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Lula recebe Maduro no Palácio do Planalto, critica Guaidó e lamenta preconceitos contra a Venezuela

Por Edu Mota, de Brasília

Foto: Ricardo Stuckert/ Divulgação

“Eu não compreendia como um continente que exerce uma democracia tão plena, como o europeu, poderia aceitar a ideia de considerar um impostor como presidente, simplesmente porque não gostavam do presidente eleito”. A crítica, que envolve o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, foi feita nesta segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Guaidó, que era deputado, em fevereiro de 2019 se autoproclamou presidente, e em abril daquele ano, junto com Leopoldo López, empreendeu uma tentativa frustrada de derrubada do governo.

 

No encontro desta segunda, Lula não só reforçou seu apoio à presidência de Nicolás Maduro, como lamentou que ele tenha passado oito anos sem vir ao Brasil. Os dois presidentes participaram de uma entrevista coletiva.

 

“Depois de oito anos o presidente Maduro volta a visitar o Brasil, e recuperamos o direito de fazer política de relações internacionais com a seriedade que sempre tivemos, sobretudo em países que fazem fronteira com o Brasil. A Venezuela sempre foi um parceiro excepcional do Brasil. Mas por conta das contingências políticas e equívocos, Maduro ficou oito anos sem vir ao Brasil, e o Brasil ficou muito tempo sem ir à Venezuela. É difícil conceber que tenham passados tantos anos sem que mantivéssemos esse diálogo”, disse Lula.

 

Lula disse ainda que a volta da relação entre Brasil e Venezuela é “plena”, e a retomada da integração entre os dois países não será, segundo ele, apenas comercial, mas também política, cultural, econômica, com parcerias entre juventude e universidades e inclusive na área militar, com a criação de uma ação conjunta entre as forças armadas dos dois países, para o combate ao tráfico na fronteira.

 

O presidente brasileiro criticou também o preconceito contra a Venezuela tanto no Brasil como na Europa. Para Lula, o país vizinha precisa fazer frente às narrativas contrárias construídas pelos opositores do atual governo, e para isso precisaria divulgar a sua própria narrativa.

 
"O preconceito contra a Venezuela continua. Esse preconceito contra a Venezuela é muito grande. Quantas críticas a gente sofreu aqui durante a campanha por ser amigo da Venezuela. Havia discursos e mais discursos, os adversários diziam 'Se o Lula ganhar as eleições, o Brasil vai virar uma Venezuela, uma Argentina, uma Cuba', quando o nosso sonho era que o Brasil fosse o Brasil mesmo, melhor. Não queremos ser uma Venezuela, queremos ser Brasil", disse Lula.

 

De sua parte, o presidente venezuelano Nicolás Maduro concordou com Lula sobre a necessidade de aprofundar os diversos tipos de relações entre Brasil e Venezuela. Maduro afirmou que o seu país está "de portas abertas" para receber o empresariado brasileiro "com plenas garantias".

 

"Estamos preparados para que retomemos as relações virtuosas com os empresários brasileiros. A Venezuela está de portas abertas, com plenas garantias para todo o empresariado para que voltemos ao trabalho conjunto. Acredito ser muito positivo. Nós amamos a história do povo brasileiro, a força e alegria espiritual. Relações entre Brasil e Venezuela foram truncadas e revertidas de um dia para outro. De repente, o Brasil fechou todas as portas e as janelas, sendo os dois países vizinhos, que se gostam como povos. Que nunca mais ninguém feche a porta. Brasil e Venezuela tem que estar unidos, daqui para frente e para sempre", disse Maduro.