Jean Paul Prates é confirmado como presidente da Petrobras e planeja mudar política de preços
Por Nicole Angel, de Brasília / Leonardo Almeida
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) foi confirmado como presidente da Petrobras nesta sexta-feira (30). Anunciado pelo presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o congressista afirmou que pretende alterar a política de Preço de Paridade Internacional (PPI), que atrela o valor dos combustíveis com os valores do barril de petróleo Brent, que é vinculado ao dólar e comercializado no exterior.
O anúncio de Jean foi feito pelas redes sociais de Lula, veja:
Em rápida entrevista com jornalistas, Jean Paul adiantou que pretende mudar a atual política de preços da Petrobras e que irá enviar uma proposta ao conselho após assumir a presidência da companhia. Lembrando que o senador não ocupará o cargo de forma imediata, após a posse de Lula, e aguardará processos burocráticos da estatal.
“O preço dos combustíveis no país não vai se basear apenas na pequena margem que é importada. O governo vai defender conta de estabilização de preço dos combustíveis.", afirmou Paul.
O senador é um crítico árduo do PPI, instaurado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) em 2016, e já chegou a propor alternativas para a compensação do preço de combustíveis no Senado.
Jean também foi um dos coordenadores do grupo técnico de Minas e Energia do gabinete de transição de Lula. Em reuniões, o parlamentar sugeriu um mecanismo que sirva de “colchão de amortecimento” para as flutuações de preços.
O senador que presidirá a Petrobras também disse que a companhia, mesmo sendo de capital misto, precisa atender às necessidades do país e da sociedade. Vale lembrar que, só em 2022, a estatal pagou mais de R$ 217 bilhões em dividendos, uma remuneração, aos seus acionistas.
“É uma companhia que existe como empresa de economia mista, que alia capitais privados e estatais, e precisa conciliar essa natureza ao seu papel estruturante na economia brasileira. Vejo a Petrobras como uma empresa que precisa olhar para o futuro e investir na transição energética para atender às necessidades do país, do planeta e da sociedade, além dos interesses de longo prazo de seus acionistas”, afirmou Prates após ser anunciado.