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Gabriel Galípolo, aprovado em sabatina para a diretoria do BC, elogia condução da economia pelo governo Lula

Por Edu Mota, de Brasília

Foto: Pedro França/Agência Senado

“Contribuir em um esforço coletivo para gerar o melhor ambiente econômico para o País e melhorar as possibilidades econômicas para a sociedade”. Segundo Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Diretoria de Política Monetária do Banco Central, essa seria uma de suas funções à frente do cargo. Galípolo foi sabatinado na manhã desta terça-feira (4), pelos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos, e teve seu nome aprovado por 23 votos (recebeu apenas dois contrários). A indicação agora será votada no Plenário do Senado. 

 

Gabriel Galípolo, 41 anos, estava recentemente na Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, o segundo cargo mais importante na hierarquia do órgão. Galípolo é formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela PUC de São Paulo, instituição na qual também foi professor nos cursos de graduação, de 2006 a 2012. Além disso, lecionou no MBA de PPPs e Concessões da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo). É também pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

 

O futuro diretor do Banco Central teve sua indicação relatada pelo senador Otto Alencar (PSD-BA). O senador baiano defendeu a aprovação do nome de Gabriel Galípolo, e afirmou que o currículo do indicado revela alto nível de qualificação profissional, larga experiência em cargos públicos e sólida formação acadêmica. Para Otto Alencar, Galípolo possui a devida capacitação em assuntos econômico-financeiros para assumir a Diretoria de Política Monetária do BC, e poderia representar um contraponto ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

 

“Espera-se que o Dr. Gabriel, assim como o Dr. Ailton, à frente da Diretoria do Banco Central, que possam, de alguma forma, na próxima reunião, sendo eleitos, diminuir esse conservadorismo que tem apresentado o Presidente do Banco Central, permanecendo com a taxa de juros em 13,75% já há algum tempo, quando o mercado, quando todos os indicadores mostram já a necessidade da sua diminuição. Eu espero que ambos possam contribuir, numa próxima reunião do Copom, para a verificação dessa situação que aflige todo o povo brasileiro, a indústria, o comércio, todas as atividades industriais”, disse o senador baiano.

 

Nas diversas perguntas que respondeu sobre a questão da manutenção da taxa básica de juros em patamar elevado há algum tempo, Galípolo fez alguns acenos ao presidente do BC. O futuro diretor concordou com declaração recente de Campos Neto de que somente a adoção de uma “taxa de juros neutra” não seria a única solução para o crescimento da economia.

 

“O crescimento do Brasil não depende só de uma questão externa. Como bem colocou o diretor-presidente do Banco Central, se a gente seguir com premissas de um crescimento potencial de 1,5%, 1,6%, e uma taxa de juros neutra de 4,5%, por mais sofisticado que sejam modelos e os economistas que tratam dos modelos, a relação dívida-PIB não vai apresentar um bom comportamento”, disse Galípolo.

 

O futuro diretor do Banco Central citou o presidente da instituição em outro momento, ao concordar com argumentação de Campos Neto de que é preciso crescer mais para viabilizar a sustentabilidade da dívida pública. “Para crescer, é preciso seguir com a agenda econômica que vem sendo apresentada agora mesmo em conjunto pelo Legislativo, Executivo e Judiciário”, defendeu Galípolo.

 

Na sua apresentação, Gabriel Galípolo fez elogios à condução da economia pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um dos principais avalistas de sua indicação para o Banco Central. Segundo o indicado, a equipe econômica do presidente Lula vem trilhando, desde o início do governo, “um caminho mais difícil”, para o enfrentamento de problemas e entraves antigos da economia do país.

 

“Desde o início deste governo, uma série de medidas foram tomadas visando reduzir o déficit primário, introduzir um novo arcabouço fiscal, e vitórias foram conquistadas, com o apoio do Legislativo e do Judiciário, que permitiram uma melhoria significativa do ambiente econômico. O debate republicano, à luz do sol, sobre os gastos tributários derrubou e afastou muitas vezes a advogada tese de que não existe alternativa e de que o povo não cabe no Orçamento. O debate, que foi feito e vem sendo feito de maneira clara, democrática e republicana, deixa claro que é uma questão de escolha”, afirmou o futuro diretor.

 

Para Gabriel Galípolo, esse conjunto de medidas tomadas pela equipe econômica do governo permitem uma visão otimista para o futuro próximo, inclusive com abertura para cortes nas taxas de juros. “As medidas até aqui implementadas produziram, no primeiro semestre, apreciação da nossa moeda, previsões de um déficit primário menor, a aprovação de um conceito de uma nova regra fiscal, projeções de crescimento mais elevado, menor inflação e o mercado já projeta taxas de juros mais baixas e cortes nas taxas de juros futuras”, disse.

 

Em outro elogio ao presidente Lula, Galípolo lembrou que o trabalho para acumular as reservas cambiais começou no primeiro mandato do petista. O Brasil tem hoje a 7ª maior reserva cambial do mundo em dólares, de cerca de US$ 346 bilhões. Os dados do Banco Central mostram que o montante é 815% superior ao estoque registrado antes de o presidente Lula assumir o seu primeiro mandato, em 2003. A alta equivale a R$ 308,2 bilhões

 

“As reservas conferiram um grau de liberdade muito superior para a política econômica do país e são uma grande fronteira de proteção para choques externos”, disse Galípolo.