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Marca Bahia Notícias

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Procuradoria vê risco de marqueteiro do PT voltar a cometer delitos

Por Ricardo Brandt, Julia Affonso | Estadão Conteúdo

Foto: Arquivo Pessoal
O Ministério Público Federal confirmou ao juiz Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, a necessidade de conversão das prisões temporárias do marqueteiro do PT João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, em prisões preventivas (veja aqui) para "proteger a ordem pública e assegurar a instrução criminal". "A partir do panorama probatório até agora existente, denota-se que o casal revela intenso e reiterado envolvimento com os crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e evasão divisas", informa a força-tarefa da Lava Jato. Os dois estão presos desde terça-feira da semana passada, alvos da Operação Acarajé - 23ª fase das investigações. Os dois são suspeitos de receberem pelo menos US$ 7,5 milhões do esquema de corrupção na Petrobras, via Odebrecht e operador de propinas Zwi Skornicki. "Além da extrema gravidade do recebimento de US$ 7,5 milhões em conta mantida no exterior em nome de offshore e não declarada às autoridades brasileiras, e de tais valores serem oriundos de corrupção e repassados com base em contratos fraudulentos (sem que houvesse efetiva relação comercial lícita que justificasse os repasses dos valores), as provas colhidas durante as buscas e apreensões - em especial as planilhas apreendidas na residência de Maria Lucia Tavares (funcionária da Odebrecht) - revelaram que João Santana e Mônica Moura (identificados na contabilidade paralela do grupo Odebrecht pelo codinome "Feira") foram também destinatários da entrega da expressiva quantia de R$ 21,5 milhões, repassados ao casal pela Odebrecht no período compreendido entre 30 de outubro de 2014 e 22 de maio de 2015", informam os procuradores. No pedido de manutenção da prisão cautelar do marqueteiro do PT, pesou para a Procuradoria o fato do suposto repasse de R$ 21,5 milhões ter ocorrido "quando a Operação Lava Jato já era de amplo conhecimento, quando já havia sido descortinado um gigantesco esquema de corrupção contra a Petrobras". "É mais do que evidente que era de amplo conhecimento público (e obviamente do casal Mônica Moura e João Santana) o fato de que tais empreiteiras, inclusive a Odebrecht, estavam sendo beneficiadas por recursos oriundos de corrupção na Petrobras", informa o MPF. Para os procuradores, a continuidade dos recebimentos, mesmo sabendo da possível origem ilícita dos recursos, "revela a gravidade concreta da conduta e denota elevado risco de reiteração delitiva". "Se nem a ampla divulgação da Operação Lava Jato e a realização de medida ostensiva especificamente no Grupo Odebrecht foram suficientes para frear o envolvimento do casal com a lavagem de ativos, revela-se evidente o risco concreto de que, se colocados em liberdade, Mônica Moura e João Santana novamente incorram em novos delitos".

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