Raoni Oliveira relembra momento tenso durante entrega de brindes da Bahia FM
Por Ana Clara Pires
No podcast Bargunça desta terça-feira (15), o apresentador Raoni Oliveira confidenciou algumas situações que passou no período em que trabalhava na área promocional da rádio Bahia FM. “Eu lembro que quando a gente ia entregar prêmio de Kombi, a gente já chegou a entrar em favela que traficante colocava arma na nossa cabeça. O traficante perguntava: ‘Vai fazer o que?’, aí você tinha que se colocar: ‘Vou levar fogão para dona Maria’. Ele dizia: Vai fazer alegria né? Vá entre’. Mas tinha dias que eles falavam: ‘Hoje ninguém entra não’, comentou.
Com apoio do Bahia Notícias, o Bargunça Podcast é apresentado por Wagner Miau e Thiago Mithra. Nesta edição contou com a presença do jornalista Raoni Oliveira e do cantor Felipe Papazoni.
Raoni comentou que a Bahia FM tinha uma política de não dar brindes “de graça”, as pessoas que iam ganhar os prêmios precisavam merecer. “Esse merecer poderia ser qualquer coisa uma dança, é um quiz. Porque se você da um brinde aleatório perde o controle porque todo mundo vai pedir, vai acabar com a ação. Todo mundo vai pedir você não vai ter justificativa para dizer porque você deu para aquele e para esse não vai dar”.
“Um dia a gente estava na Liberdade, na época tinha um carrinho de café sonorizado todo plotado com a logo da Bahia FM. A gente ia, dava um brinde aqui outro ali. Chegou um cara e falou: ‘Oh rasta, cadê vei minha garrafinha. Eu quero uma garrafinha’, aí eu falei: ‘Pô irmão, dança ai’”. O homem se recusou a dançar por “ser homem”, mas ainda assim queria ganhar a garrafinha. Depois de insistir e perceber que a equipe não daria a garrafinha, o homem vai embora.
Um tempo depois, chega um cara que deixa o “clima pesado”, quando o jornalista questionou os moradores sobre a identidade do homem eles revelaram que ele era o “dono de tudo”. E neste momento, a equipe da Rádio decidiu que era a hora de começar a se arrumar para ir embora. “Nessa brincadeira de adiantar o lado e ir embora o cara volta, e volta já portando uns negocinho. ‘E ai rasta, as garrafinhas?’ , aí eu olhei para ele e pensei assim: Só tenho duas opções ou entrego tudo, inclusive a minha alma para esse cara, ou mantenho meu discurso. Eu escolhi manter o discurso e falei: ‘E ai pivete, e a dança?’, aí ele: `Você tá ligado que não vai ter dança aqui né?’”, contou.
Foi então que Raoni decidiu compartilhar com a população que estava dançando para ganhar prêmios que o homem estava tentando conseguir um sem dançar. “Ele tá achando que é mais especial que vocês, porque está todo mundo dançando e ele não. Se eu fosse vocês faria ele dançar aqui agora para ver se ele é de verdade ou de mentira. Todo mundo: ‘Dança. Dança’. Aí eu olhei para ele e falei: ‘Chiclete Ferreira ou Kanário?’. Ele disse: “Rasta você é foda, bota o Kanário aí para eu dançar’”, finalizou.
Assista o momento: