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Após fugir do Paraguai, Oswaldo Eustáquio é localizado pela PF na Espanha e tenta obter asilo da Inglaterra

Por Edu Mota, de Brasília

Foto: Reprodução Instagram

Após ter sido localizado pela Polícia Federal na Espanha, o blogueiro Oswaldo Eustáquio, que tem mandado de prisão em aberto determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agora está na Inglaterra, onde busca refúgio com pedido de asilo político. Eustáquio estava vivendo no Paraguai desde o final do ano passado, mas segundo a Polícia Federal, ele deixou aquele país após uma operação da Interpol prender três brasileiros, no dia 14 de setembro, acusados de incentivar atos antidemocráticos.

 

Entre os brasileiros que foram presos em Assunção, capital do Paraguai, estava o jornalista Wellington Macedo, condenado pela Justiça e até então considerado foragido por tentativa de ataque à bomba no aeroporto de Brasília junto com outros ativistas de direita, na véspera do Natal do ano passado. No mesmo dia da prisão, o governo paraguaio negou o pedido de asilo pedido por Oswaldo Eustáquio, e ele teria então fugido para a Argentina. 

 

No roteiro da fuga de Oswaldo Eustáquio, consta que, segundo investigação da Polícia Federal, ele teria viajado no dia 17 de setembro para a Espanha. Ao chegar no aeroporto Adolfo Suárez, em Madri, Eustáquio teria informado à polícia local que era jornalista e pediu asilo político. Em seguida, visitou familiares que moram na cidade.

 

Em sua estada na Espanha, Oswaldo Eustáquio gravou diversos vídeos e fez transmissões ao vivo em sua conta no Instagram, que possui 180 mil seguidores. Após consulta à empresa Meta e utilizando a geolocalização dos vídeos, a Polícia Federal localizou Eustáquio em duas cidades espanholas de onde foram feitas as transmissões, tanto a capital, Madri, quanto uma outra mais afastada.

 

“Em continuidade às ações na seara da cooperação policial internacional, identificamos que Oswaldo Eustáquio Filho, a quem foi expedido mandado de prisão temporária pelo Supremo Tribunal Federal, provavelmente encontra-se na Espanha. Neste contexto, e considerando a existência de tratado de extradição firmado entre a República Federativa do Brasil e o Reino da Espanha, promulgado pelo decreto nº 99340, de 22 de junho de 1990, tem-se que a eventual formulação de pedido de extradição direta ao governo da Espanha, pelo juízo competente, mostra-se potencialmente como alternativa viável à detenção do indivíduo, com posterior envio deste ao Brasil”, afirmou o delegado da PF e coordenador-geral de Cooperação Policial Internacional, Fábio Alceu Mertens, em ofício encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes no final de setembro.

 

Um dos vídeos gravados pelo blogueiro, no dia 3 de outubro, acusa o ministro Alexandre de Moraes de perseguição. Eustáquio disse que ele tentou prendê-lo no Paraguai e na Argentina porque teria denunciado que Moraes teria recebido R$ 4 milhões de uma das empresas investigadas na Operação Acrônimo, a JHSF Participações, de São Paulo. 

 

Segundo informações da época, a empresa teria sido denunciada por lavagem de dinheiro, e a investigação mostrou que o escritório de advocacia de Alexandre de Moraes teria recebido os valores, entre 2010 e 2014. Na época, Moraes não tinha cargo público. A denúncia foi arquivada por decisão do ministro Luiz Fux, do STF. 

 

O ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão do blogueiro bolsonarista em dezembro do ano passado. O ministro atendeu a um pedido da Polícia Federal em inquérito das milícias digitais e divulgação de fake news. Eustáquio participou de protestos contra o resultado das eleições e defendeu intervenção das Forças Armadas. 

 

Moraes também determinou a inclusão do nome de Oswaldo na difusão vermelha da Interpol, a lista da polícia internacional de pessoas procuradas pela Justiça. O nome de Eustáquio, entretanto, não consta no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), nem na lista de foragidos da Interpol.

 

Em um vídeo publicado no seu Instagram nesta terça-feira (10), Oswaldo Eustáquio afirma que ao chegar na Espanha, teria pedido ajuda a um grupo de patriotas de direita brasileiros que lá residem. As pessoas do grupo, segundo Eustáquio, afirmaram não poder ajudar porque ele seria “infiltrado” e “agente secreto do Alexandre de Moraes”. Posteriormente, o jornalista, de acordo com seu próprio relato, enviou um áudio pedindo ajuda à Liga Conservadora da Alemanha, e o dirigente do grupo encaminhou a gravação a outra pessoa que, posteriormente, mandou a localização de Eustáquio à Polícia Federal brasileira. 

 

Nos vídeos gravados e postados em suas redes, Oswaldo Eustáquio pede repetidamente que as pessoas façam doações via PIX para uma conta em nome de sua filha, Mariana. Em 19 de setembro, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio da conta utilizada pela filha de Eustáquio para receber doações via PIX, mas foram abertas outras duas contas em bancos digitais em nome da filha de Eustáquio, e cadastradas chaves-pix para que ele siga recebendo doações.