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Marca Bahia Notícias

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Defesa pede 'imediata liberdade' para João Santana e mulher

Por Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Mateus Coutinho | Estadão Conteúdo

Foto: Reprodução / Radar Online
A defesa do publicitário João Santana e sua mulher e sócia Monica Moura, marqueteiros das campanhas presidenciais de Lula e Dilma, afirma que "as insinuações da Polícia Federal não escondem sua inconsistência, para dizer o mínimo, e não resistem a uma análise um pouco mais séria e criteriosa". Em petição protocolada nesta quinta-feira (3) no gabinete do juiz federal Sérgio Moro, os advogados pedem "imediata colocação em liberdade" do casal. Santana e Monica estão presos em regime temporário desde a semana passada, mas a PF e a Procuradoria da República pediram a conversão em prisão preventiva sob alegação que os marqueteiros destruíram provas e foram informados com antecedência da Operação Acarajé, 23ª fase da Lava Jato. "Ilações que infelizmente se tornaram comuns, tão comuns quanto a inexigência de que o alegado seja comprovado", sustentam os criminalistas Fábio Tofic Simantob e Débora Gonçalves Perez, que defendem o casal. Os advogados destacam "a suposição" de que a conta de João Santana e Monica Moura teria sido usada para pagamento de propina no exterior. "A tese foi testada, mas, como não poderia deixar de ser, nem menção a isto na representação (pela prisão preventiva do casal)." Os defensores buscam fulminar um a um os pontos da linha de investigação da PF. Eles abordam o apartamento de luxo do casal localizado na Vila Nova Conceição em São Paulo, citado na Acarajé. "(A PF) Lançou suposições de que o apartamento deles na Vila Nova Conceição, em São Paulo, seria pagamento simulado feito pela Odebrecht aos publicitários, com o auxílio de um laranja. Caiu também por terra. O suposto laranja foi ouvido, morou de fato no apartamento durante anos, foi efetivamente quem vendeu o apartamento aos peticionários (Santana e Monica), mas novamente o fato nem sequer chegou a ser desmentido pela polícia." Os advogados afirmam que a PF faz "meras especulações" quando disse que João Santana e Monica Moura ocultaram provas e tiveram "ciência prévia" da Acarajé. Tofic Simantob e Débora Perez afirmam que a PF prefere "criar suspeitas a partir de meias verdades, mas como a intenção parece ser de manter a prisão para fins inconfessáveis, a estratégia de mudar a trave de lugar não pararia por aí". O advogado se refere à viagem que ele próprio fez à República Dominicana, onde o casal de marqueteiros se encontrava para fazer a campanha de reeleição do presidente daquele país, Danilo Medina. "A última viagem feita tinha um motivo fundamental: Vossa Excelência tinha acabado de proferir decisão sugerindo que os peticionários se antecipassem para esclarecer o relacionamento que mantinham com a empresa Odebrecht e Zwi Skornicki (operador de propinas). Era natural e até óbvio que a decisão os levasse a querer fazer um encontro pessoal com seu advogado. Mas, não, a polícia interpreta tudo como quer, e vai descartando o que não ganha o clamor público, e esta prisão absurda vai se mantendo, assim, com base neste odioso modos operandi". "Nada, porém, é mais sintomático da forma como a polícia distorceu o comportamento dos peticionários nesta fase preliminar da investigação do que a alegação de que a prisão seria necessária pelo fato de manterem ocultos das autoridades ativos em conta no banco Heritage! Ou é má-fé, ou muita desatenção. Os peticionários já não mantêm ocultos estes valores, pois não só admitiram a existência e a titularidade da conta, como mais do que isto, autorizaram em documento específico para este fim que as autoridades tenham acesso integral à conta mantida na Suíça." Os defensores são taxativos quando afirmam que João Santana e Monica Moura nunca pretenderam transferir valores.

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