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Impasse entre prefeitura e governo pode deixar 270 crianças sem aula em creche de Mussurunga

Por Anderson Ramos

Cmei Almir Oliveira, em Mussurunga. Foto: Leitor Bahia Notícias

A recepcionista Milza Gouveia vive dias de aflição. Ela não sabe se seu filho Gabriel, de 5 anos, vai concluir os estudos este ano no Centro Municipal de Educação (Cmei) Almir Oliveira, no bairro de Mussurunga.

 

A unidade de ensino atende crianças em idade pré-escolar com turmas em tempo integral e funciona dentro do Centro Social Urbano (CSU), espaço que é administrado pelo governo. A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades) informa que o equipamento passará por reformas e que será necessário realocar as crianças para outro imóvel durante o andamento das obras.

 

É aí que está um dos problemas. A prefeitura de Salvador e o governo da Bahia não chegaram a um entendimento sobre para onde irão as 270 crianças que estudam no local. Além disso, pais e mães dos pequenos estudantes reclamam que não foram informados sobre a data do início da intervenção, o que causa ainda mais apreensão entre eles.

 

Milza relata que o espaço onde a escola funciona passa por diversos problemas estruturais e que não se opõe à reforma, mas se queixa da forma como o processo está sendo feito e das dúvidas que ainda não foram sanadas.

 

“Os vândalos frequentemente arrombam e a segurança no geral é muito vulnerável. As crianças não têm o mínimo de dignidade. Quando chove o telhado pinga demais, no verão o calor é insuportável e também falta material básico. Sem falar nos riscos dos bichos por conta do matagal, como cobra, escorpião, aranha... inclusive na última quinta-feira (31) tinha um sariguê enorme lá. Foi um terror", denunciou.

 

“É revoltante. Está um total descaso. As obras ainda não têm previsão início. Mussurunga não tem outra creche pública. Isso é desesperador", desabafou.

 

Parte externa do Cmei Almir Oliveira. Foto: Leitor BN

 

IMPASSE

Em nota enviada ao Bahia Notícias, a Secretaria Municipal da Educação (Smed) informou que o governo do Estado solicitou o imóvel para reforma do CSU Mussurunga, e ofertou um outro que não comporta a demanda do Cmei, do ponto de vista estrutural e da quantidade de vagas. A pasta também disse que nos próximos dias uma equipe vai visitar um imóvel para avaliar a possibilidade de acolher as 270 crianças com conforto e segurança.

 

“Vale ressaltar que a Prefeitura, através da Smed, sempre esteve aberta ao diálogo e tenta, ao máximo, equacionar a situação para não gerar prejuízos à rotina escolar dos alunos, que no caso de eventual mudança abrupta, do Cmei da sede do CSU, ficariam sem estudar no meio do ano letivo”, acrescentou a secretaria.

 

Por sua vez, a Seades alegou que o Centro de Educação Infantil funciona nas instalações do CSU por meio de um Termo de Seção de Uso, vigente desde 2018. Segundo a secretaria, o acordo estabelece a necessidade iminente de providências para a transferência das atividades para local próprio e definitivo.

 

“No intuito de colaborar com a prefeitura e viabilizar a necessária reforma ao CSU, o Governo do Estado vem intensificando diálogos com a Secretaria Municipal da Educação, desde o início do ano, na perspectiva de resolução da questão e continuidade dos benefícios à comunidade”, pontuou a Saedes em nota.

 

Questionada se existe alguma previsão para o início das obras, a Seades não respondeu.