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Anderson Torres se defende na CPMI do 8 de janeiro e diz que minuta do golpe era “aberração jurídica” 

Por Edu Mota, de Brasília

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

“Documento chamado de minuta do golpe era uma aberração jurídica e devia ter sido jogada no lixo”. A afirmação foi feita pelo ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do Governo do Distrito Federal, Anderson Torres, no início de seu depoimento na CPMI do 8 de janeiro, nesta terça-feira (8). O ex-ministro, apesar de ter recebido habeas corpus por parte do STF para poder silenciar diante das perguntas dos parlamentares, disse que gostaria de ser ouvido e leu declaração na qual buscou se defender sobre diversas denúncias que pesam contra ele. 

 

Anderson Torres detalhou sua carreira na área de segurança pública, e enumerou conquistas e resultados positivos de suas gestões no GDF e governo federal. Na declaração, o ex-ministro disse ser um funcionário público de perfil técnico, e que jamais teve pretensões de concorrer a cargos políticos.

 

“Sempre servi ao Brasil, não sou político e nunca tive intenção de ser candidato. Sempre agi dentro da lei, respeitando a hierarquia e a disciplina. Sempre respeitei a autonomia da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, e nunca interferi em assuntos internos, assim como nunca permiti que a polícia fosse utilizada para perseguir adversários do governo”, disse Anderson. 

 

Durante a leitura da sua apresentação, o ex-ministro e ex-secretário de Segurança buscou dar a sua versão sobre a chamada “minuta do golpe”, documento encontrado pela Polícia Federal em sua casa. A minuta se tratava de um decreto, a ser assinado pelo então presidente Jair Bolsonaro, que visava a instauração do estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral, com o objetivo de mudar o resultado das eleições de 2022.

 

“Durante uma operação de busca e apreensão em minha casa, a polícia encontrou um texto apócrifo, sem data, uma fantasiosa minuta, que vai para a coleção de absurdos que constantemente chegam aos detentores de cargos públicos. Vários documentos vinham de diversas fontes para que fossem submetidas ao ministro. Um desses documentos deixado para descarte foi um texto, chamado de minuta do golpe. Basta uma breve leitura para que se perceba ser imprestável para qualquer fim. Uma aberração jurídica”, explicou Torres, dizendo não saber porque o referido documento não foi jogado no lixo, e nem como ou por quem ele foi produzido. 

 

Secretário de Segurança Pública do DF na ocasião em que houve a depredação das sedes dos Três Poderes por manifestantes bolsonaristas, Anderson Torres disse que antes de sair de férias para os Estados Unidos, deixou pronto um plano de ação que, segundo ele, teria impedido os atos do dia 8 de janeiro. Segundo afirmou o ex-secretário, o plano foi descumprido. Anderson Torres também negou, em sua declaração, que tenha interferido na Polícia Rodoviária Federal para fazer operações em estradas e obstruir a chegada de eleitores a locais de votação no segundo turno de 2022.