Diretora da APLB quer retratação de secretário: 'Culpa não é nossa por falta de êxito na rede'
Por Evilásio Júnior
A declaração do secretário de Educação da prefeitura de Salvador, João Carlos Bacelar, de que "sexta-feira a rede municipal não tem aula" causou a indignação da diretora do departamento jurídico do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (APLB), Marilene Betros. Em entrevista ao Bahia Notícias, ela explicou minuciosamente o que acontece no cotidiano dos professores que atuam na rede municipal de ensino e repudiou não só a fala, mas a gestão do titular da pasta. "Ele já vem na rede há algum tempo. Ele não é novo. É de estranhar que João Bacelar esteja acusando os professores quando o sistema é que falha. Quem não buscou respeitar a lei para ter Atividade Complementar (AC) e professor substituindo foram eles [equipe da secretaria]. Eles deveriam botar adjuntos para substituir o professor quando ele não está com os alunos, mas fazendo o seu trabalho de planejamento dentro da escola. Não é que o professor não vai para escola. Ele está falando de uma forma leviana, como se os professores não quisessem trabalhar. Pelo contrário, os professores querem trabalhar. Na rede municipal de Salvador tem professores e professoras muito bem preparados e preparadas: temos mestres, doutores, muitos especialistas e doutorandos. Pessoas que estudam metodologia para aplicar com os seus alunos. Então, a rede municipal não é, como ele quer passar, cheia de pessoas irresponsáveis", criticou, ao explicar que os docentes, quando não estão nas classes, trabalham nas próprias unidades para preparar as aulas, como determina a legislação. "Sexta-feira é um dia reconhecido pelo Município como dia de preparar as atividades. Nós estamos defendendo que tenha um professor para substituir outro professor no horário em que ele estiver realizando a atividade pedagógica coletiva, porque é importante que a AC seja com todo mundo, como está previsto na Lei 11.738, com a reserva de um terço da jornada", esclareceu.