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Banco Central corta Selic novamente em 0,5% e taxa de juros atinge menor patamar desde fevereiro de 2022

Por Edu Mota, de Brasília

Foto: Banco Central

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em reunião nesta quarta-feira (20), decidiu, pela sexta vez consecutiva, cortar a taxa básica de juros, a Selic, em mais meio ponto. Com o novo corte, a taxa de juros do país caiu a 10,75% ao ano. 

 

A decisão segue o plano traçado em agosto do ano passado, quando o Copom iniciou o ciclo de cortes na taxa Selic. Naquele mês, os juros estavam em 13,75%. Antes do início dos cortes, a Selic ficou estacionada nos 13,75% por 12 meses, desde agosto de 2022. 

 

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no patamar mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por conta da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. Ela ficou no nível mais baixo de agosto de 2020 a março de 2021.

 

A decisão dos membros do Copom foi unânime, em linha com o que era esperado pelo mercado e sem novidades relevantes em relação ao comunicado da reunião anterior, ocorrida em janeiro. Votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

 

No comunicado divulgado à imprensa, o Banco Central afirma que o ambiente externo segue volátil, "marcado pelos debates sobre o início da flexibilização de política monetária nas principais economias e a velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes".

 

Em relação ao cenário doméstico, o Copom afirma que "o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom. A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, enquanto as medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes".

 

Na reunião desta quarta, o BC indicou ainda que deve fazer pelo menos mais um corte de 0,5% nos juros, fazendo com que na reunião agendada para 8 de maio, a taxa básica chegue, provavelmente, aos 10,25%. "O Comitê avalia que o cenário-base não se alterou substancialmente. Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do Comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião", diz o comunicado do Copom. 

 

Economistas do mercado consultados semanalmente pelo Boletim Focus do Banco Central dizem acreditar que a taxa de juros chegará em 9% ao final de 2024. Se for confirmada essa previsão, a Selic encerrará o ano em um patamar um pouco abaixo do registrado em dezembro de 2021 (na ocasião, o Copom elevou a taxa em 1,5%, elevando a Selic de 7,75% para 9,25%).

 

A taxa Selic é uma espécie de referência para a economia nacional. Sua redução tende a baratear empréstimos e financiamentos, estimulando o crescimento da atividade econômica, a geração de empregos e renda.

 

Nas comunicações oficiais, a autoridade monetária tem repetido que a magnitude total do processo de alívio dos juros dependerá da evolução da dinâmica inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.