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Feirantes da Baía: Websérie conta história da Feira de São Joaquim e seus trabalhadores

Por Alexandre Brochado/Sanny Santana

Foto: Divulgação

A famosa Feira de São Joaquim foi palco de uma websérie que será lançada na quarta-feira, no dia 23 de março, no mês do aniversário de Salvador. A "Feirantes da Baía" foi gravada pelos becos, quitandas e barracas da maior feira da capital baiana, e se divide em três episódios.

 

Idealizada e dirigida pelo documentarista baiano Leo Veneza, a websérie conta a história de três comerciantes: a Dona Leda do Quiabo, Seu Oltevan, longevo comerciante de artesanatos baianos, e Adriana, herdeira de uma famosa banca de produtos para rituais de candomblé.

 

Em entrevista ao BN Hall, Veneza declarou que o foco da série é mostrar "a alma da feira" e "quem faz a feira ser o que ela é".

 

"Em cada um desses episódios a gente vai trazer um personagem, são três feirantes incríveis que contam a história deles e da Feira, e como essas duas histórias se entrelaçam. Isso é muito interessante para que a gente consiga perceber como a história desses feirantes estão ligadas diretamente à Feira de São Joaquim e necessariamente à história de Salvador", diz o documentarista. 

 

"As histórias por si só são comoventes, Dona Leda traz muito a luta dela, de ser feirante, de conseguir manter a existência dela trabalhando com a feira. Já Seu Oltevan, traz a história da feira, como nasceu. Adriana traz no episódio dela a importância das barracas e quitandas que vendem produtos de axé, que são importantes e alimentam os rituais de Candomblé da cidade", conta.

 


Foto: Admilson Boaventura

 

Veneza ainda revelou o nome dos episódios, dedicados a cada um dos feirantes. O de Dona Leda, por exemplo, se chama 'Mil em Uma'. O porquê? "Ela faz muitas coisas ao mesmo tempo", responde o documentarista. 

 

"O de Seu Oltevan é 'As Veias da Feira', onde mostramos essa parte interna da feira, como ela foi constuída. E o de Dona Adriana é 'A Presença de Oxum', porque ela é de Oxum. É uma bela mulher, com um sorriso imenso, carinhosa para falar da barraca dela e sobre como isso é importante para a cultura afro e do Candomblé em Salvador", explica.

 


Foto: Reinaldo Correia

 

Veneza ainda conta que passou pouco mais de 1 mês frequentando a Feira para que as gravações fossem finalizadas. Ele ainda diz que os recursos para a realização desse projeto foram bastante curtos, portanto, foi necessária uma equipe pequena, mas que trouxe um "processo tranformador" para todos.

 

Para contar essas histórias, não foi nada fácil. Nos mais de 30 dias percorrendo a maior feira da capital, a equipe procurou por feirantes que não só quisessem participar do documentário, mas que tivessem relatos interessantes para tratar, assim como foi com a Dona Leda.

 

"Fomos para a Feira às 3h30 da manhã, nos encontramos com Dona Leda, ela vende produtos alimentícios como quiabo, mandioca e pimentas. Ela estava, naquela hora, recebendo e organizando tudo isso. A gente acompanhou esse processo", ele conta. 

 


Foto: Admilson Boaventura

 

O nome do documentário também tem sua explicação. Dúvidas percorrem pelos interessados na websérie, que questionam o porquê de haver 'Baía' ao invés de 'Bahia' em seu nome. 

 

"'Baía' se trata de Baía de Todos-os-Santos. A feira está localizada na Cidade Baixa, em frente à Baía e a maioria dos seus produtos vêm do Recôncavo Baiano. Hoje, a maioria chega pelas estradas, mas antigamente esses produtos vinham de saveiros e paravam ali na enseada de São Joaquim, onde hoje tem aquele samba que todo mundo gosta", diz Veneza.

 


Foto: Marcelo Santiago

 

Por ser uma websérie, a Feirantes da Baía foi trabalhada pensando no usuário da internet. Com uma linguagem facilitada e episódios curtos, o documentário foi construído com leveza para aquele telespectador que está a todo momento sendo "bombardeado" com informações.

 

"Sabemos como funciona a cultura das redes sociais, toda a roteirização do conteúdo foi feita pensando em a gente conseguir vincular esse telespectador das redes sociais", afirma. Segundo ele, todo o material colhido rendeu 150 minutos de entrevista, no entanto, para atrair o público de rede social, foi necessário encurtar o documentário para que cada episódio ocupasse de 4 a 5 minutos do tempo de quem assiste.

 

"A gente tirou o melhor desse conteúdo todo para conseguirmos entregar um episódio que tivesse uma linguagem voltada para as redes sociais para conseguirmos alcançar as pessoas e ao mesmo tempo trazer a verdade de cada um dos feirantes. São histórias complexas, que tivemos que resumir para que as pessoas e a cultura das redes sociais acolhessem esse conteúdo de uma maneira que fosse interessante para quem está nessas plataformas", conta o baiano.

 

Leo Veneza ainda destacou a importância e felicidade em fazer esse documentário. "Nós da equipe estamos extremamente felizes de falar da cultura da cidade, no mês de aniversário dela, mas isso pelo olhar de quem é a alma disso tudo aqui. Nosso sentimento hoje é de felicidade e realização em estar podendo entregar isso para Salvador, como um presente", declara.

 

Feirantes da Baía contará com três episódios que serão lançados semanalmente. Após a estreia, nesta quarta-feira (23), os outros dois episódios serão publicados nos dias 30 de março e 6 de abril, no Instagram @leoveneza.

 

O projeto, realizado em parceria com o perfil do Instagram Salvador para o Mundo (@salvadorparaomundo), tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Prêmio Cultura na Palma da Mão/PABB) via Lei Aldir Blanc, redirecionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

 

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