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Falta de grandes campanhas dificulta prevenção do câncer de mama em pessoas trans na Bahia

Por Victor Hernandes

Foto: Reprodução Getty Images

Uma das doenças que mais possui diagnósticos de tumor maligno, o câncer de mama é alertado constantemente durante o mês de outubro, período do “Outubro Rosa” - campanha de conscientização da doença, voltada predominantemente para mulheres. 

 

Apesar de ser muito reafirmada para as mulheres cisgênero (aquelas que se identificam com o sexo biológico), o tipo de câncer pode atignir também pessoas trans. 

 

Segundo a integrante do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), Thiffany Odara, ações de prevenção do Outubro Rosa muitas vezes não são pensadas para este público por conta do preconceito existente na sociedade. 

 

“Existe um grande preconceito passado de mito. Mas a saúde da pessoa trans vai muito além do HIV. Precisa pensar em uma saúde preventiva a fatores que nos atingem. O nosso lugar é de cuidado para com o nosso corpo, já que nós também sofremos pelo câncer de mama”, explicou. 

 

Thiffany indicou ainda que a transfobia também impacta na falta de campanhas de prevenção ao câncer de mama para pessoas trans. 

 

“O sistema ignora, é uma ignorância acobertada como transfobia, ignorância transfóbica. É uma falta de buscar informações e de muito comodismo. É cômodo eu não falar aquilo que não me atravessa, é cômodo eu não buscar informações sobre temas relevantes. É importante falar da população LGBT e não somente uma parte para falar sobre isso, pois não é somente uma pauta”, disse. 

 

FORMAS DE PREVENÇÃO 

Segundo o médico mastologista, César Machado, no caso de homens transexuais, mesmo aqueles que fizeram a retirada das mamas, existe o risco de desenvolver o câncer, mesmo sendo reduzido. Mesmo após a mastectomia, o tecido mamário na região ainda permanece e pode influenciar no tumor. 

 

Para o especialista, mesmo com as indicações, cada caso precisa ser analisado individualmente. De acordo com o mastologista, a mamografia é necessária para esses pacientes após ser apresentada uma quantidade de glândula suficiente no órgão. 

 

“A partir do momento que o paciente já começa a ter uma densidade, uma quantidade de glândula suficiente ele teria também que fazer uma mamografia. É um cenário que a gente tem que individualizar completamente. O que a gente vê atualmente é que nós temos três linhas de recomendação, então a gente vai justamente vendo”, comentou. 

 

O profissional contou também que os exames e procedimentos médicos para esse público são a mamografia, ultrassonografia, entre outros. 

 

“Para você recomendar em termos de exames são os mesmos habituais,  mamografia, ultrassom e caso necessário ressonância”, completou. 

 

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) disse que no mês de agosto realizou uma Feira da Saúde da pessoa LGBTQIA+ e ofertou os exames e procedimentos. 

 

Já a Secretaria Municipal da Saúde não comentou se realiza alguma iniciativa para o público.