Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Holofote
Você está em:
/
/
Salvador

Notícia

Exposição “Um Defeito de Cor” marca abertura do Museu Nacional da Cultura AfroBrasileira em Salvador

Por Redação

Foto: Wesley Sabino

O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), gerido pela Sociedade Amigos da Cultura Brasileira (Amafro), será reaberto no dia 6 de novembro com a exposição “Um Defeito de Cor”, eleita “exposição do ano” em 2022, após estreia no Museu de Arte do Rio (MAR). A reabertura do museu faz parte da programação do Novembro Salvador Capital Afro e reconhece a contribuição dos afrodescendentes na formação da civilização brasileira.A exposição, que tem curadoria de Ana Maria Gonçalves, Marcelo Campos e Amanda Bonan, foi escolhida para marcar a reabertura do Muncab devido à sua relevância artística, histórica, literária e cultural, além da capacidade de promover a compreensão, o diálogo intercultural e o fortalecimento do museu como um polo cultural de destaque. No período em que esteve no MAR, entre setembro de 2022 e agosto de 2023, cerca de 165 mil pessoas visitaram a mostra no Rio de Janeiro.

 

A exposição é baseada no livro homônimo de Ana Maria Gonçalves, que narra a história de Kehinde, uma africana escravizada que, após muitas adversidades, consegue sua liberdade e parte em uma jornada em busca do filho. A narrativa aborda de forma profunda e sensível a experiência da escravização no Brasil e a busca pela identidade e liberdade. A exposição permite que o público mergulhe nas complexidades dessa história, promovendo uma compreensão mais profunda das lutas e conquistas dos negros no Brasil.

 

"Um Defeito de Cor” ratifica a missão do Muncab de contribuir para a reconstrução das subjetividades negras, engajando-se na disputa de narrativas e na reconstrução de imaginários. Aliado a isso, parte significativa da história contada no livro se passa em Salvador. A escolha da exposição "Um Defeito de Cor" também faz parte da estratégia de revitalização do Muncab como um espaço cultural vibrante e relevante, capaz de atrair visitantes locais, nacionais e internacionais, fortalecendo assim o turismo cultural em Salvador.

 

A diretora do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, Cíntia Maria, considera que o apoio da Prefeitura de Salvador foi fundamental na superação dos desafios. “Reabrir as portas do Muncab com a exposição Um Defeito de Cor é um presente para Salvador. Todo o investimento em infraestrutura para viabilizar esse momento tão importante, só reafirma o compromisso da prefeitura com a cultura afro-brasileira. Isso demonstra o reconhecimento da importância do museu como uma instituição cultural vital para a cidade e para a promoção da cultura afro-brasileira. O Muncab reabre suas portas para compartilhar o tesouro cultural afrobrasileiro com o mundo.", pontuou.

 

O secretário municipal de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, destacou a relevância histórica da exposição. "Um Defeito de Cor" é a obra mais importante da literatura brasileira deste início de século, é a história do povo negro em nosso solo a partir da perspectiva da mulher negra, nos traz a verdade do que se passou nessa cidade, conecta o leitor e o Brasil inteiro a essa perspectiva. Abrir o Museu, com uma exposição de conteúdo tão rico e relevante, com a presença de sua autora, Ana Maria Gonçalves, é uma honra e um marco na história da cultura em nossa cidade", destacou.

 

A vinda de “Um Defeito de Cor” para Salvador é viabilizada por meio do Termo de Cooperação Internacional assinado pela Prefeitura de Salvador e a Organização dos Estados Íberoamericanos (OEI), que visa desenvolver projetos e internacionalizar atividades culturais de Salvador na Íbero-América, e o MAR.

 

O MUNCAB

Gerido, atualmente, pelas artistas e produtoras Cintia Maria e Jamile Coelho, o museu foi idealizado pelo poeta José Carlos Capinan, o curador e artista plástico Emanoel Araújo, o historiador Ubiratan Castro, o historiador Jaime Sodré e o advogado Carlos Augusto Marighella como um centro de preservação, difusão e disseminação da cultura afro-diaspórica nas Américas. O Muncab foi inaugurado em 2009 com a exposição “O Benin está Vivo”, tendo sido definido como um “museu em processo”. Situado no Centro Histórico de Salvador, o equipamento ocupa um imóvel de cinco andares, com quase 5.000 m2 , na antiga sede do Tesouro do Estado, inaugurada há 100 anos, em 6 de julho de 1923.

 

Vencedor em 2019 do Prêmio Cultura Popular, do Ministério da Cultura, o Muncab possui um acervo permanente no qual se destacam obras de Mestre Didi, Yedamaria, Agnaldo dos Santos e J. Cunha (que também assina o gradil do museu) e tem desenvolvido atividades como exposições temporárias, palestras, oficinas, exibições de filmes e eventos anuais, a exemplo da Trezena de Santo Antônio e do Caruru do Erês. O museu dispõe ainda de um app de realidade aumentada em três idiomas e promove o Projeto Erês (que conta histórias da mitologia africana para crianças do Ensino Fundamental).

 

A Prefeitura de Salvador, através da Secult, firmou em junho deste ano uma parceria com a Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira (Amafro) para compra de acervo e execução das obras pendentes do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab).