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Plano de trabalho da CPMI inclui ouvir ex-ministros de Bolsonaro e candidato a vice

Por Edu Mota, de Brasília

Foto: Pedro França/Agência Senado

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da comissão parlamentar de inquérito mista dos atos de 8 de janeiro, apresentou na manhã desta terça-feira (6) o seu plano de trabalho para os próximos meses, e colocou os nomes das primeiras autoridades e pessoas que serão ouvidas pela CPMI. 

 

Entre os nomes incluídos pela relatoria, estão o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, o general Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid, o general Walter Braga Neto, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvanei Vasquez, o ex-interventor no DF, Ricardo Capelli, o ex-comandante do Planalto, General Gustavo Dutra de Menezes, o ex-comandante do GSI, general Gonçalves Dias, além de ex-comandantes da Polícia Militar do DF, delegados da Polícia Federal e da Polícia Civil do DF, entre outros. A convocação ou convite dos primeiros 40 nomes listados pela relatora para serem ouvidos pelos membros da CPMI ainda precisarão ser aprovados.

 

Na apresentação do seu plano de trabalho, a senadora Eliziane Gama disse que os atos de 8 de janeiro não começaram a ser gestados após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para a senadora, o que aconteceu em Brasília foi resultado de uma sucessão de eventos que teriam surgido a partir de um estado de negação de eleitores do então presidente Jair Bolsonaro em relação ao resultado das urnas. 

 

“O dia das depredações não começou à meia-noite de 8 de janeiro de 2023, mas muito antes, em uma sucessão de eventos, para dizer no mínimo, de exaltação de ânimos. Pairava entre os vândalos o sentimento de negação do resultado da eleição presidencial, proclamado pela Justiça Eleitoral em 30 de outubro do ano anterior. As notícias disseminadas nas redes sociais pela parcela da sociedade que não aceitava a vitória do então presidente eleito Lula tinha intento de construir a realidade a partir de sua perspectiva particular, semeando crenças e sentimentos conspiratórios de todas as ordens”, disse a relatora.

 

Seguindo essa estratégia de considerar que o 8 de janeiro foi um movimento que surgiu logo após o segundo turno das eleições, a senadora Eliziane Gama incluiu em seu plano de trabalho a investigação de atos anteriores, como a confusão em Brasília no dia 12 de dezembro, quando vândalos tentaram invadir o prédio da Polícia Federal  e causaram destruição no centro da capital. A relatora incluiu entre os futuros depoentes da CPMI os militantes que estavam acampados no QG do Exército e que instalaram um artefato explosivo em um caminhão no aeroporto de Brasília, no dia 24 de dezembro. 

 

A CPMI do 8 de janeiro também deve se debruçar sobre a atuação do ministro da Justiça, Anderson Torres, e do então Diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, no segundo turno das eleições, com bloqueios em estradas e tentativa de constrangimento de eleitores. A relatora da comissão de inquérito também vai investigar os financiadores dos acampamentos montados no QG do Exército e em frente a unidades militares de diversas cidades brasileiras, assim como a relação de comandantes e militares das Forças Armadas com essas aglomerações.

 

Eliziane Gama incluiu em seu cronograma a avaliação sobre o relatório da Abin que teria sido enviado ao Congresso com a omissão de alertas recebidos pelo Gabinete de Segurança Institucional sobre riscos de invasão de prédios dos três poderes. A senadora ainda afirmou que a CPMI irá requisitar servidores do Banco Central do Brasil, da Controladoria Geral da União (CGU), da Receita Federal do Brasil (RFB), da Polícia Federal (PF), do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Banco do Brasil que detenham conhecimento de gestão de investigação e de análise de dados, para que participem da equipe de apoio da comissão.