Esforço concentrado emperra, e Lira recebe pressões de governadores e prefeitos para adiar reforma tributária
Por Edu Mota, de Brasília
Em um dia tumultuado nos bastidores da Câmara, com deputados se dividindo entre comparecer a reuniões dos seus partida e blocos, assim como com governadores e prefeitos de seus estados, a única certeza que vai se consolidando é que o projeto do Carf não será votado nesta terça-feira (4), e que a reforma tributária anda cada vez mais para trás.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), recebeu no final da tarde uma comitiva da Frente Nacional de Prefeitos, que reivindica o adiamento da discussão sobre a reforma. Governadores de diversos estados também estão em Brasília, onde farão o mesmo pedido a Lira: que a reforma fique para agosto.
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O deputado Beto Pereira (PSDB-MS), relator do PL 2384/23, que retoma o voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), afirmou no final da tarde que o projeto não será apreciado nesta terça. O deputado já apresentou o seu relatório, que recebeu críticas e pressões por mudanças. O PL tranca a pauta da Câmara, e enquanto não for votado, o projeto do novo regime fiscal e também a reforma tributária não podem ser pautados no Plenário.
"Não vamos votar nesta terça. Ainda estamos conversando com as bancadas e com representantes do governo e da Receita Federal para buscar um consenso em torno do texto e de eventuais mudanças", disse o deputado Beto Pereira.
Dos cinco dias programados por Arthur Lira para uma espécie de esforço concentrado em torno de uma agenda econômica para o País, dois dias já se passaram e quase nada foi votado até aqui.