Presidente do TSE afirma que democracia brasileira não suporta "política de apaziguamento"
Ao abrir o ano judiciário no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes, afirmou que a democracia não vai suportar qualquer política de apaziguamento, após os ataques golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro. A solenidade foi realizada nesta quarta-feira (1º). Segundo o ministro, todos os envolvidos serão investigados e, se responsabilizados, devidamente punidos. Inclusive pela instigação ou conivência com o golpismo.
“A democracia não suportará mais a ignóbil política de apaziguamento, de ‘deixa pra lá’, de ‘vamos aceitar que eles podem melhorar’. Essa política fracassada de apaziguamento já foi amplamente afastada na histórica tentativa de acordo de Chamberlain com Hitler”, disse no discurso.
A referência é ao acordo firmado pelo então primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain, conhecido por sua postura apaziguadora, com a Alemanha de Adolf Hitler em 1938, concedendo a região dos Sudetos. O que se seguiu foi o avanço nazista sobre a Polônia e, fatalmente, a Segunda Guerra Mundial.
O ministro também citou Winston Churchill, responsável pela vitória sobre os nazistas na guerra. Para ele, “o apaziguador alimenta o crocodilo esperando ser o último a ser devorado”. Alexandre defende que a repressão estatal aos criminosos deve ser completa. “Todos os envolvidos serão responsabilizados civil, política e criminalmente. Inclusive pela dolosa instigação ou conivência, por ação ou omissão motivada por ideologia, dinheiro, fraqueza, covardia, ignorância, má-fé ou mau-caratismo”, afirmou o presidente do TSE.
“A democracia brasileira não será abalada e muito menos destruída por criminosos terroristas. A defesa da democracia e das instituições é inegociável. Muito mais do que um compromisso, essa defesa é razão de existência da Justiça Eleitoral e deste Tribunal Superior Eleitoral”, complementou.