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VÍDEO: Em podcast, Isidório ironiza linguagem neutra e dispara: “Nunca vou chamar menines”

Por Carine Andrade

Foto: Divulgação / Bahia Notícias

O deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante) se envolveu em mais uma polêmica, após o trecho de uma entrevista ao podcast Bahia Cast viralizar nas redes sociais. 

 

No vídeo, o parlamentar não apenas se declara contrário à utilização da linguagem neutra como, também, ironiza quem faz uso. A linguagem neutra ou não-binária ganhou adesão principalmente dos usuários das redes sociais e da comunidade LGBTQIAP+. Seu objetivo é comunicar de uma maneira que não especifique o gênero no discurso, se tornando mais abrangente e inclusiva.

 

“Aí agora vem a história de ‘menine’. Ó que sacanagem da disgraça (sic). ‘Menine’. Quer dizer que o meu menino tem que ser ‘menine'. Vai procurar um jegue, rapaz. E de preferência de barguilha aberta”, disse o deputado. 

 

Em outro trecho da entrevista, Isidório dispara: “Você acha que eu vou chamar ‘menine’ que dia? Nunca. Eu não traí Deus. Deus criou menino e menina”, emendou. 

 

 

Sargento Isidório tem 61 anos, é militar aposentado e foi o deputado federal mais votado da Bahia, em 2018, sendo eleito com 323.264 votos. Presidente da Fundação Dr. Jesus, entidade assistencial de apoio a dependentes químicos e de álcool, situada no município de Candeias, Isidório tem uma trajetória política marcada pela passagem por várias legendas.

 

Foi deputado estadual pelo antigo PMDB, hoje MDB; na sequência do PT e também do PSB, de onde, inclusive, foi alvo do Conselho de Ética, em 2013, após uma polêmica entrevista concedida ao Bahia Notícias. Na ocasião, ele afirmou que o PSB tinha “viados e viadas lá dentro” e citou que a presidente estadual da legenda, Lídice da Mata, à época senadora, hoje deputada federal, “é de Oxum” e ele “de Jesus”. Isidório não foi expulso, mas depois de desgastes internos com correligionários foi  “convidado” a se retirar do partido. Ele também foi filiado ao antigo PSC, ao PDT e, por último, ao Avante, sua atual legenda, de onde chegou a ser presidente estadual. 

 

“TODES” E “AMIGUES”

Em 2023, ao menos três estados da Federação aprovaram leis proibindo o uso da linguagem neutra como "todes" e "amigues" em escolas e instituições do setor público. Em Rondônia, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a lei vigente, que tinha entrado em vigor em 2021, sob a alegação de que a lei estadual fere a Constituição uma vez que cabe somente à União legislar sobre normas de ensino. Os outros dois estados que proíbem a linguagem neutra são Paraná e Santa Catarina. 

 

De acordo com levantamento do g1, ao menos 21 estados e o Distrito Federal não têm legislação no âmbito estadual proibindo o uso da linguagem neutra. São eles: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, São Paulo, Sergipe e Tocantins.