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Setoristas da AL-BA são proibidos de acessar sala dos deputados e se manifestam em grupo do WhatsApp: “RIP cafezinho”

Por Carine Andrade

Foto: Carine Andrade / Bahia Notícias

A proibição do acesso dos jornalistas que cobrem o dia a dia da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) a famosa “sala do cafezinho”, ambiente exclusivo dos deputados e que era comumente usado para entrevistas antes e após as sessões plenárias, tem dado o que falar desde que foi informalmente anunciada, no último dia 1º, no retorno dos trabalhos do Legislativo. 

 

Mesmo sabendo da iminente proibição, alguns setoristas da AL-BA demonstraram surpresa esta semana com a confirmação do fato e se manifestaram, em tom de brincadeira, em um grupo do WhatsApp. “RIP Cafezinho”, escreveu um deles. Outro jornalista emendou: “Era só um chocolatinho”, em referência ao famoso chocolate expresso da máquina. Além destas bebidas, os profissionais também tinham acesso ao lanche servido aos deputados, como frutas e beiju, mas, de acordo com antigos setoristas, nos tempos áureos eram servidos salgadinhos e até pizza. 

 

POR QUE SERÁ?

Desde o início do mês, a reportagem do Bahia Notícias vem conversando com deputados, tanto da ala do governo, como da oposição, no intuito de descobrir o que estaria por trás da repentina decisão tomada pelo presidente Adolfo Menezes (PSD). 

 

Nos bastidores correm quatro versões: a primeira é que a proibição veio para atender a um pedido dos deputados novatos que, supostamente, não estariam contentes com abordagens da imprensa com pedidos de entrevistas. A segunda é que o pedido teria partido de dois experientes deputados da base do governo que não querem, de jeito nenhum, a presença dos setoristas no espaço. A terceira é de que alguns deputados estariam irritados com a abordagem insistente de jornalistas pedindo “patrocínio” para os seus respectivos veículos; e a quarta é de que a presença de uma comitiva de defensoras públicas no final de dezembro, quando pleiteavam a aprovação do projeto de lei de aumento salarial da categoria, lotou o ambiente. “Esse dia foi caótico. Juntou as defensoras, jornalistas, assessores dos deputados, emissários do governo e funcionários da casa. Tinha mais de 30 pessoas naquele pequeno espaço, pegou muito mal e irritou a todos”, revelou uma fonte. 

 

Na semana da reabertura dos trabalhos da AL-BA, o presidente Adolfo Menezes confirmou ao Bahia Notícias que a “salinha do café” seguirá fechada por tempo indeterminado, mas refutou que os motivos tenham relação com os casos elencados. Na ocasião, ele revelou ter conversado com os demais deputados, que corroboraram a decisão. “Tem gente entrando lá que não tem nada a ver [com a imprensa]. E fica difícil a gente controlar quem realmente pode estar lá ou não. Agora, o que não dá é ficar um monte de gente dentro da sala dizendo que são de site, sem ser”, pontuou. 

 

Menezes reiterou estar estudando a viabilidade de aumentar o espaço da Tribuna da Imprensa, local reservado aos jornalistas. “A ideia é aumentar a capacidade que fica ali ao lado do plenário, colocando mais cadeiras. Lá, vocês estarão vendo tudo, ouvindo tudo e dá para conversar com os deputados”, sinalizou. 

 

O presidente também assegurou que os setoristas poderão se acomodar nas cadeiras existentes na Sala de Atos e que o tratamento e suporte da Casa seguirá o mesmo padrão. “Os mesmos salgados que tiver lá na salinha dos deputados serão servidos para vocês porque tem uma cozinha ali, um balcão, tem tudo. Então, vocês querendo falar com os deputados, vocês entram na área que dá acesso ao Plenário e entrevistam”, frisou. 

 

Adolfo Menezes também falou sobre a possibilidade de criar um “novo cafezinho” na entrada do plenário, conforme sugerido pelo chefe da Assessoria de Comunicação, Paulo Bina, e pelo presidente do Comitê de Imprensa da AL-BA, Osvaldo Lyra. Ele admitiu, no entanto, que embora a ideia esteja em análise não é entusiasta desta opção.