André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Por Eduarda Pinto
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”
“Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma.
O edil completa ainda que a organização do Partido Verde também compromete o alcance da pauta ambientalista.
“O PV não soube se organizar, não soube se preparar, não soube aproveitar o momento que o planeta vive e se conectar com as pessoas. Estamos falando de saneamento, saúde, arborização das cidades. A gente está falando de meio ambiente, de economia, de saúde, estamos falando de redução da desigualdade, então como se comunicar com as pessoas e não parecer apenas um ‘ecochato’ falando que o mundo vai acabar? Acho que esse é o desafio.
Segundo o ex-secretário de Sustentabilidade, Resiliência e Bem-estar e Proteção Animal de Salvador (Secis), a ausência dos movimentos ambientais nos governos ao redor do mundo possui correlação a polarização política e avanço da extrema-direita no executivo e legislativo. Fraga explica que, no Brasil, a posição ocupada pelo Partido Verde, como “centro”, dificulta o diálogo com outros posicionamentos.
“O ‘centro’, que é como os verdes se posicionam, ele está muito desgastado, as pessoas não querem ouvir do ‘centro’. Por exemplo, eu quando fui secretário [da Secis] de ACM Neto, meus amigos, que são mais a esquerda, me chamavam de direita. E a galera da direita, até mesmo no governo, me chamava de esquerda”, detalha.
Confira o trecho: