Baianos participam da produção e divulgação do novo clipe de Criolo
A publicitária Itana Lins e o artista visual Del Nunes fizeram parte da produção e divulgação, respectivamente, do novo clipe do rapper Criolo, “Pretos Ganhando Dinheiro Incomoda Demais”. O audiovisual foi lançado na última terça-feira (7), no Youtube.
Itana trabalhou na produção pela AKQA através do Soma, projeto de inclusão de jovens negros, periféricos e indígenas na indústria publicitária. “[O Soma] basicamente é dividido em duas partes. A primeira sendo um curso com duração de dois a três meses entre as principais áreas da publicidade, podendo se inscrever jovens já formados ou que estão cursando ensino superior e médio. A ideia é democratizar a área da comunicação para esses jovens que muitas vezes não têm acesso. [Essa] é uma indústria ainda muito elitista, muito fechada. A ideia é incluir, realmente abrir esse espaço, quebrando essa ideia”, explicou Itana em entrevista ao BN Hall.
Karol Oliveira, Luiz Almeida, Ane Lima, Luiza Bomfim, Criolo e Itana Lins
O projeto selecionou a comunicadora e mais seis jovens no ano passado para participarem de uma campanha institucional, na qual não sabiam sobre o que seria. Após um tempo, foram informados que trabalhariam no novo clipe do Criolo, que faz parte do álbum “Sobreviver” e que marca o retorno do artista para o rap.
“O clipe é basicamente baseado na prosperidade preta, mostrando para a população que não estamos falando só de escravidão, que a história do povo preto é muito rica e muito próspera. Então, queremos falar que pretos ganhando dinheiro incomoda demais, mas que nossa prosperidade vai além e isso precisa ser celebrado”, destaca Itana.
O vídeoclipe foi pensado como uma fábula em que uma menina preta e periférica planta uma moeda que possui um valor histórico, com o ano da Revolta dos Malês gravada, e essa moeda cresce e vira uma árvore que dá frutos com mais moedas, o que faz com que sua comunidade fique rica. Porém, na história, o governo e empresários tentam monopolizar a árvore e utilizar dos seus frutos.
Além do clipe, uma campanha para divulgação foi lançada com um web app para que as pessoas possam ter acesso a histórias reais de ancestrais da África e do Brasil, como a das “ganhadeiras” e, após assistir, é gerado um fruto, como o da fábula, que dá direito a cupom de descontos de livros e cursos, assim como acesso a artes digitais, como as do artista baiano Del Nunes.
Arte de Del Nunes
Ao BN, Del contou que na arte utilizou a colagem, que é sua marca registrada, e contou com o auxílio de inteligência artificial. O artista também revelou que quando recebeu a proposta não sabia de fato como seria o clipe, o que acabou sendo um desafio para ele. “Fico muito feliz e muito orgulhoso de todo o conjunto e principalmente por ver que a minha arte casou muito com o clipe. Só em assistir o clipe consigo associar os dois, as cores, os elementos… isso me deixa muito orgulhoso, além dos feedbacks que recebi que foram muito positivos”, declarou.
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