’ aí eu me recuso realmente”, diz Déia, revelando que em alguns desses casos responde aos e-mails com um puxão de orelha.

 

Apesar desses assuntos sensíveis, no geral, o reconhecimento é muito maior que as críticas, e o crescimento do “Não Inviabilize” já tem rendido situações novas na vida da podcaster. Muito tímida, Déia lembra com desconcerto o dia em que sua voz foi reconhecida durante chamada telefônica com a atendente de uma loja de departamento e se surpreende com ocasiões onde vê pessoas rindo na rua, enquanto ouvem seu podcast. “Isso é muito louco, a pessoa está ali no metrô, a pessoa não me conhece e eu não conheço a pessoa, mas ela está me ouvindo”, observa. Clique aqui e confira a entrevista completa na coluna Cultura.

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